"à canelada..."

Não vou perder muito tempo com a pseudo-exêgese do Dr. Pacheco, publicada no passado sábado, no jornal Público, onde zurzia na classe jornalística, que obviamente acusou o toque, a propósito da Independente, e da licenciatura do Engenheiro Sócrates. Não vou, por uma razão muito simples - por muitas verdades que tenha escrito, naquela peça, e escreveu algumas, faltou a Pacheco Pereira, a humildade de se reconhecer também, a ele, como parte do problema. Afinal também ele só se lembrou de perorar sobre o caso depois do Público se aventurar no mesmo, e nos primeiros dias com pinças... O cerne da questão, como Pacheco muito bem sabe, é outro, bem mais atroz. É o medo. Em Portugal não há o Estado, e os privados, em Portugal há apenas e só quem tenha relacionamento com o Estado - omnisciente e omnipresente - isto é, de uma forma ou de outra toda a gente depende do Estado, ponto. Foi por isso, quando os telefonemas de Sócrates já se faziam sentir, mas a castanha ainda não tinha arrebentado que se escreveu aqui isto... Porque no fundo, no fundo os 'democratas', como se intitulam, não querem o debate, preferem como este atirar às pernas, (tentar) matar a mensageiro a discutir a mensagem. Tivesse José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, o tal que não é arguido ou suspeito no seu percurso académico do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade, uma réstia de dignidade, uma réstia de moralidade, e seria o primeiro a condenar este tipo de "black ops", dos seus, soezes e típicas do pior do tempo da PIDE. Mas não. José Sócrates acha-se uma vítima, a única vítima. E no PS, neste PS, as vítimas reagem sempre da única forma que conhecem - à canelada.

Publicado por Manuel 15:29:00  

2 Comments:

  1. Espectadora Atenta said...
    Excelente Post! Parabéns!
    Ficou aqui provado que quem se mete com o poder, arranja sérios problemas...è pena não haver muitos Adelinos Caldeiras no País.
    António Balbino Caldeira said...
    Grato ao Manuel por toda a solidariedade e apoio na luta que é comum pela verdade e pelo respeito da democracia.

    Agradeço o apoio ainda da Espectadora Atenta - mas Adelino é que não!... Ainda me confunde com outra personagem...

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