Observatório 2008 - John Edwards, o candidato que vem do Sul
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Depois do senador pelo Illinois, Barack Obama, e do ex-governador do Massachessets, Mitt Romney, a Grande Loja prossegue a sua lista de biografias dos candidatos às presidenciais norte-americanas de 2008 com John Edwards, o actual terceiro classificado das primárias do Partido Democrático.
Johnny «John» Reid Edwards nasceu a 10 de Junho de 1953, em Séneca, na Carolina do Sul, mas cresceu no estado vizinho da Carolina do Norte, região onde vive há várias décadas pela qual foi senador durante seis anos (entre 1998 e 2004).
É casado, desde 1977, com Elisabeth Anania, uma advogada de 49 anos que conheceu na Faculdade de Direito da Carolina do Norte e com quem teve quatro filhos: Wade, Cate, Emma e Jack.
Há dez anos, Wade, que na altura era um adolescente de 16 anos, morreu num acidente de viação. Foi um episódio decisivo para que John Edwards decidisse a dedicar-se à carreira política (concorreu ao senado no ano seguinte, sucedendo a Lauch Faircloth, meses depois).
Antes de entrar na alta política americana, John Edwards foi um advogado muito bem-sucedido: durante anos, atacou «causas justas» em que defendia cidadãos indefesos contra os interesses de grandes companhias. Arrecadou grandes indemnizações, ficando com um terço do valor como honorário. No primeiro caso do género, em 1984, conseguiu para o seu cliente uma indemnização de quase quatro milhões de dólares, na sequência de um caso de negligência médica.
No seu livro «Four Trials», Edwards conta alguns desses processos que o tornaram num dos advogados mais populares e pretendidos dos EUA. A essa boa fama profissional, Edwards alia uma imagem positiva e jovial — ninguém lhe dá 53 anos.
Nas primárias democratas de 2004, John Edwards foi a grande surpresa: um quase desconhecido da alta política americana (o seu momento alto tinha sido quatro anos antes, quando defendeu, no Senado, o Presidente Bill Clinton do processo de impeachment, na sequência do escândalo Lewinsky) disputou até ao fim a nomeação com John Kerry, ficando à frente de nomes como Wesley Clarck, Joe Lieberman, Dick Gephardt ou Howard Dean.
A boa estrela de Edwards levou mesmo Kerry a convidá-lo para seu running mate na corrida presidencial, quatro anos depois de Al Gore ter ponderado escolhê-lo para a mesma função (acabou por preferir Joe Lieberman, que acabou por se revelar um candidato a vice-presidente pouco estimulante): na dupla de Johns, Edwards dava juventude e carisma ao cinzento, mas respeitado, Kerry.
O ticket democrático prometia, mas ficou a quase três milhões de votos de Bush, que obteve a reeleição. Mesmo perdendo, Kerry/Edwards tiveram a maior votação alguma vez obtida por uma candidatura democrata: 56 milhões de votos.
Logo a seguir à derrota, ficou no ar a ideia: Edwards talvez tenha condições para tentar de novo em 2008, desta vez com motivos para achar que iria bater Kerry. Só que, em dois anos, o cenário mudou em parte: é verdade que Edwards está a disputar a corrida democrata, mas não era esperado que estivesse tão atrás de Hillary (as sondagens colocam-no entre 20 a 30 pontos atrás da senadora) e muito menos se previa que Barack Obama saltasse da quase total novidade para o segundo posto, uns pontos à frente do ex-senador pela Carolina do Norte.
Edwards foi o primeiro major a arrancar: fê-lo a 27 de Dezembro do ano passado, em Nova Orleães, num discurso em que apareceu de mangas de camisa e calças jeans, falando sobre as vítimas do Katrina, sobre aquecimento global e sobre o regresso à multipolaridade no Mundo.
Era a confirmação do discurso de abertura, a piscar o olho aos saudosistas de Clinton (Bill, bem entendido…), mas, sobretudo, aqueles que apoiariam Al Gore e que podem estar disponíveis para novos candidatos, dado que o vice-presidente de Clinton nunca mais se decide.
Em 2004, Edwards passou uma imagem excessivamente centrista, com um discurso capaz de agradar a republicanos moderados, apostando na ideia de que estava contra as «duas Américas», defendendo o regresso da «América boa, aquela que é capaz de ser respeitada e admirada nos outros países».
Mantendo esse discurso, Edwards tem, na pré-campanha para 2008, flectido um pouco à esquerda, estendendo a mão aos sindicatos e a organizações não-governamentais. É presidente, aliás, do Centro Contra a Pobreza.
Entre a candidata-mulher (Hillary) e o candidato-minoria racial-e-tão carismático-que até pareço-uma estrela de rock (Barack Obama), John Edwards pode ser o preferido dos eleitores democratas que prefiram arriscar o menos possível e façam questão de se manterem fiéis ao white-male tradicional.
Para mais, Edwards é o único sulista com hipóteses de ser nomeado e há especialistas em contas eleitorais que continuam a garantir que a única forma de os democratas voltarem à Casa Branca rapidamente é a de apresentarem um candidato do Sul…
Johnny «John» Reid Edwards nasceu a 10 de Junho de 1953, em Séneca, na Carolina do Sul, mas cresceu no estado vizinho da Carolina do Norte, região onde vive há várias décadas pela qual foi senador durante seis anos (entre 1998 e 2004).
É casado, desde 1977, com Elisabeth Anania, uma advogada de 49 anos que conheceu na Faculdade de Direito da Carolina do Norte e com quem teve quatro filhos: Wade, Cate, Emma e Jack.
Há dez anos, Wade, que na altura era um adolescente de 16 anos, morreu num acidente de viação. Foi um episódio decisivo para que John Edwards decidisse a dedicar-se à carreira política (concorreu ao senado no ano seguinte, sucedendo a Lauch Faircloth, meses depois).
Antes de entrar na alta política americana, John Edwards foi um advogado muito bem-sucedido: durante anos, atacou «causas justas» em que defendia cidadãos indefesos contra os interesses de grandes companhias. Arrecadou grandes indemnizações, ficando com um terço do valor como honorário. No primeiro caso do género, em 1984, conseguiu para o seu cliente uma indemnização de quase quatro milhões de dólares, na sequência de um caso de negligência médica.
No seu livro «Four Trials», Edwards conta alguns desses processos que o tornaram num dos advogados mais populares e pretendidos dos EUA. A essa boa fama profissional, Edwards alia uma imagem positiva e jovial — ninguém lhe dá 53 anos.
Nas primárias democratas de 2004, John Edwards foi a grande surpresa: um quase desconhecido da alta política americana (o seu momento alto tinha sido quatro anos antes, quando defendeu, no Senado, o Presidente Bill Clinton do processo de impeachment, na sequência do escândalo Lewinsky) disputou até ao fim a nomeação com John Kerry, ficando à frente de nomes como Wesley Clarck, Joe Lieberman, Dick Gephardt ou Howard Dean.
A boa estrela de Edwards levou mesmo Kerry a convidá-lo para seu running mate na corrida presidencial, quatro anos depois de Al Gore ter ponderado escolhê-lo para a mesma função (acabou por preferir Joe Lieberman, que acabou por se revelar um candidato a vice-presidente pouco estimulante): na dupla de Johns, Edwards dava juventude e carisma ao cinzento, mas respeitado, Kerry.
O ticket democrático prometia, mas ficou a quase três milhões de votos de Bush, que obteve a reeleição. Mesmo perdendo, Kerry/Edwards tiveram a maior votação alguma vez obtida por uma candidatura democrata: 56 milhões de votos.
Logo a seguir à derrota, ficou no ar a ideia: Edwards talvez tenha condições para tentar de novo em 2008, desta vez com motivos para achar que iria bater Kerry. Só que, em dois anos, o cenário mudou em parte: é verdade que Edwards está a disputar a corrida democrata, mas não era esperado que estivesse tão atrás de Hillary (as sondagens colocam-no entre 20 a 30 pontos atrás da senadora) e muito menos se previa que Barack Obama saltasse da quase total novidade para o segundo posto, uns pontos à frente do ex-senador pela Carolina do Norte.
Edwards foi o primeiro major a arrancar: fê-lo a 27 de Dezembro do ano passado, em Nova Orleães, num discurso em que apareceu de mangas de camisa e calças jeans, falando sobre as vítimas do Katrina, sobre aquecimento global e sobre o regresso à multipolaridade no Mundo.
Era a confirmação do discurso de abertura, a piscar o olho aos saudosistas de Clinton (Bill, bem entendido…), mas, sobretudo, aqueles que apoiariam Al Gore e que podem estar disponíveis para novos candidatos, dado que o vice-presidente de Clinton nunca mais se decide.
Em 2004, Edwards passou uma imagem excessivamente centrista, com um discurso capaz de agradar a republicanos moderados, apostando na ideia de que estava contra as «duas Américas», defendendo o regresso da «América boa, aquela que é capaz de ser respeitada e admirada nos outros países».
Mantendo esse discurso, Edwards tem, na pré-campanha para 2008, flectido um pouco à esquerda, estendendo a mão aos sindicatos e a organizações não-governamentais. É presidente, aliás, do Centro Contra a Pobreza.
Entre a candidata-mulher (Hillary) e o candidato-minoria racial-e-tão carismático-que até pareço-uma estrela de rock (Barack Obama), John Edwards pode ser o preferido dos eleitores democratas que prefiram arriscar o menos possível e façam questão de se manterem fiéis ao white-male tradicional.
Para mais, Edwards é o único sulista com hipóteses de ser nomeado e há especialistas em contas eleitorais que continuam a garantir que a única forma de os democratas voltarem à Casa Branca rapidamente é a de apresentarem um candidato do Sul…
A série de biografias prossegue, ainda em Fevereiro, com Hillary Clinton e John McCain. Em Abril, serão retratados Joe Biden e Rudy Giuliani.
Publicado por André 01:48:00
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