a voz aos leitores... (ou porque é que as coisas são o que são)
quinta-feira, junho 28, 2007
Venerável Manuel
Por acaso, lembra-se de há uns anos existirem em todos os hospitais autocolantes colocados das paredes, com a frase «Beleza não é Saúde» ?
Não me consta que ninguém tivesse sido demitido!...
Na era socrática, é o que se vê,
Saúde e Fraternidade
2007/06/28 | 18:08
Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho já foi exonerada
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=826619&div_id=291
A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, foi exonerada pelo ministro da Saúde por não ter retirado um cartaz das instalações do centro contendo declarações de Correia de Campos «em termos jocosos».
O despacho de exoneração da licenciada Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso foi publicado quinta-feira em Diário da República, cuja cópia foi fornecida à agência Lusa por deputados socialistas que se manifestaram «incomodados com a situação».
No despacho do Diário da República pode ler-se o seguinte:
«Pelo despacho (...) do Ministro da Saúde, de 05 de Janeiro, foi exonerada do cargo de directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho a licenciada Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso, com efeitos à data do despacho, por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo», refere-se.
Perante este caso, considera-se demonstrado a situação de Maria Celeste Cardoso «não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde».
O despacho está datado de 01 de Junho.
Publicado por Manuel 18:56:00
23 Comments:
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Há uma justificação para isto, para além de andarem agarrados ao poder: a famosa superioridade moral de esquerda.
Acho que é aí que tudo radica. A esquerdalhada considera-se eticametne superior. Por isso, tudo o que faz tem essa suposta legitimidade- é para bem.
Como todos sabem, não há directores de centros de saúde de carreira.
O pressuposto é a nomeação.
Quem é nomeado hoje (ocupando um cargo de confiança, também política), sabe que pode ser demitido amanhã, caso haja quebra dessa confiança.
Já agora, alguém imagina um trabalhador de uma empresa a participar, por acção ou omissão, numa campanha jocosa sobre elementos da sua Administração (tenha ela a côr que tiver e independentemente do cargo exercido,
mas sobretudo se fôr de confiança)?
Então a Senhora não merece confiança por não querer "apagar" o registo do confiado eleito Senhor Ministro?
Está certo que ao que tudo indica o registado em cartaz não passava de uma "nódoa". Mas sempre estava ali o Senhor Ministro. Apagá-lo ? Então isso é que era merecer confiança?...
Este Governo, com todas as críticas que lhe possam ser assacadas, foi dos poucos, muito poucos, quase único ou único (não fiz a pesquisa), que manteve em funções vários elementos em cargos de confiança, nomeados pelo anterior governo (obviamente por questões económicas e orçamentais).
O mais acertado, seria Sua Exª o Ministro fazer queixa (já que ofendido ) pela emissão e colocação do cartaz e requerer em sede própria que o mesmo fosse retirado. Ou até retirá-lo, o próprio. Porque não ?
Salvo melhor entendimento o diploma legal que rege o pessoal dirigente, carece de ser revisto para contemplar estas acções materiais para solidificação da confiança ...
Notou-se também a atribuição " dos efeitos imediatos " ao despacho.
Isto é que é flexibilizar o trabalho e as normas que o regem...
Cabe aos dirigentes zelar para que na sua instituação sejam criadas condições para criar confiança no público e não o contrário. Este "escrito" deu origem a reclamações dos utentes que se sentiram indignados.
Cabia portanto a este dirigente, não só retirar ou fazer retirar o tal "escrito", como desencadear um procedimento disciplinar destinado a investigar a autoria do mesmo. Tendo o autor confessado até, não se sabe em que momento, cabia-lhe censurar a conduta.
É a sua opinião.Respeito.
Acrescento que desconheço o teor do cartaz e as circunstâncias em que foi colocado.
Ainda assim, não prefiguro motivos que legalmente levassem a cessar com efeitos imediatos a comissão de serviço da Directora.
Acho que não cabe no conteúdo funcional da mesma arrancar ou ordenar que se arranque o cartaz.
Tanto mais que o visado pelo mesmo, podendo promover para que tal fosse feito em sede própria, o não fez, tanto quanto se saiba.
E sim, os dirigentes devem promover a confiança no bom funcionamento dos Serviços , mas não são gestores da boa imagem de quem os tutela. Essa imagem tem que ter construção pessoal própria. Concorda?
"O ministro da Saúde foi a uma conferência. No meio da conversa pública (e gravada) sobre um assunto de actualidade - o desperdício de medicamentos - alguém na sala abanou um saco com medicamentos entregues nas farmácia por quem já não precisava deles. Valiam "1700 euros", anunciou-se. E perguntou-se: "O que fazer com isto?" O ministro Correia de Campos respondeu (resumo, mas isto é o essencial): "Ofereçam a pobres." A partir daqui podia discutir-se haver, ou não, um plano nacional de recolha de medicamentos a mais. Pois na manhã de ontem, rádios e televisões passaram o tempo a falar do seguinte: o ministro dissera para dar a pobres "medicamentos fora de prazo." Não houve uma alminha a pensar que se o assunto fosse mesmo aquele - o ministro da Saúde querer dar medicamentos fora de prazo a pobres - havia uma notícia terrível. Que era: "O ministro da Saúde está maluco." A meio da manhã, soube-se qual era, afinal, a notícia (benigna): às vezes há jornalistas tolos."
Quanto à questão em análise e à Maria, respondo apenas que para lá da fotocópia existia um escrito desincentivando os utentes a irem ao SAP, numa instituição de saúde com SAP e que cabe ao seu dirigente sim, tomar todas as medidas necessárias para o bom funcionamento da instituição, nomeadamente retirar cartazes se fôr caso disso e bem assim puni-los também.
Honrada com o esclarecimento que me dedica, ainda assim, para melhor ajuizar da justeza da sua posição teria de conhecer a história toda.
De qualquer modo, deixe-me dizer-lhe o seguinte : da minha experiência em SAPs , recomendaria que em orçamento de Estado próximo se previssem então verbas, de montante a considerar, para tapar com adesivos a boca de cada utente que vocifera, e sabe Deus e nós, quantas vezes com razão, contra a " administração de saúde "instituída.
Justifica então a prepotência deste despacho e a sua parca ponderação e até inteligência, em razão do bom funcionamento do SAP. É para levar a sério ?
Mais, quem devia punir quem e o quê ? A Directora do Centro é que devia punir, com "efeitos imediatos", como os do despacho ?
Sabe, de facto quem manda, pode ...
Mas em Democracia nem todos estão habilitados a punir. E os que estão não devem ter cor partidária, pesam todas as razões e argumentos, de todas as partes e , sobretudo, regem-se por lei escrita...
Em todo o caso , valeu a troca de impressões. Obrigada.
"Manda quem pode, obedece quem deve"!
Foi pena, talvez,o Marcelo não ter sido tão eficaz como estes artistas na repressão, muito possivelmente não tinhamos hoje no Poder o democrata(!!!) Sócrates.
PS. Estou à espera de um lugarzito ao sol, se isso acontecer, como não me considero asno, não contem mais comigo e com as críticas ao Governo e respectivas políticas, é fácil, como dizia o José, é só mudar o nome e passarei a chamar-me... "não sei o quê".
jack: agora diz-se "obedece quem tem juizo"... De facto...
não que que nome tem este tipo, mas olhe que eu não denunciaria ninguém. E acho que, a ser verdade a versão da "directora", ela fez o que eu faria: mandar retirar a fotocópia e chamar a atenção do médico responsável pela colagem.
De facto, a "directora" não tem o poder do ministro "com efeitos imediatos". E não seria por aquele facto que se despediria alguém: um processo disciplinar com uma repreensão aceito que se faria.
Tudo o resto é exagero, e como o não quei quê afirma é mesmo perseguição política. Então este desgoverno deixou estar os directores que o anterior desgoverno lá pôs e isso é um mérito. Mas aproveitar a mais pequena lamechice para demitir logo uma "directora" é aproveitamento da situação. Bafiento e pidesco, persecutório. Totalmente desproporcionada esta sentença do ministro que devia estar demitido há muito por tudo quanto fez aos SAP que ele mesmo desvalorizou na entrevista que serviu de chacota - e bem! - para a colagem do cartaz.
Esta gente não se mede, acha-se com poder para tudo e contra todos. Asneiras como faz e diz o Campos, a Rorigues, este Sócrates da "desmocracia", nos países comunistas, nem eram faladas, como se sabe. Até acidentes nucleares abafavam, quanto mais coisas políticas... Mas num país europeu civilizado e do século XX, já nem digo XXI, já tinham sido demitidos, todos!
E tipos como o não sei quê não precisavam de se escudar num nickname.
Conhecimento do caso (agora aconselho a consulta ao Portal da Saúde), umas aulitas de direito administrativo; de direito sancionatório e em particular de direito disciplinar e do exercício do poder disciplinar, não fariam mal a nenhum comentador que quisesse falar do assunto.
Mas a srª ex-directora, assistente administativa principal, que até já passou por médica, agradece ...
Serão disciplinas de curso de licenciatura que obteve na Universidade Independente ?
Dizem vós, se é um boy é está tudo explicado, e de certo modo está, mas a este tipo de gente é preciso explicar-lhes as coisas como se tivessem quatro anos, percebem ?!
Já agora e que aqui estou muitos de vós deixem-se de merdas e tenham a coragem de fazer alguma coisa por portugal e deixem os vossos quintais que estam bem e tratem de fazer aquilo que juraram fazer.
S E M M E D O S !!!