Cavaco por Cavaco

Se não houver nada em contrário, tipo uma loira da MTV, um jogo de futebol ou o macaco Adriano noutro qualquer canal, a entrevista que Cavaco Silva dará amanhã a Constança Cunha e Sá, na TVI, deverá ser vista por muita gente. Independentemente do que Constança irá perguntar - o inevitável -, importa a Cavaco estabelecer claramente as "balizas" da sua campanha e a clareza dos seus propósitos. Todas as entrevistas anteriores, tiveram-no, a ele, Cavaco, genericamente como "tema". Quase todas as perguntas formam formuladas em função do que os candidatos "pensavam" dele. Agora, é a vez de Cavaco por Cavaco. Em primeiro lugar, é preciso deixar evidente o carácter "positivo" desta candidatura. A sua, é a candidatura útil e necessária ao país, neste momento. Não por causa de qualquer "providencialismo" serôdio e, muito menos, por uma qualquer vertigem "restauracionista". É, por natureza, a candidatura "moderada" que, sem esconder os apoios partidários de que dispôe, melhor "fala" a todos os sectores do eleitorado, precisamente por ser a única que não é sectária nem segregadora. É o candidato que, uma vez eleito, melhores garantias dá de, respeitando os direitos das oposições, compreender e dar sequência ao sentido do voto maioritário das últimas legislativas: estabilidade, austeridade democrática e credibilidade. Em segundo lugar, Cavaco deve evitar responder aos adversários no mesmo tom de "barrela" que tem sido utilizado contra si. Falar dele mesmo, apontando o que o distingue politicamente dos outros, é o suficiente. Finalmente, e pensando nos seus mais consistentes adversários, Cavaco deve apelar ao voto, à participação na pré-campanha e na campanha, da rua aos "espaços digitais", contrariando a tentação abstencionista e os triunfalismos precoces. De Cavaco espera-se uma campanha popular, sem "populismos", com alegria mas sóbria, determinada e realista. Uma campanha que, verdadeiramente, começa já amanhã.

Publicado por João Gonçalves 18:43:00  

3 Comments:

  1. Arrebenta said...
    Depois de ler isto, fico muito satisfeito por saber que ainda há quem acredite no Pai Natal.
    Brevemente,
    em,
    http://great-portuguese-disaster.blogspot.com/
    publicarei o texto daquela verdadeira entrevista que Cavaco sempre quis, mas nunca se atreveu a dar...
    Arrebenta said...
    Ah, sim, e já agora... deus nos livre do Cavaco,
    agora,
    e na hora da nossa morte...
    xatoo said...
    melhor seria que tivessem vergonha das procissões de beatos acarretados em camionetas como antigamente, e da Kátia a cantar com o Marco Paulo em Fàtima!
    "a Fé é assunto do foro íntimo de cada um e deve ficar dentro das Igrejas"
    O nosso problema com a padralhada está na ocupação da via pública, com obras que não as do interesse do bem colectivo, aliás, não tem mesmo nadinha a ver com isso - mas tão só com a eleição da múmia para presidente.
    grrrr!

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