O PREGO - ESTATÍSTICAS DO MONTEPIO [I]
Fevereiro, 1876.

Dizem os jornais e repetimo-lo nós - porque é este o facto culminante da crónica do presente mês - que no dia da segunda-feira de Entrudo subiram as transacções sobre hipotecas no Montepio Geral à quantia de 300 contos de réis!

Quem foi que pediu emprestada esta avultada quantia? Não foram as pobres criaturas imprevidentes do Demi-Monde, porque em Lisboa não existe essa espécie de classe social; e a classe que em Lisboa substitui o Demi-Monde não tem jóias que empenhar no Montepio Geral para dar ceias ou bailes no dia de Entrudo, e resume as suas desordens carnavalescas em "pendurar" um falso cachemire e um par de botinas a troco de um dominó e de um meio grog.

É pois evidente que foram pessoas honestas as que pediram 300 contos de réis na segunda-feira de Entrudo.

Foram as mães de família, foram as esposas, foram as filhas que, no lar doméstico, na tranquilidade do dever, combinaram friamente, serenamente, com os seus filhos, com os seus pais, com os seus maridos, esta amigável negociação: porem no Montepio a sua velha prata, os antigos talheres de família, o copo e a argola do guardanapo de um pobre avô caquético, as joías que representavam lembranças de datas queridas, os presentes de noivado, da primeira comunhão, do dia de anos; e trazer do Montepio, em troca de tudo isto, vinte ou trinta libras ?

As Farpas

Publicado por contra-baixo 18:10:00  

5 Comments:

  1. Anónimo said...
    Deixemo-nos das farpas repetitivas limianas que não interessam a ninguém nem sequer ao menino jesus e falemos do que interessa verdadeiramente aos portugueses:

    Cerca de 190 000 alunos dos 3º e 4º anos do ensino básico já vão ter aulas de inglês durante este ano lectivo que agora começou, isto é, mais de 90% dos alunos.

    Os excelentes resultados obtidos devem-se, fundamentalmente, ao empenhamento das entidades promotoras (autarquias, associações de pais, agrupamentos, etc.), bem como dos serviços do Ministério da Educação que trabalharam no sentido de viabilizar as propostas de adesão, para proporcionar mais rapidamente o ensino gratuito de inglês aos alunos dos anos de escolaridade abrangidos.

    E tudo isto feito com a prata da casa, sem consultorias milionárias dadas aos amigalhaços.

    Parabens a todos os que, independentemente dos partidos a que pertencem ou com quem simpatizam, puseram os interesses dos alunos e de Portugal acima dos seus interesses pessoais ou corporativos. E parabens a este Governo, que tem uma larga visão do Portugal do futuro.
    contra-baixo said...
    A este infeliz nem num feriado lhe dão descanso. Vida desgraçada!
    Anónimo said...
    E para cúmulo, o homem nem sabe que este é um texto de Ramalho Ortigão, de 1876 !

    É mesmo uma vida desgraçada !
    Anónimo said...
    Deixemo-nos das fofoquices que nem sequer dão um feriado de descanso aos trauliteiros limianos e falemos do que interessa aos portugueses:

    Depois de muito se ter dito e palpitado sobre negociatas das nossas empresas energéticas (Galp, EDP, Transgás, ENI, REN, etc.), o nosso sector energético tem finalmente uma plataforma estratégica bem definida e correcta.

    É uma plataforma que tem como objectivos principais os seguintes:

    a) Diversificação dos recursos energéticos e aumento da eficiência energética.

    b) Maior concorrência entre os players, de modo a proporcionar melhores preços e serviços aos consumidores.

    c) Preferência por energias limpas, de modo a cumprirmos os compromissos internacionais derivados do protocolo de Quioto e de directivas comunitárias.

    A virtude desta estratégia agora definida pelo governo é o facto de se estabelecerem regras básicas do jogo, e não andar o Governo a jogar como se fosse uma empresa.

    Aguarda-se agora que as empresas joguem, já que segundo esta estratégia nenhuma está impedida de fazer o que entender, seja no petróleo, seja no gás, seja na produção de electricidade por qualquer processo (hídrico, térmico, eólico, biomassa, etc.). Com uma única condição, respeitar as regras da concorrência e tenderem gradualmente para uma menor dependêncoa dos combustíveis fósseis e dos emissores de CO2.

    Um mercado energético livre, seja português, ibérico ou europeu é isto mesmo. O Estado regula, as empresas produzem e associam-se como entenderem.

    Para já, muito bem sr. ministro da economia!
    Anónimo said...
    Mensaje para el papagaio nonó: tienes unos recaditos en los comentarios al post "Transparencias"...and remember....Echelon is watching...!

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