3 cenários, para Belém

  • Sócrates sai, e o PS é convidado a apresentar um novo Primeiro-Ministro, e um novo Governo, dada a maioria absoluta, e dado o que aconteceu no passado aquando da fuga de Durão. O drama é que ninguém no PS faz o 'pleno'. António Costa já tentou nos últimos dias várias vezes o golpe, mas não tem espingardas suficientes, muito menos a cobertura de Jorge Coelho, o que não augura grande sucesso. Mais, o que lhe sobra em ambição falta-lhe em inteligência e lucidez. A 'wild card' pode vir a ser... António Vitorino.
  • Cavaco dissolve a AR e convoca legislativas antecipadas. Problemas óbvios - não há garantia que quer o PS, ou o PSD renovem uma maioria absoluta, o que levanta problemas futuros de governabilidade, e dado o que muitos, no saco de gatos que é inner circle cavaquista, tem a Marques Mendes tal iria provocar graves divisões no núcleo duro cavaquista, já que Marques Mendes seria o candidato natural do PSD às Legislativas até pelos sucessivos hara-kiris, e erros de cálculo, da sua oposição interna nos últimos dias.
  • Cavaco não convoca legislativas e nomeia um governo de iniciativa presidencial - com duração limitada - para fazer - de facto - as reformas que faltam, sem quaisquer preocupações eleitoralistas ou conjunturais. Problemas - era preciso que Cavaco soubesse o que de facto 'falta' - há dúvidas, nestes dias, legítimas - e era preciso que personalidades de peso, acima dos Partidos, alinhassem, o que dada a composição do núcleo duro cavaquista, implicaria coragem de uns e garantias cabais do Presidente himself. E era preciso que a AR em funções se comportasse.

    No papel este último cenário - de longe o melhor - até convém aos partidos, que assim viam as reformas - a sério - feitas sem se queimarem, nem alienarem a sua base de apoio,. Na prática, o PS sem Sócrates pode ficar balcanizado, e o PSD, há que não esquecer, tem um grupo parlamentar à imagem do Dr. Lopes, ou seja uma absoluta nulidade, pelo que pela conjugação dos dois factores seja de antever o pior, ou seja desestabilização, q.b.
Dito isto, qualquer dos cenários põe - por definição - em causa a reeleição de Cavaco, daqui a quatro anos, como põe em causa tudo o que se dava por adquirido. Em suma, a política - dura, pura, imprevísivel - vai voltar, para o melhor, e para o pior. Pelas razões mais surreais, os jogos viciados não vão acaba, mas uma boa parte das cartas marcadas vai mesmo sair do baralho.

Publicado por Manuel 18:27:00  

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