duas notas, num domingo, ao sol

A primeira, para anotar que se a ideia do Paulo Gorjão, ao meter no mesmo saco António Costa e o A. Morais (Sarmento), neste post era gozar com António Costa, ao compará-lo com Sarmento, então conseguiu-o plenamente.

A segunda para manifestar alguma perplexidade face a algumas reações relativas à publicação das 'memórias', chamemos-lhe assim, de uma das últimas 'senhoras' do Sr. Pinto da Costa. Já li de tudo, até apelos implícitos a boicotes à editora que deu à estampa a 'coisa' (a D. Quixote). É verdade que o livro literariamente não será grande obra prima (queriam o quê ? milagres!) mas também parece ser óbvio que retrata com fidelidade realidades que todos , enquanto sociedade, sabemos que existem, há muito, mas das quais preferimos não saber. Preferimos os 'resultados', imediatos, quaisquer que eles sejam, 'whatever it takes'. Crescemos assim, e no fundo não sabemos viver de outra forma. 'don't ask, don 't tell'. Aliás só assim pode ser interpretada a súbida onda moralista que visa a autora da obra, por esta ser/ter sido isto, aquilo e aqueloutro, e por só ter escrito o que escreveu por despeito e afins. Pois sim. Estranho país este, onde, a partir de determinado escalão, as escutas não servem, os arrependidos também não, os infiltrados muito menos, e quando alguém se lembra de confessar, é logo apelidado de maluquinho. E não, eu não acho que tudo se resolva metendo tudo e todos na prisão, bastava, e bastava mesmo, alguma recriminação social, mas para isso, era preciso que a sociedade se importasse, e soubesse distinguir o preto do branco, o bem do mal e o certo do errado. Sabe ? Sabe mesmo?

Publicado por Manuel 17:19:00  

5 Comments:

  1. Anónimo said...
    Como diz é realmente curiosa a "onda moralista " que para aí vai !
    A que se seguirá o elogio do currículo imaculado do Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa. Ainda heviemos de ver muitos Dragões de Ouro a abonarem em seu favor.
    E Carolina passará a "malquinh de ..."
    Cumprimentos
    ferreira said...
    « ...retrata com fidelidade realidades que todos , enquanto sociedade, sabemos que existem,...»
    Não li a obra literária, «mas retrata com fidelidade...!!? », percebi bem? Só se for do ponto de vista da Srª e dos auto- proclamados profetas da credibilidade do futebol ( que , de resto, esgotaram a 1ª edição em Almada...e que de maneira estranha não constam naquelas páginas, lá ficavam os livros nas gavetas ).
    Enfim..., que é que se há-de fazer?!
    zazie said...
    Posso guardar, José?

    ainda vou no subfascista

    ":O))))
    António Balbino Caldeira said...
    Corajoso, Manuel! É de carácter! Não é fácil ter a franqueza de escrever assim, sem sofismas, nem nuances, o que se sabe, dói e varre para debaixo do tapete dos resultados.
    zazie said...
    Sorry Manel, enganei-me no post

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