Tudo em boas mãos
quinta-feira, março 08, 2007
Ontem, na RTP1, o espectáculo de comemoração do cinquentenário teve momentos deprimentes e outros apenas sofríveis de ver. O semblante geral dos espectadores da sala, era soturno, para o bisonho, apenas com sorrisos de circunstância de quem está a testemunhar fretes. Pior espectáculo do que o apresentado, só o da TVI, alguns dias antes.
No fim, o director de programas da RTP1, Nuno Santos, fez uma breve quanto irrelevante declaração de encerramento e felicitou alguns escolhidos, pelo nome próprio. Um dos citados com laudação especial, foi Carlos Cruz, um pouco a medo e apenas a revelar a coragem de quem se sente protegido pelos seus.
O nome de Carlos Cruz é, inevitavelmente, um dos grandes nomes da TV portuguesa dos sessenta e setenta e até dos oitenta. Não é preciso ter vergonha de o dizer, agora que o apresentador-realizador, se encontra afastado da ribalta, a braços com uma acusação criminal grave, ainda em julgamento. Os factos do foro privado, e que estão em julgamento, não devem desmerecer o crédito pelo trabalho realizado na RTP, ao longo de décadas.
O que se torna estranho, no entanto, é o facto de o programa gravado e apresentado ontem, ter passado ao de leve a relevante contribuição profissional daquele apresentador, tendo no fim, o director de programas feito uma espécie de desagravo, tímido ainda assim e algo desconchavado no contexto final.
Hoje, na revista Sábado, aparece um perfil do director de programas Nuno Santos, profusamente ilustrado.
Miguel Pinheiro director da Sábado, apresenta o artigo de mais de sete páginas, como resultado de uma semana inteira passada ao lado do director de programas da RTP1 e a jornalista Dulce Garcia, confessa que esperou 10 horas pelo privilégio da entrevista ligeira.
Começa por apresentar o depoimento de um amigo, Daniel Oliveira, (escolhido por Nuno Santos, para a equipa da SIC Notícias) e que o apresenta como um trabalhador viciado ( às 7h já estava no trabalho e quando aquele saía às 20 horas, o director continuava lá ainda por mais cinco horas…).
Mais escreve que Nuno Santos namora com a jornalista da SIC Andreia Vale. Está sempre ao telefone ( o director da Sábado assegura que não passa mais de cinco minutos sem falar ao telemóvel) e apresenta Daniel Cruzeiro ( filho de Celso Cruzeiro, advogado de Paulo Pedroso), como o amigo que “foi com ele fundar a SIC-Notícias”, sendo Luís Montez o amigo que o estreou na rádio, em 1985. Catarina Furtado, também é amiga, tal como Tony Carreira, Nuno Luz e Luís Miguel Carreira, jornalista da Sport TV.
A revista dá conta que Nuno Santos foi entrevistar Mário Soares na sede da Fundação com o mesmo nome, a propósito de um programa sobre a Europa.
A jornalista menciona depois os nomes de reunião do director. Primeiro as meninas: Catarina Furtado, Sílvia Alberto, Sónia Araújo, Marta Leite de Castro, Isabel Figueira, Helena Coelho, Tânia Ribas de Oliveira, Dália Madruga, Serenela Andrade e Margarida Mercês de Melo( “só faltam as pernas esguias de Merche Romero”, escreve ). Os homens a seguir: Jorge Gabriel, Eládio Clímaco, Júlio Isidro, Francisco Mendes e João Baião.
Na coluna mesmo ao lado do artigo, uma crónica de Alexandre Pais, director de Record. Resumida, é uma análise de 40 anos de jornalismo pátrio, feita de vitupérios contra os espertos que tomaram conta dos empregos disponíveis, recrutados com base no critério da “confiança política”. Apresenta o actual director como “O exemplo do fulgor de uma nova geração de profissionais apostada em mostrar que é capaz”.
Na conclusão do artigo apresentado, com mais de sete páginas incluindo fotos, a jornalista cita o director de programas a citar Giulio Andreotti: “o poder angustia, mas não ter poder angustia muito mais”.
Por mim, a minha angústia, é ler isto e concluir que estamos no pântano. Em pleno pântano anunciado. A televisão da RTP1, é apenas o espelho de água.
Publicado por josé 18:46:00
Aqui não existem restrições, pode-se receber fora das tabelas...
O país a cair de podre, os portugueses jovens a drogarem-se ou a emigrarem mas tudo fica cor-de-rosa com muitos imigrantes que vêm resolver a crise...e dar trabalho a uma legião de descobridores da pólvora. Nos meios de comunicação social do estado , que face à situação são escandalosamente em número exagerado e sobretudo nada incomodativos para o sistema vigente, que só um estúpido não vê que está a pouca distância da falência.
De falta de meios de propaganda nenhum político se pode queixar em portugal