O enigma
segunda-feira, março 26, 2007
O aviso não tardou: "Estou aqui só como engenheiro e como político." Sem gravata, José Sócrates deixou a farpela de primeiro-ministro que envergara horas antes, no termo da visita à China, e ainda mal recuperado do tropel de fusos horários compareceu ontem no Centro Cultural de Belém para uma sessão de esclarecimento junto de simpatizantes socialistas.
(..)Lá estavam Correia de Campos, José Magalhães, Idália Moniz, Ana Paula Vitorino, Jorge Lacão, Maria de Belém, Maria Carrilho, Marcos Perestrello. ( D.N. 5.2.2007)
Helena Matos, parece que também testemunhou. Daí, talvez, o silêncio inocente.
Na ausência de mesquinhos adeptos do purismo mais reluzente, (no dizer de Vital Moreira), esta afirmação sonora e qualificada de José Sócrates, acabado de chegar da China e perante a plateia cheia de adeptos socialistas, deve ter soado cheia e redundante.
"Estou aqui como engenheiro"!
Rosebud, diria o outro.
Publicado por josé 23:13:00
O homem parece que é Eng.º............. Técnico!
(Olhe que os outros nem se sabe bem,... grsss, ai valha-me Deus ao estado a que chegámos).
(o que eu gostava que um dia lhe (a ele) falhasse o tele-ponto!!!:) )
Ouça José:
Por ex:
Um "eng.º" Florestal, entra com 9,5 para a "universidade" e arroga-se o título de Eng.º sem qualquer agregação; (pelo lado negativo) - os engºs de papel (pelo lado positivo), são quase todos eng.ºs técnicos.
Agora que eu gostava que falhasse o tele-ponto, lá isso gostava.
E que fechassem as "pseudo-universidades" que põem gente desta cá fora também.
E que ficassem anulados os títulos académicos de todos quantos, sabendo, se aproveitaram do sistema, também"! (mas como destrinçar entre estes e os que fizeram os cursos de boa-fé?)
"Estou aqui como doutor e político", se o ouvíssemos de alguém licenciado em qualquer coisa.
Ou esta:
"Estou aqui como filósofo e político",se o ouvíssemos de um licenciado em filosofia.
É verdade que o engenheiro técnico é um engenheiro...técnico. Quando o é! Ou seja, quando o pode ser!
Não é o caso, sequer.
Uiiiiiii!!!
Essa deixou-me.... sem palavras no mínimo!
( Já acredito em tudo, palavra!)
(mas olhe agora, permita-me que vá jantar que ainda não fiz tal e ainda entro em hipoglicémia. Entretanto esclarece esta última novidade de que nem eng.º técnico é?.... Please!?)
O que quero dizer é que um engenheiro técnico para o ser a afirmar-se enquanto tal, deve exercer a profissão. Bem ou mal.
E não é o caso. Dir-me-á: e o Guterres que era sempre o engenheiro?
E o Belmiro? E o...não sei quantos?
É. É verdade.
O que eu não estou nada a ver, mesmo nada, é o Guterres chegar a um comício e gritar: estou aqui como engenheiro e político.
Acho que entenderá a diferença...
Mas a Odete, quando lhe falam no Salazar, ainda é pior do que o Raul Rego quando ouvia barulho de sotaina perto: espumava pelos cantos da boina.
Nenhuma pessoa esclarecida e estudada minimamente defende o regresso de um salazar ou regime que se pareça.
Mas julgo que a reacção dos votantes, foi de protesto contra o Estado a que chegamos, porque sabem, apesar da falta de informação e principalmente com a contra-informação comunista, que o regime de Salazar não foi o que lhes dizem que foi.
E nisso, têm toda a razão.
Mas sempre lhe digo/questiono: Sabe o que fazem a maioria dos "Engs.º" florestais hoje em dia?... Agricultura biológica, pois então!!!...
... Já agora, aprecio a actividade destes srs. Eng.ºs.
Salazar... descontentamento generalizado da política e dos políticos após a revolução que nunca o foi. Remeto-o, perdoe-me para o seu post sobre as manifestações estudantis.
O homem é um engenheiro... independente. Não percebem nada disto, caramba...
É de saudar a correcção feita - finalmente! - no «Portal do Governo», na Internet:
Onde, ainda na semana passada, se referia José Sócrates como «Engenheiro Civil», figura agora «Licenciado em engenharia civil».
Pode parecer a mesma coisa, mas não é - «a atribuição do título, o seu uso e o exercício da profissão de engenheiro dependem de inscrição como membro efectivo da Ordem», conforme se lê claramente no DL nº 119/92, de 30 de Junho (que pode ser consultado em www.dre.pt/pdfgratisa5/1992/06/148A00.pdf ).
Talvez por ignorância, há quem ache que toda a discussão em torno das habilitações do nosso Primeiro-Ministro interessa pouco ou é mesquinha.
A esses, pergunto o que pensariam se, procurando um médico, se deparassem com um "especialista" que, além de não estar inscrito na Ordem dos Médicos, desconversasse quando lhe perguntassem qual o nome do estabelecimento onde tinha estudado - para já não falar em "pormenores" como o ano de formatura e respectiva classificação.
Cada um lá sabe de si, mas eu, por mim, não queria um "médico" desses... nem para me receitar um xarope para a tosse!
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(*) CMR - «DESTAK» de 27 Mar 07
De acordo, nesse ponto. Totalmente de acordo, mas a questão, como diria o outro, agora não é apenas essa e essa sendo a mais importante, é também a que menos interessará na discussão urgente que surgiu.
O ponto, neste momento, é saber se o Primeiro Ministro de Portugal se licenciou segundo as regras normais das licenciaturas, mesmo com as falhas todas do ensino pós Grilos e Benaventes, principalmente esta senhora, responsável pelo descalabro gigantesco que nos atingiu.
Mesmo abstraindo do interesse político-partidário que alguns podem emprestar ao assunto, a questão da Mentira sobreleva esse aspecto.
Se as suspeitas não se confirmarem estou certo que o Primeiro Ministro de Portugal ficará com a honra reforçada e o prestígio e megitimidade intactos e ainda para cima reforçados.
O que verdadeiramente estranho, nisto tudo, é que ele mesmo se indisponha com as "calúnias e difamações" e não esclareça com papéis à vista que sejam de valor incontestável. E tal seria facílimo, Em dois ou três dias, obteria esses documentos, convocaria uma conferência de imprensa e denunciaria as eventuais mentiras que podem ser propaladas.
Porque o não faz, continua a ser um mistério que adensa as suspeitas, legítimas.