O desafio
domingo, outubro 02, 2005
Ouvido mesmo agora, no telejornal da RTP1. Alberto João Jardim, aparentemente sóbrio, pausado e em pose de desafio, dirigiu-se directamente ( através do écran...) a Jorge Coelho, desafiando-o para um duelo:
"Dizem que é o homem mais poderoso de Portugal!"
- "Pois aqui estou eu!"
Em que país civilizado e ocidental, teríamos direito a um show off deste tipo?!
Publicado por josé 20:50:00
20 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Em tempos dediquei algum tempo a escrever sobre este nosso Fraga de pacotilha que habita na Madeira, muito diferente da Galiza que nos avizinha pelo norte.
Aqui fica como curiosidade:
(Alberto João Jardim) é um Conselheiro de Estado e doutorado "honoris causa", pela Universidade de S. Cirilo!
Para além disso, ainda Cavaleiro Honorário da Ordem Bizantina do Santo Sepulcro; condecorado por várias instituições, entre as quais a da Communidad del Municipio de Chacao e ilustre titular de comendas concedidas em nome de grandes fguras mundias da extirpe de un don Ricardo Montilha; um Juan Guilhermo Irribarren; um Saurau de Aragua e um Jacinto Lara!
É ainda titular de uma comenda, concedida por uma reputadíssima instituição da Grã-Cruz da Estrela Polar (Suécia )!
Portanto, o nosso comendador emérito e autor dos escritos ontem transcritos, não é qualquer Zé das couves que escreve em blogs! E isso tem o seu quê de transcendente.
Por isso, enquanto político, comendador, doutor honoris causa ( pela Universidade de S. Cirilo!) dirigente do PSD e responsável pelo Governo Regional, escritos como esses transcritos, que nem sequer são inéditos. São apenas mais uma acha para a fogueira da condescendência, essa sim, preocupante, com que a apelidada III República o tem brindado durante mais de um quarto de século. Não andará, por aquela cabeça tonta, uma ideia subconsciente de 3º reich, em resultado daquela cultura notável, de doutor "honoris causa" ( pela Univ. de S. Cirilo), de que dá mostras a cada passo?!
E contudo, em 1974, a mesma cabeça pensava de modo diverso:
O Governador numa região autónoma, deve ser eleito por sufrágio directo e universal, e por maioria absoluta. Um período de quatro anos pode considerar-se razoável. Mas o princípio da não reeleição é útil porque não faz a governação cair numa rotina perniciosa, nem faz cultivar o gosto ou o vício pelo poder."
29-12-74
(Alberto João Jardim, Tribuna Livre, Ponta Delgada, 1995, pp.88-89)
Mudou de ideias, nestes trinta anos...
Mas não só de ideias. À aparente contenção e sensatez do discurso de 74, sucedeu uma vertiginosa fuga para qualquer lado onde possa perseguir fantasmas e conspiradores imaginários.
Embora defenda com todo o vozeirão a "democracia" e encha a boca com o poder derivado dos votos, a verdade é que lhe foge sempre o pé para a chinela da irrisão e para a chanca das enormidades, proferidas em ocasiões selectas, geralmente nos Carnavais de Fevereiro e de Chão da Lagoa.
Para apreciar esta evolução idiossincrática, talvez seja útil a citação textos avulsos e em sincretismo ecuménico.
Na conferência «Madeira - Região Europeia 2004», em Outubro de 2003, Alberto João Jardim afirmou: «Na minha opinião é de manter na Constituição os princípios fundamentais e os direitos, liberdades e garantias. Mas eliminaria todos os capítulos da parte laboral e orientação económica, social e cultural».
Sobre o escândalo recente, apesar do escrito mesmo agora transcrito em que professa a sua fé democrática nas instituições e princípios fundamentais, verifica-se uma discrepância conceptual entre esta declaração de Conferência e o escrito ontem publicado no jornal O Diabo, onde AAJ assenta a espada nas "instituições que têm a ver com a Segurança Nacional", numa alusão explícita à Polícia e Ministério Público que para ele estão infestados de comunistas.
Porém, a este propósito, nem sempre a opinião do governante regional se tem revelado assim tão desbocada:
«Não respondo sobre perguntas concretas que estejam a ser analisadas pelo aparelho de Justiça». Foi deste modo que o presidente do Governo Regional se pronunciou, ontem, sobre o caso que está abalar o desporto português e que já justificou a detenção de Valentim Loureiro e do presidente e vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa e António Henriques, respectivamente, por suspeita de tráfico de influências na arbitragem. No entanto, e enquanto político e cidadão livre, Alberto João Jardim não se coibiu de dar a sua opinião global sobre o aparelho de Justiça português. «Ao contrário de outras vozes hipócritas, eu digo publicamente que não tenho confiança na Justiça em Portugal».
Nesta senda desafiadora da paciência democrática, AJJ tem arranjado, ao longo dos anos, várias explicações curiosas para os fenómenos politico-sociais que o afectam e que revelam uma concepção no mínimo peculiar do que é a democracia e a responsabilidades política dos eleitos.
Mesmo apelidando abertamente de "idiotas" as leis gerais, aprovadas democraticamente, não há consequências práticas por tal conduta, Ao encolher de ombros democrático e à condescendência habitual dos demais poderes soberanos, relega-se sempre para a terra do nunca as disposições constitucionais ( artº 234 Constituição) que admitem a dissolução democrática do doutorado "honoris causa" ( pela Univ. de S. Cirilo) por " prática de actos graves contrários à Constituição".
Ainda recentemente, em Dezembro de 2003, afirmava em Público:
http://jornal.publico.pt/publico/2003/12/05/Nacional/P23.html
Jardim contestou também a "legislação colonialista" e "a obrigatoriedade de cumprir as leis gerais da República que são autênticas idiotices". Verberou igualmente os "poderes corporativos" dos magistrados e da comunicação social, "sem legitimidade democrática", atribuindo por isso culpa ao "comportamento cobarde" da classe política de Lisboa. A propósito apontou o dedo acusador contra jornais nacionais que no seu entender dificultam as suas negociações com o governo central, "prejudicando a Madeira e a sua economia", enquanto os seus jornalistas "passeiam-se impunes nas ruas do Funchal sem que ninguém os castigue" [Há anos, quando desvendou uma cabala anti-Madeira alegadamente arquitectada por Bush pai, pela Trilateral e pela Maçonaria, Jardim avisou que três jornalistas madeirenses, correspondentes de órgãos nacionais, entre os quais o PÚBLICO, só não foram "punidos com fuzilamento" porque, confessou, "Portugal é um Estado de Direito democrático"].
Assim, perante este contínuo espectáculo carnavalesco, só mesmo a tolerância de entrudo, em que "passa tudo", pode explicar a manutenção deste sempre-em-pé, à frente da política regional e local, em vez de retomar o seu lugar de cátedra na Universidade de S.Cirilo, para ensinar "ciências políticas", eventualmente pregando-as aos peixes, informado-os das conspirações tenebrosas dos lobbies da maçonaria, trilateral, gays e, acima de tudo e de todos, dos comunistas!
Talvez que nessa terra distante e perante os peixes embasbacados, pudesse dar largas ao histrionismo reconhecido e aparecer em todo o esplendor deste retrato que em tempos lhe fez Alfredo Barroso, no Expresso, em 18.10 1997 :
Estou a vê-lo em cuecas, sempre grotesco e rasca, na primeira página do
«Tal & Qual». Ou de copo de «whisky» na mão, a rir-se, no meio da sua
trupe carnavalesca. Ou, ainda, vestido de palhaço, a fazer um manguito
com o dedinho espetado para cima e a proclamar, muito ufano: «Quero
que se foda a Assembleia da República! Já disse que me estou cagando
para Lisboa! O país não se revê em Lisboa, naqueles parvalhões que
andam por lá e têm a mania que mandam nisto tudo!». São imagens e
palavras do presidente do Governo Regional da Madeira.
Enfim...até acaba por ser triste.
PS1- já agora , alguem sabe qual foi o Juiz do " caso Macau " e no " Caso Felgueiras " , já se sabe quem foi o Juiz , que a avisou ?
PS2- EU ACREDITO NA JUSTIÇA PORTUGUESA , piiuuuuuuu
Tudo o resto é puro gozo.
OU HÁ MORALIDADE OU COMEM TODOS
Governo retira regalias a advogados e solicitadores.
Caixa de Previdência vai deixar de ser financiada com as taxas de justiça.
Código das Custas Judiciais prevê financiamento da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores.
O Governo vai cortar o financiamento à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, apurou o DN. Na caixa de previdência destes profissionais liberais entra todos os meses uma parte do total da taxa de justiça cível paga pelos utentes dos tribunais, conforme dispõe o artigo 131.º do Código das Custas Judiciais (CCJ), o que nos últimos quatros anos correspondeu à transferência de quase 20 milhões de euros para aquele cofre com vista a cobrir despesas de comparticipação assistencial. A tutela está a trabalhar na alteração daquele artigo, e vai acabar com a benesse.
Trata-se de uma alteração que pretende "harmonizar" o CCJ com a medida do Governo de reduzir o número de utentes do Serviço Social do Ministério da Justiça (SSMJ), organismo que é igualmente financiado por parte do total das taxas de justiça. Em resultado das receitas geradas através das custas judiciais, o SSMJ recebeu em 2004 quase 16 milhões de euros, destinados a beneficiar 98 641 utentes, incluindo magistrados e funcionários judiciais. Por sua vez, a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) foi contemplada com quase nove milhões de euros do mesmo saco, para benefício social de 37 696 profissionais liberais (ver quadro).
Em declarações à RTP, no domingo, o ministro da Justiça manifestou-se contrário a que sejam os utentes dos tribunais a "alimentar", em cerca de 50 por cento, o subsistema de saúde dos agentes do aparelho judiciário e familiares, referindo-se à sua decisão de transferir cerca de 70 mil utentes do SSMJ para a ADSE. Alberto Costa, contudo, não fez qualquer alusão à CPAS, embora soubesse que este sistema privado de segurança social, classificado de interesse público, também se alimenta da mesma fonte e, proporcionalmente, em montantes mais elevados.
Fonte do MJ, em declarações ao DN, garantiu que vai haver "harmonização das medidas". Para isso, garantiu que está já a ser trabalhada a alteração do artigo 131.º do CCJ - o qual prevê não só o financiamento do SSMJ e do CPAS como também, através deste, o conselho geral da Ordem dos Advogados e da Câmara dos Solicitadores (ver coluna).
Assim, prevendo reduzir em cerca de 80 por cento os utentes do SSMJ, o MJ vai também acabar - tal como têm reivindicado os juízes e funcionários judiciais - com o financiamento da comparticipação assistencial para trabalhadores por conta própria, como é o caso dos advogados e solicitadores.
A Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP) aplaude a a alteração do CCJ, classificando de "aberrante" o financiamento do CPAS. "É como se a taxa moderadora dos hospitais fosse para financiar a Ordem dos Médicos", disse ao DN Alexandre Baptista Coelho, presidente daquele sindicato. Porém, considera "demagógica"a redução dos utentes do SMMJ. "Trata-se de um serviço que se autofinancia, sem recorrer ao Orçamento do Estado", defendeu. O MJ contesta esta última posição, frisando que o financiamento do SSMJ é obtido em mais de 75 por cento à custa dos utentes da justiça, oriundos das taxas de justiça cível e criminal, e de taxas sobre os emolumentos do registo e notariado. "Os magistrados usufruem quer do SSMJ quer da ADSE, mas apenas descontam para este último subsistema de saúde", explicou ao DN fonte do MJ.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público concorda que se altere o CCJ, mas não só. "As medidas anunciadas pelo ministro obrigam a que se mexa em tudo", disse António Cluny, presidente daquela entidade. O bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, prefere conhecer antes as alterações ao CCJ, para ver se o CPAS vai ser afectado, e só depois proferir um comentário. Para o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, as verbas transferidas para o CPAS "geram uma situação incompreensível", questionando "Porque é que os tribunais têm de financiar uma caixa de profissionais liberais?" E garante que tal "só acontece em Portugal".
[Licínio lima -Diana Quintela, in DN]
Muito bem sr. ministro da Justiça
Só mesmo se for "aparentemente"
Hugo
http://jamsession.blogs.sapo.pt
Fico a aguardar a resposta do Capo Jorge Coelho... :)
http://geracao-rasca-blogspot.com
Autarquias, obras públicas, aquisições militares... é investigar um pouco, srs.
Mas investigar como?!!
Quem é que investiga a sério, em Portugal, este tipo de coisas que são oviamente da maior gravidade para um regime que se quer democrático e transparente, pelo menos em letra de lei?!
NINGUÉM! Que não haja qualquer ilusão a este respeito.
E ele(s) sabe(m)-(n)o!
Muito bem, aliás.
Sendo essa a principal e única razão para se suspeitar legitima e razoavelmente de que há motivos inconfessãveis para não dar provimento às inúmeras queixas sobre falta de meios materiais e humanos nas entidades investigadoras por excelência- DCIAP e PJ- e para se recusarem a modificar certas leis a não ser naquilo que lhes convém e que redunda ainda em maior opacidade!
Basta dizer que em matéria de financiamento partidário, segundo a lei de 2003, o financiamento entendido como proibido é punido com pena de prisão até 3 anos!!! Tal como um qualquer crimezeco de estalada na cara, e das leves!
E tal como um crimezeco dessa natureza também o crime de financiamento ilícito é...semi-público! Depende de queixa e não é de qualquer pessoa- mas apenas da Entidade das Contas...segundo dispõe o artigo 28 da Lei 19/2003 de 20.6 que por seu turno também só está em vigor desde 1.1.2005!
Tudo o que estaja para trás, neste domínio, vale zero criminalmente. ZERO! Nem que o(s) dito(s) cujo(s) confesse(m) que amassou uma fortuna para o partido, em termos criminais isso vale ZERO!
Assim, o AJJ pode muito bem ameaçar veladamente responsabilidades futuras...para o seu antagonista de duelo. Ele sabe muito bem que no pasa nada.
Que fizeram os "petit juges" ( como lá são chamados...) de instrução ( o MP em França depende totalmente do executivo)?!
Pois, foram desenterrar uma lei antiga sobre o ...abuso de bens sociais!
E com essa lei prenderam patrões e fizeram descambar esquemas de corrupção que por cá nem se sonha sequer em desmontar. Alguém se atreve a invstigar a sério uma GALP?!
Alguém de cá- alguma Cândida de Almeida ou algum Santos Cabral ou Bonina, ou Fernando Negrão, ou seja lá quem for- teriam coragem para se porem a investigar profissionalmente e com competência uma ELF-Acquitaine?! COmo o fez o petit juge van Ruymbecke?!!
Respondam, se entenderem.
A minha resposta, porém é esta : NÃO!
Por cá, falta quase tudo e não são sequer os meios.
quando chama desafio à logorreia do AJJ, presumo que estará a ser irónico, pois acredito que não pertença ao histriónico conjunto de indefectiveis ferrabrazes, que fazem parte da corte do soba madeirense, que entende que lá pelo quintal onde dá largas à sua pródiga má-criação e falta de gosto, governa democraticamente!
Lamento apenas que, quer o seu responsável de partido, quer os mais alto magistrado da nação, se recolham em devoto silêncio com medo de levarem em cima com mais algumas diatribes daquela pobre amostra de político regional.
Tivesse este País à sua frente políticos a sério e já nos teríamos livrado de tão ridículo personagem, que só se tem conseguido manter à custa do OE.
Cumprimentos
Il est des livres qu’on aimerait ne pas avoir à ouvrir. Parce qu’ils nous plongent dans une réalité peu ragoûtante, celle d’une France corrompue. Jusqu’à la moelle. Il faut pourtant bien les lire, et les faire circuler : pour que nul n’en ignore. Il n’est pas de changement politique possible dans ce pays tant qu’on n’y aura pas fait le ménage. Tant qu’on n’aura pas nettoyé les écuries d’Augias, ce fumier de la corruption française. « Est-ce dans ce monde-là que nous voulons vivre ? », nous demande Eva Joly, l’ancienne juge d’instruction de l’affaire Elf (1). Assurément pas. Mais c’est dans ce monde-là que nous vivons. Celui où la justice est impitoyable pour le voleur de poules ou le fumeur de pétard et laisse courir et prospérer le délinquant en col blanc, qui mène grand train avec les millions volés à la collectivité nationale.
Enfin, ce n’est pas tout à fait vrai. Ne sommes-nous pas dans une démocratie, un État de droit ? Il y a bien eu une « affaire Elf » que la justice a eu à connaître ; une instruction, des notables impliqués, emprisonnés pour certains, jugés : de quoi se plaint-on ?
Il y a eu l’apparence d’une affaire judiciaire menée à son terme avec toute la rigueur voulue ; il y a la réalité d’une instruction entravée, où l’on ne doit qu’au courage et au sens du devoir de quelques magistrats (Eva Joly, Laurence Vichnievsky, puis Renaud Van Ruymbeke) de ne s’être pas complètement enlisé, d’avoir permis d’entrevoir la vérité, de coincer quelques beaux escrocs et tant pis pour tous les autres, qui ne seront pas inquiétés. D’un iceberg de corruption, la ténacité de ces quelques juges aux moyens dérisoires aura permis de faire immerger le dixième, les neuf autres restant cachés sous l’océan de la pourriture. Il aura fallu près de dix années pour ce résultat-là. Et ce sont ces dix années que raconte, avec passion et amertume, la juge principale du dossier ; et c’est une histoire incroyable, de celles qu’on lit dans les polars de la « Série noire » en frissonnant. Rien n’aura manqué pour tenter de faire lâcher prise à la juge et à son équipe : cambriolages (jusque dans les locaux de la police, dans le cabinet d’instruction), destructions de preuves, faux témoignages, tentatives d’intimidation, écoutes téléphoniques, menaces de mort, campagnes de presse visant à la discréditer... Rien.
Eva Joly dresse « cette liste désolante des délits » qui ont marqué son enquête au long cours et qui, dit-elle, « font ressembler la République française à une démocratie de façade où les criminels ont l’arrogance de l’impunité ».
République bananière
Ce sont des méthodes de « république bananière » ! L’accusation fut lancée par l’avocat de Roland Dumas pour protester contre les mauvaises manières qu’on faisait à son client.
Le qualificatif s’applique si bien dans le sens inverse : la protection à tout prix de notables intouchables (« le revers de leur veste est fleuri de la Légion d’honneur. Leurs boutons de manchettes sortent des écrins de la place Vendôme. Le Who’s who leur consacre de longues notices. Ils nous montrent avec insistance qu’ils ne sont pas à leur place sur cette chaise un peu usée. Certains laissent simplement affleurer un certain désarroi et perdent pied ; la plupart ne peuvent cacher leur morgue. Ce sont des animaux à sang froid, d’une intelligence déliée, passant brutalement d’une douceur convenue, presque mielleuse, à un ton cassant, haineux, implacable. »), dont les complicités remontent au plus haut dans l’appareil d’État. Et s’ils se savent protégés, c’est aussi parce que leur silence protège plus haut placés qu’eux... D’où vient, par exemple, que celui qui était encore à l’époque le président du Conseil constitutionnel ait été prévenu la veille de la perquisition effectuée au petit matin à son domicile, pourtant, on s’en doute, soigneusement tenue secrète par les magistrats ? Il s’en vante devant trois témoins lorsqu’on vient sonner à sa porte (...et le nie dans son livre : « Je dormais profondément, je n’avais aucune idée de la raison de ce coup de sonnette » !) Eva Joly raconte comment cette irruption dans son instruction du célèbre avocat marque un tournant dans son déroulé : « Ses amitiés de toutes natures et de diverses obédiences » (madame la juge sait choisir son vocabulaire !), « sa familiarité avec le palais de justice, son compagnonnage de Conseil de ministres avec le garde des Sceaux de l’époque, Élisabeth Guigou, et avec bon nombre de ministres du gouvernement Jospin, ses relations chaleureuses avec le président de la République, Jacques Chirac, sa fonction prestigieuse, clé de voûte de la Constitution... Tout se ligue contre nous. Selon une règle vieille comme l’administration, la solidarité de l’institution s’arrête là où commence sa tranquillité. Nous sommes désormais "le caillou dans la chaussure" du président du tribunal de Paris et du procureur général... »
Les Deviers-Joncour, Tarallo, Sirven, Le Floch, passe encore. Avec Dumas, la juge franchissait la ligne jaune.
Quarante-huit heures
On sait comme le vieux grigou s’est sorti d’affaire, avec les honneurs : après une condamnation en première instance (six mois ferme), Dumas fut blanchi en appel. Dont acte. On ne commente pas une décision de justice.
On sait aussi qu’il mit l’accent sur cette autre « affaire dans l’affaire » : celle des vedettes de Taïwan, infiniment plus juteuse, selon lui (en argent noir, commissions, rétrocommissions...), que l’affaire Elf elle-même. Sans doute espérait-il ainsi faire saisir la Cour de justice de la République (Haute Cour), seule à même de juger un ancien ministre pour une affaire relevant de ses fonctions de l’époque. Il aurait ainsi échappé à l’instruction de l’affaire Elf. La juge a été mise en garde contre toute intrusion dans ce dossier sensible, couvert par le « secret-défense ». Elle raconte à ce propos cette ahurissante entrevue, dans un cocktail d’ambassade, avec un « général français de très haut rang » qui semble d’abord compatissant : « J’imagine que cela ne doit pas être drôle pour vous tous les jours, Madame. Cette agitation, ces pressions, ces menaces... Mais je pense que vous arriverez au bout. » Silence. Puis, froidement : « Ce sera une autre histoire si vous quittez le milieu du pétrole pour approcher celui des ventes d’armes. Chez nous, il n’y a pas d’avertissement : si vous commencez à enquêter, je vous donne quarante-huit heures... »
Eva Joly ne s’aventurera pas dans l’affaire des vedettes : non par peur (elle a appris à vivre avec), mais parce qu’elle aurait alors, probablement, été dessaisie du dossier.
Secret-Défense
C’est justement là où Eva Joly s’est arrêtée que commence le second livre dont je voulais vous entretenir : celui de l’ex-juge Thierry Jean-Pierre (2). Devenu avocat (et toujours député européen), Jean-Pierre a choisi de raconter l’affaire des frégates de Taïwan (nom de code : dossier Bravo).
C’est aussi un polar où tout est vrai, fruit d’une enquête au long cours en France, dans les milieux d’affaires concernés, et dans cette « île au trésor » où le scandale a éclaté. L’auteur reprend toute l’affaire par le commencement, en 1991, lorsque la société française Thomson (aujourd’hui Thalès), en partenariat avec la Direction de la construction navale (DCN, sous tutelle du ministère de la Défense) arrache à la Corée un juteux marché : six vedettes de combat, pour un montant initial de seize milliards de francs. Avec la complicité des amiraux taïwanais, ce prix ne cessera de monter, pour un surcoût que l’auteur évalue à cinq milliards de francs. Le prix de la corruption. Celle des décideurs taïwanais, les pontes de la Navy, aujourd’hui retirés, fortune faite. Mais aussi celle des intermédiaires de tout poil, chinois ou français, qui se sont grassement servis au passage. Sans parler du financement politique : « On me dit que le financement de la campagne électorale de la campagne présidentielle de 1995 a été généreusement abondé par des espèces provenant de ce bel argent. [...] Pour savoir s’il s’agit ou non de rumeurs, il n’y aurait guère qu’une seule possibilité : donner des moyens à la justice de travailler et lever le secret-défense sur toute la partie non strictement militaire du dossier Bravo. Aujourd’hui, nous sommes loin du compte. » C’est seulement par la coopération de la justice suisse (notamment le célèbre juge Paul Perraudin, qui avait déjà bien aidé dans l’affaire Elf) que les instructeurs de l’affaire, à Taïwan comme en France (le tenace Renaud Van Ruymbecke planche sur le dossier), pourront, peut-être, y voir un jour un peu plus clair. Car les gouvernements de la France, gauche ou droite, droite après gauche, s’accrochent comme des berniques au secret-défense. On « laisse tomber une chape de plomb sur ce qui, en révélant des vérités scandaleuses, pourrait compromettre la carrière de quelques hommes et femmes politiques ».
En lisant le livre, passionnant, de Thierry Jean-Pierre, on peut déjà se faire une idée de l’univers glauque où baigne toute cette affaire, qui a tout de même déjà fait huit morts hautement suspectes (à Taïwan comme en France) !
Remuer la merde
Mais doit-on s’intéresser à ces scandales, qui ne sont que l’écume d’un système capitaliste dévastateur et tout-puissant ? Ne devrait-on pas plutôt s’intéresser aux vrais problèmes des Français : le chômage, la précarité, cette « fracture sociale » que redécouvre tout à trac notre désopilant chef de l’État ?
Mais figurez-vous que cela n’est pas sans rapport avec ceci. En s’appuyant sur les clauses du « contrat Bravo », qui interdit noir sur blanc le versement de commissions (clause de style, tant que l’argent noir reste caché), la justice taïwanaise réclame le remboursement d’un milliard de dollars aux sociétés concernées. Thalès devra sans doute en débourser une partie, environ 30 %. Mais le gros de la somme devra être payé 700 millions par la DCN, c’est-à-dire par l’État, qui en est garant. Donc par le contribuable. Auxquels viendront s’ajouter la dizaine de milliards de dollars que la justice américaine entend récupérer dans un autre dossier fangeux, celui d’Executive Life (où il convient aussi de protéger quelques gros bonnets, dont l’homme le plus riche de France, grand ami de Chirac, François Pinault). C’est grand, c’est beau, c’est généreux, la France. Autant de milliards jetés par les fenêtres, et pas perdus pour tout le monde, qui manqueront au budget pour financer nos hôpitaux, nos écoles, notre recherche, nos logements sociaux, etc.
Les deux livres scandaleux dont on vient de parler, portant sur deux affaires distinctes et imbriquées (parmi tant d’autres), au-delà de notables divergences entre leurs auteurs respectifs (visiblement Jean-Pierre n’apprécie guère Eva Joly), sont porteurs du même message, une adresse à l’opinion publique et aux médias « dont l’adhésion est plus que jamais nécessaire pour surmonter les obstacles dressés par le pouvoir politique, de droite comme de gauche » (Jean-Pierre). S’attaquer au problème de la corruption n’est en rien une occupation marginale, vaguement honteuse, comme le suggèrent bien de bons apôtres qui accusent ceux qui s’y livrent juges, flics, politiques ou journalistes de « remuer la merde ». C’est bien un sujet politique majeur.
Sauf à se résigner à vivre « dans ce monde-là » ...
pol-bl-bn@wanadoo.fr
(1) Est-ce dans ce monde-là que nous voulons vivre ?, Eva Joly, Les Arènes, 340 p., 19,90 euros.
(2) Taïwan Connection, scandales et meurtres au coeur de la République, Thierry Jean-Pierre, Robert Laffont, 285 p., 19 euros.
Eu tinha-o em consideração com um critico do actual "sistema".
Face ao seu post e comentários adicionais estou a rever a minha opinião. Parece-me que não passa de mais um "submarino" que critica a "situação" mas que no fundo gosta dela e não quer mudar nada de essencial.
Eu teria gostado que, apesar de não apreciar o estilo da personagem, ao menos tivesse a hombridade de reconhecer que AJJ no fundo até tem razão e que se limita a dizer alto o que muita gente diz baixo...
"aparentemente sóbrio" está a falar a sério, ou está a falar linguagem cifrada como a do tribunal de felgueiras, o tal onde se escreveu que tita felgueiras teria estado aparentemente no brasil.
eheheh
diogenes
Quanto a um duelo é uma atitude civilizada e nobre. Mas alguns advogados e juízes perderiam o emprego... ;-)
lucklucky
O AJJ para mim, é uma vergonha acabada. Ponto final. Não tem uma única ponta por onde se lhe pegue uma ideia segura, pois encharca-as sempre em álcool irascível; em compota estragada; em bacalhau com todos, com a couve a balouçar do prato e o azeite a escorrer.
Um político não deve leimitar-se a dizer as banalidades do café da esquina.
Os fdp do contenente e outras alivosias não podem segurar seja o que for da dignidade míniam exigível a um cargo de representação.
Se alguns não se ofendem com o discurso esbarrondado do bufão da ilha, só por condescendêncica cega surda e muda aos dislates que são mais que as mães.
O sistema político na ilha, de nepotismo denunciado e amiguismo notório, não deveria deixar ninguém indiferente.
Não se é bom político só por ser "dos nossos"! Não se deve aceitar tudo como condição de estabilidade. Não se deve contemporizar com a boçalidade e a indignidade nas funções públicas.
Como diria o outro, estou-me nas tintas ( ou a c****) para o estilo do AJJ. Desde que o exerça dentro de casa, no quintal ou na tasca que frequenta.
Em público e a falar para o país ouvir, espero respeito mínimo e educação qb. Nada disso acontece e o que se vê quase semanalmente, é uma ultrapassar de limites e saltos em barreiras cada vez mais altas na decência e na composição de uma representação que precisa de um ritual.
Se mesmo isto se contesta e aceita tudo, então, viva a anarquia e viva estilo tino de rans- porque é disso que se trata!
Quanto à essência do discurso, e o ataque directo ao coelho ratola, espera-se que haja persistência nas denúncias e também coerência e o próprio AJJ olhe para um certo Jaime e para os seus negócios...
Às vezes é preciso ter vergonha na cara e manifestamente, AJJ não tem.
Mas se ler o que escrevi acima, o doutorado por S. Cirilo, disse publicamente em 1974:
"O Governador numa região autónoma, deve ser eleito por sufrágio directo e universal, e por maioria absoluta. Um período de quatro anos pode considerar-se razoável. Mas o princípio da não reeleição é útil porque não faz a governação cair numa rotina perniciosa, nem faz cultivar o gosto ou o vício pelo poder."
29-12-74
(Alberto João Jardim, Tribuna Livre, Ponta Delgada, 1995, pp.88-89)"
COmo se vê, mudou muito.
E quanto à minha posição dentro do sistema, o que tenho escrito fala por mim- mas na verdade não passo de um josé...