o mal e a cura...

No P(r)ós e Prós, na RTP/1, discute-se a génese da crise. José Pacheco Pereira, o do blog, Maria Filomena Mónica, a do 'livro', Boaventura Sousa Santos, em nome do regime do 'costume', e Miguel Portas, em representação da 'cota' do Bloco, dissertam sobre o regime. Num ponto Pacheco tem toda a razão - Portugal não tem uma verdadeira tradição de debate, de contraditório, porque se tivesse, de facto, quem estaria ali seriam outros. Como tem razão Filomena quando critica o feudalismo reinante por exemplo nas academias. Mas para além das banalidades do costume, muitas mais ou menos certeiras, em momento algum passa pela cabeça daquela gentinha que um dos males do país é as 'élites' - consideradas, e 'ouvidas', quando convém, logo caucionadoras - serem, ao longo destes anos todos, 'eles'. Contudo, numa terra de cegos aqueles são os zarolhos não só que temos como também que queremos, porque sistematicamente renunciamos às nossas responsabilidades cívicas. Em resumo, 14 para Pacheco, 12(sobe para 14 pela secura e frieza com que enumerou algumas evidências difíceis na segunda parte) para Filomena Mónica, 5 para Portas e Boaventura.

Publicado por Manuel 22:48:00  

1 Comment:

  1. António Viriato said...
    Peço licença para discordar. Pacheco Pereira debitou um discurso pouco perceptível, falho de objectividade, coisa que o vem catacterizando de há uns tempos para cá. Vê-se que anda muito influenciado pelas doutrinas neo-liberais, coisa legítima de defender, certamente, embora desenquadrada em alguém que milita - ainda - num Partido inspirado na Social-Democracia, se bem que cada vez menos, a avaliar pelas posições dos seus dirigentes. Pareceu também no debate querer empurrar-nos para os padrões socio-económicos chineses, em nome da competitividade das Empresas e da sustentabilidade do Estado Social. Mais um logro em que certos iluminados nos querem meter, ficando eles, claro, a bom recato, muito longe desses mesmos padrões.Filomena Mónica esteve demasiado nervosa, denotando falta de serenidade nas suas intervenções, embora tivesse dito algumas coisas acertadas. Boaventura, surpreendentemente, para mim, revelou-se bastante sensato, equilibrado nas posições e com pensamento ordenado, quase num verdadeiro registo social-democrático. Nunca é tarde para correcções : políticas ou outras. Miguel Portas foi o mais insensato, sobretudo quando pretendeu justificar entradas maciças de imigrantes, legalizações e naturalizações sumárias, num completo irrealismo, que nem a ãnsia de angariação de prosélitos ou de contados votos alguma vez desculparia.Fazendo como o Professor Marcelo, diria : Boaventura 13, Filomena 12, Pacheco 9 e Portas 7, ou seja, todos à oral, ninguém dela dispensado, a ver se se aplicam mais.

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