Detroit, nova sede da república dos juízes

Por aqui, do Informática do direito, até aqui, ao New York TImes, onde se pode ler o seguinte:

"WASHINGTON, Aug. 17 — A federal judge in Detroit ruled today that the Bush administration’s eavesdropping program is illegal and unconstitutional, and she ordered that it cease at once."
"District Judge Anna Diggs Taylor found that President Bush exceeded his proper authority and that the eavesdropping without warrants violated the First and Fourth Amendment protections of free speech and privacy."

Espera-se a todo o momento a reacção do pessoal do costume e que tarda em gritar em editorial que a república dos juízes já chegou à America. E até com a oposição do Attorney General!
Porca miseria! Depois da Itália e de idêntica tentativa, em Portugal, felizmente abortada pelos vigilantes dos jornais, vemos a America a cair no mesmo lodaçal.
Não há direito!

Publicado por josé 00:33:00  

28 Comments:

  1. josé said...
    Bem...não era para ser levado a sério. Isto era só por causa daquela rábula a propósito das providências cautelares sobre as decisões do Governo para fechar maternidades.

    Há repúblicas e repúblicas e também as há de bananas, mesmo em sentido figurado.
    Unknown said...
    "Bem...não era para ser levado a sério. Isto era só por causa daquela rábula a propósito das providências cautelares sobre as decisões do Governo para fechar maternidades."

    Por acaso tem piada que o que me veio à cabeça quando li o post não foi isso foi a controvérsia em torno das escutas telefónicas.
    zazie said...
    mas não sabem o que é ironia?
    josé said...
    A capacidade de perceber a ironia diminui à medida que aumenta o sectarismo e a obsessão com determinadas profissões, como por exemplo a dos magistrados.

    Sempre que essa patente obsessão atinge o seu grau mais elevado, em vez da ironia como figura de estilo temos a antonomásia, geralmente em tom sarcástico.
    E nessa altura, a capacidade de entender o discurso irónico ressente-se imediatamente.

    Creio que será por isso, sendo essa a interpretação mais benigna.
    Há outra, mas não a vou expor, porque não gosto de substimar ninguém nas suas capacidades intelectuais.
    josé said...
    Se eu acredito nos juízes?
    Que adianta aquilo em que acredito ou não?
    Eu acredito em valores como a honestidade que se opõe à desonestidade; a honra individual que se opõe à venalidade estrutural; a correcção moral que se opõe à relativização de princípios de rectidão de carácter.

    Nenhum destes valores se ensinam em faculdades ou cursos de direito, mesmo em CEJ.

    Depois destes valores essenciais e imprescindíveis a quem decide sobre a vida alheia, mesmo com as regras jurídicas, aparecem outros também importantes, mas que eu troco facilmente por aqueles:

    A competência técnica, por exemplo.
    Não me interessa um virtuoso de Direito a julgar, se náo tiver aquelas qualidades. Usará esse virtuosismo para ser injusto, justificando-se tecnicamente de modo inatacável.
    A capacidade de trabalho e o brio profissional, é outro valor.
    Sendo apreciado por inspectores e advogados, é um valor a cultivar e que merece atenção, pois contribui para o funcionamente de qualquer sistema.

    Agora, à pergunta concreta, tenho a dizer que provavelmente na profissão de magistrado deve haver de tudo um pouco, no que se refere aos valores primordiais.
    Os juíses que conheço, tenho-os como pessoas com preocupações de rectidão e com princípios morais que me sossegam.

    Mas...mesmo assim, temo muito mais pela deformaçáo profissional decorrente da rotina instalada; da incapacidade em passar além do direito positivado e principalmente aquele que considero o maior defeito nesses profissionais: a resistência em julgar procurando descobrir a verdade dos factos.

    Muitos dos juízes que conheço ao fim de poucos anos, decidem as questões com padróes de apreciação formatados.
    As regras processuais capam muitas veleidades de esperança na Justiça.
    Os juízes deixam-se levar muitas vezes pela facilidade e fogem da dificuldade como o diabo da cruz.
    São raros os que o fazem e são esses a quem reconheço o estatuto de Juiz como deve ser:
    Ter qualidades de carácter; conhecimentos e capacidade de trabalho suficientes e ainda vontade de descobrir a verdade.
    Esta característica, para mim, distingue o bom juiz do medíocre.

    E reconheço que há muitos e muitos juízes medíocres.
    Muitos.

    Respondi?
    josé said...
    Jack:

    Relax.Os burros também precisam de parar para comer palha.
    Não estou a chamar-lhe burro. Estou apenas a tentar fazê-lo entender que antes de dar com eles na água, deve parar para pensar. Escreva depois disso.

    O sistema americano é o que é e aqui ninguém precisa dos seus ensinamente para saber que é diferente do europeu.

    A ironia com a "república dos juízes" advém da mania em que por cá, tal como aconteceu na Itália, entende-se toda e qualquer manifestação do poder judicial que é um poder independente dos demais ( ou devia ser) que contenda com o poder executivo ou alguns dos seus representantes escolhidos democraticamente ( e que são quase sempre os mesmos, nos últimos anos, tal como acontecia na Itália), entende-se toda e qualquer manifestaçáo do poder judicial, como dizia, de um modo atentatório do princípio da divisão de poderes.
    E isso mesmo que as leis que fizeram o admitam, como agora acontece com as leis Administrativas.

    O poder executivo reage, através dos seus apaniguados, jacks ou joes, como se o poder que detém fosse o único legítimo e quem o contesta um usurpador.
    Daí à república de juízes é um pequeno passo semântico.

    Temo que mesmo desta vez lhe escape a ironia, mas nada mais posso fazer...
    Tonibler said...
    O juiz de Detroit foi eleito, não foi?
    Então, que comparação é essa com Itália ou Portugal? Lá o juiz tem o poder dado pelo povo, não é um amanuense contratado armado em carapau de corrida.
    josé said...
    Os ministros, secretários de Estado, e respectivos gabinetes( ou seja, o poder executivo) foram eleitos directamente para exercer os cargos que exercem?

    Como é que descalça a bota que não diz com a perdigota?
    Tonibler said...
    A bota do poder executivo (o primeiro ministro e o presidente que são deles os carapaus) é colada directamente pelos representantes do povo. A perdigota dos juízes, sabe-se lá de onde vem....
    zazie said...
    este jack que só vem aqui por reacções pavlovianas em relação aos magistrados há-de ser uma pessoa muito livre.

    ehehehe

    para o Toni o exemplo máximo de liberdade e isenção só existe no poleiro

    ":O)))))
    zazie said...
    de preferência um poleiro cor-de-rosa, claro.
    Nisso o toni e o estripador dos bifes estão em sintonia
    Tonibler said...
    Não, zazie.

    Responsabilidade, essa, existe no poleiro e, por lei, está ausente da prática do juiz. Logo, espera-se que a democracia seja gerida por quem tem a responsabilidade. Aquilo que apontei ao camarada josé é que o juiz de Detroit tem responsabildade sobre os seus eleitores. Um juiz em Portugal não tem responsabilidade nenhuma, por lei e, logo, não lhe podem (devem) ser dadas tarefas fora do mero juízo.

    Liberdade, isenção?? Isso é com cada um.
    zazie said...
    Pensava eu que a cozinha era toda sua. Para quem estripa chouriçadas destas é bom que se entretenha por lá sozinho

    ahahah

    Que convencimento mais grotesco. V. não se enxerga e isso acaba por fazer de si um humorista involuntário
    Juntamente com as patacoadas do toni santos sempre fiel ao partido

    ":O)))
    zazie said...
    o que é v.s fizeram ao papagaio nónó?
    Não me digam que passou à reserva...

    Esse dizia o mesmo com a vantagem de já ser bicho de estimação da casa
    zazie said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    zazie said...
    nem lhe vou perguntar o motivo de colocar aspas em Zazie ou no José...

    Essa cabecinha pensadora não chegava lá. Imagine-se se lhe perguntavam porque não fazia o mesmo a um jack a quem estriparam a abóbora...
    naoseiquenome usar said...
    Sem qualquer pretensão, apraz-me dizer, que, doormir, faz bem :)

    O exemplo do post irónico e crítico e reflexivo, não é mais do que isso. Um exemplo. Exemplo, que pode ser estendido a qualquer profissão. Neste caso, o "José" até se expôs.
    ("Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão")
    josé said...
    Jack:

    Não tem nada de melhor para fazer, do que insultar, no anonimato de um nick, outros anónimos que lhe acertam no calcanhar? Aquilo de que o acusam, não merecia outra defesa?

    Vê-se que não gozou férias como deve ser. Aproveite que ainda vai a tempo. Os relatórios podem esperar...
    e-ko said...
    Triste espetáculo.
    Há problemas júridicos e judiciais que mereceriam toda a nossa atenção e assiste-se a peixeiradas destas...
    Qual é o problema dos que têm nicks, dos que não têm nicks e das senhoras que têm ou que não têm nicks ?
    Discuta-se da realidade portuguesa e não mandem as mulheres para a cozinha, é anticonstitucional, como é anticonstitucional insultar ou mal tratar uma mulher. "Blogosferas" de machões onde se descriminam os blogs femininos. Basta !
    zazie said...
    ahahahahah esta agora é que me deu vontade de rir. A e-conoclasta deu cá uma ideia. Já sei o argumento certo para me esquivar a fazer o jantar- é anticonstitucional

    ":O)))))

    beijocas

    e limpar o pó? é que eu até gosto de cozinhar mas detesto essa parte das limpezas

    ehehehehe
    e-ko said...
    Ri-te, ri-te Zazie,

    Quem é que te manda limpar o pó ? ou cozinhar ? é o machão com quem cohabitas ou os machões que frequentas na blogosfera ? E, para terminar, a indescrição é, ainda mais do que as peixeiradas, uma coisa muito feia... mais, profundamente, grave que a violação do segredo de justiça. Pensa, antes de rir... porque rirá melhor o que rirá por fim !

    ahahahahahaha !
    zazie said...
    machão... essa palavra não há-de faltar muito para se tornar anacrónica. Quem ainda os tem fica de bico calado

    ";O)

    É uma historieta muito tonta. Alguém tem de fazer as coisas e quem não gosta de serralho divide-as com os seus.

    Decididamente sou alérgica a serralhos de criadagem. Sempre achei que é das mordomias mais bacocas. Qualquer animal sabe limpar e cuidar da toca
    josé said...
    Jack:

    Não costumo ligar muito a lapsos de escrita, mas consigo é diferente, porque sei que é adepto do preciosismo em letra de forma.

    Assim, tome nota que só lhe faz bem ao ego e talvez o faça pensar da próxima vez que quiser dar lições ortográficas:

    "Descriminar", no sentido que lhe deu, não existe.
    Agora, como castigo, vá escrever dez vezes no seu blog, "discriminar". Pode ser o verbo na primeira pessoa do singular, do presente do indicativo.
    Afinal, é o que V. faz sempre e fica habituado, assim.
    e-ko said...
    Jack,

    Sabe, a minha ignorância quanto à ortografia correcta quanto ao que não é constitucional, provém do facto de ser trilingue e, mais uma vez, empreguei a grafia mais próxima da língua de Molière. Acontece-me frequentemente. É, de facto, ignorância ser trilingue, visto pelo seu ponto de vista.

    Só creio que os seus pontos de vista são muito vesgos, se acha que favorecer e não discriminar a mulher é continuar a sugeitá-la a maus tratamentos porque na maioria dos casos as mulheres são fisicamente mais fracas. Leia as estastísticas, depois de ter feito o exercício sugerido por José, mesmo que não tenha nenhum blog...
    e-ko said...
    Zazie,

    Fique na cozinha da toca, se lhe dá prazer, mas não se esqueça que também deve limpar o pó e, sobretudo, o das suas ideias se acha que quem tem machões que as tratam mal se devem calar... a minha amiga tem uma mentalidade de Estado Novo e de alcoviteira.
    zazie said...
    oh...

    estamos todos tontinhos hoje...

    qual machismo qual carapuça! estava a dizer que já não há homens e quem os tem que os guarde.

    Sei lá o que são machões. Sei o que é um homem e o que é uma borboleta. Essas prefiro vê-las a voar ao lado das abelhinhas e coisas assim de jardinagem. E não gosto de serralho. É verdade.

    Mas tem piada dizer que eu é que tenho mentalidade de alcoviteira qando foi v. quem fez perguntas pessoais. Como sei que as respostas é que podem ser indiscretas nem respondi.

    Mandei boca ao lado para ser simpática e não lhe fazer uma desfeita.

    Mas não gosto desse paleio de inversão de papéis.
    A esse propósito lembro-me sempre da chanson:
    elle sais pas faire la cuisine, elle sais pas faire le ménage, mais elle fais si bien l'amour qui...

    etc, etc... etc...
    zazie said...
    E essa história de se catalogar machismo ou submissão feminina por saber cozinhar é outro disparate.

    È o mesmo que mulheres a dizerem que não percebem nada de máquinas. Cá para mim se não é deficiência motora é nabice e mainada
    e-ko said...
    Jack,

    Essa do tiro na água não pega. Se fosse, realmente, um tiro na água, o meu caro amigo nem sequer teria reagido...

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