Reflexões irreflectidas
terça-feira, outubro 25, 2005
O cidadão "Irreflexões" dá-nos conta das suas "razões para não votar em Mário Soares" e, entre parêntesis, em Cavaco Silva. Dizendo-se da "área socialista", o referido cidadão diz logo nas primeiras linhas ao que vem: "reclamar" a boa herança do segundo mandato "soarista" que consistiu em "defender o país de uma proto-ditadura pessoalizada por Cavaco Silva". Ficámos esclarecidos. Esta "proto-ditadura", nota, teria mais a ver com a famosa teoria "das forças de bloqueio" do que propriamente com características eventualmente fascizóides do então primeiro-ministro, o que já nos tranquiliza um pouco mais. Com alguma tolerância, o nosso autor ainda concede o epíteto de "despotismo iluminado" a essa "proto-ditadura", apesar da "polícia de choque" e dos "serviços de informação". De repente, o autor "salta" sem mais desta algaraviada básica para o dr. Soares e, não fosse a menção do nome do "déspota iluminado", poderíamos pensar que continuava vidrado no professor. Soares também não é poupado. A sua candidatura comporta "um grau de perversão da democracia em nada inferior" ao do referido "déspota", com "um certo toque de desespero ou alienação cujas origens se desconhecem" (sic). Perante tamanhas monstruosidades - um "déspota" propriamente dito e um "quase déspota" democrático - o cidadão "Irreflexões" medita sobre a "viabilidade da candidatura de Manuel Alegre" para concluir de imediato que também ele não o "convence". Que fazer, pergunta finalmente este angustiado homem "de esquerda"? Ele está, no entanto, disponível para ser "convencido" ou, caso contrário, votará "em branco". Com o devido respeito, parece que tantas "(ir)reflexões" reconduziram o nosso autor de volta ao seu irreflectido labirinto privado. Na busca do seu "código Da Vinci" presidencial, tentou achincalhar pelo caminho o que de melhor possuem as duas pessoas que refere expressamente (e, de alguma maneira, a terceira): as suas biografias. Porém, e como escreve logo de ínicio, o autor nasceu tarde para as suas "irreflexões" políticas. Mas vai sempre a tempo de aprender.
Publicado por João Gonçalves 14:45:00
Caro JG
Fala de que biografias ? As oficiais ou as privadas?
De fora não fica ninguém elegível, nem o poeta desertor quanto mais o resto do folclore
E como vamos apanhar com Cavaco nem sei para quê tanta preocupação com o voto...
":O?
será que também devo incluir aspas no meu nick?
pÔôô... só coisas que me apoquentam
":O.