O ex-refugiado

O actual ministro da Justiça, licenciado em Direito, em Lisboa, foi da Oposição Democrática e preso pela Pide em 1969. Foi excluido de "todas as universidades" por "decisão do governo da ditadura" e refugiou-se em França onde alcançou o respectivo estatuto, em 1973/74. Um ex-refugiado, portanto, é o que temos actualmente como ministro da Justiça.

É advogado desde 1974; deputado desde 1991 ; já foi ministro e é-o outra vez e foi também administrador não executivo da Petrogal, em 1997-98. É esta a biografia sucinta que o próprio dá de si, na página oficial do ministério da Justiça. A passagem por Macau é para esquecer e as actividades como advogado nem são lembradas. Diz que é advogado desde 1974, mas não se diz onde, quando e com quem. Uma pesquisa no Google pouco ajuda e apenas se vislumbra que foi advogado intermitente, nos anos setente e ainda no ano de... 1998!

O actual ministro da Justiça que tem andado muito calado, disse na sua primeira entrevista como ministro, em 5/5/2005, à revista Visão o que pensava de teses conspirativas correntes que o apontam como perseguidor implacável de magistrados...

Eu nada disse que possa ser interpretado no sentido de converter os juízes, os magistrados do Ministério Público ou os advogados, nos bodes expiatórios do sistema. Acho que os políticos existem para serem os bodes expiatórios do mau funcionamento do sistema. Pela minha parte estou disposto a assumir esse papel. O que é preciso é adoptar medidas e não apenas exarar explicações e discursos

Ora temos então que é o próprio que aceita a posição de bode expiatório desta greve geral no sector da Justiça como nunca houve outra em Portugal! E que consequências vai então tirar?! Esconder-se, como fez hoje? Prestar declarações contraditórias em que num dia admite a greve como reflexo da normalidade democrática, depois de a vituperar como impensável em órgãos de soberania porque ...não prevista na Constituição! ( entrevista ao Correio da Manhã, em 28/7/2005) e agora recentemente afirma que a greve põe em risco o prestígio das instituições democráticas?! Que ideias tem o ministro para a Justiça?! Numa entrevista ao Correio da Manhã dizia que a Justiça precisava de...
algumas reformas, melhor organização, melhor aproveitamento dos recursos e, fundamentalmente, de modernização de processos.
Pois, vejamos então a página do Ministério da Justiça. De uma pobreza confrangedora, nem sequer o organigrama do ministério está disponível para consulta pelo "público"! Mas com data recente, de 13 de Outubro, o ministro admitiu ao serviço do seu Gabinete uma assessora para prestar trabalhos desse género, " na manutenção dos conteúdos da página oficial do Ministério da Justiça". Remuneração: 3254 euros por mês, 14 vezes por ano. Vamos a ver se a página melhora...

Publicado por josé 17:00:00  

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