Alarme ou copy-paste?


A divulgação da análise do SIS, inscrita no Relatório de Segurança Interna de 2005, fez soar as campainhas do costume. Segundo o Correio da Manhã, diz o SIS que “embora não se tenha detectado a existência de células locais de grupos terroristas internacionais, passaram por Portugal diversos suspeitos de envolvimento em “recrutamento e preparação de atentados”. O relatório do SIS prossegue afirmando que “detectada a presença de indivíduos com ligações às redes jihadistas europeias, suspeitos de integrarem células terroristas noutros países europeus e de estarem envolvidos em recrutamento e preparação de atentados”.

”As actividades de estruturas de apoio logístico a indivíduos suspeitos continuaram também a verificar-se. O SIS refere que estes terroristas deslocaram-se a Portugal “em busca de documentos falsos, de financiamento e de recuo temporário”, ou seja, um local onde se esconder após terem sido descobertos ou ‘apertados’ noutro país. O SIS refere ainda que “parte significativa” dos suspeitos que pertencem às estruturas de apoio logístico dedica-se simultaneamente – como forma de conseguir fundos – “a outras actividades criminosas como o tráfico de droga, roubo e furto de documentos, cartões de crédito e telemóveis, bem como auxílio à imigração ilegal”., continua.


Vejamos o que disse o SIS no Relatório de Segurança Interna, 2000

“No âmbito do SIS, acompanharam-se os fenómenos de terrorismo internacional, procedendo-se à análise de elementos de informação no sentido de permitirem a permanente actualização da avaliação da ameaça que tais fenómenos poderão representar para a segurança interna.”

E no Relatório de Segurança Interna 2001:

“Num País como Portugal, que há vários anos não regista actividades de qualquer grupo terrorista interno, a dimensão da ameaça resulta sobretudo da repercussão das grandes tendências internacionais, equacionadas em termos do seu impacto no nosso País, assim como da potencial utilização do nosso território como refúgio ou apoio logístico a organizações terroristas internacionais

E no Relatório de Segurança Interna 2002:

“Até ao momento, não se detectou em Portugal qualquer planeamento de
actuação terrorista, mas a hipótese de ampliação de algumas conexões
logísticas já apuradas
e a possibilidade de inflexão táctica de elementos operacionais fugidos ao revés ou risco da detecção noutras paragens, continuam a exigir a manutenção e reforço das medidas preventivas adequadas.

E no Relatório de Segurança Interna 2003:

”Apesar de Portugal ter vindo a servir de plataforma para o desenvolvimento de certa actividades de apoio a células ou a outras estruturas implantadas na Europa, não foram recolhidos indícios consistentes que suportem a existência de grupos terroristas ou o desenvolvimento de procedimentos preparatórios de atentados no nosso País”.

E no Relatório de Segurança Interna 2004:

“No campo da difusão dos princípios ideológico-religiosos, a ameaça em
Portugal mantém-se em níveis moderados. Embora não tenham sido recolhidos indícios da existência em Portugal de grupos terroristas de matriz islamista ou de actividades preparatórias de atentados, o facto de existirem estruturas vocacionadas para o apoio logístico de indivíduos suspeitos de envolvimento em atentados ou de pertencerem a grupos terroristas, aumenta o risco de poderem vir a ser desenvolvidas outras actividades, como o recrutamento de membros para formação de células locais


Enfim....ou durante cinco anos nada mudou e apenas se faz copy-paste do que se disse no ano anterior, ou, como já referiu Medeiros Ferreira já chegamos ao Líbano e ninguém avisa.

Publicado por Carlos 12:43:00  

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