nome de código - nónó
segunda-feira, outubro 10, 2005
É uma honra para este Loja, modesto espaço de reflexão, que a nossa secção de comentários seja um balão de ensaio para alguns aprendizes de spinners governamentais, mesmo das mais mirabolantes teorias. Atentem nesta...
Jorge Coelho, o PS e Sócrates perderam onde havia grande concentração de funcionários públicos, e ganharam posições onde essa concentração não existe.
Se Carmona Rodrigues fosse apoiado pelo PS, perdia na mesma como perdeu Carrilho. Se Rui Rio fosse o candidato do PS no Porto, perdia na mesma como perdeu Francisco Assis. Se o Seara fosse o candidato do PS em Sintra perdia como perdeu João Soares. São concelhos onde residem muitos funcionários públicos dos regimes especiais e que foram penalizados pelas reformas de fundo do Sócrates. O PS, ainda que o partido mais votado nestas eleições, perdeu centenas de milhares de votos relativamente às legislativas de Fevereiro. A maioria dessas perdas foi no funcionalismo público. Isto é sinal de que agora as reformas de Sócrates são mesmo para valer.
Nada de estranho aconteceu. Apenas o previsível para quem sabe o peso que o FP tem no país. Isso quer dizer que Sócrates vai no caminho da recuperação do país.
Publicado por Manuel 15:41:00
12 Comments:
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Um comentário do nosso nonó ( contracção de anonymous...)elevado à honra de postal!
O papagaio amestrou-se?!
O Guterres quando perdeu as autárquicas e se pôs ao fresco no Príncipe Real, à espera de godot, também foi por causa...dos funcionários públicos?!!
Estes funcionários públicos têm mesmo as costas largas...
é que se for mesmo assim, então a estupidez governativa atinge paroxismos! E o ministro Alberto o autismo maior!
Isto das eleições é como a morte: há sempre um pretexto para a explicar.
MANUAL DA DERROTA ELEITORAL
Para o caso de algum líder político estar interessado em perder eleições, situação que apesar de caricata parecer real, aqui ficam algumas sugestões para prosseguir tão nobre objectivo:
Regra 1: Escolher um coordenador eleitoral de quem os eleitores não gostam e até desconfiam; a presença constante desse coordenador na comunicação social e, se for possível, a presença em todos os actos eleitorais como se fosse líder partidário, é meio caminho andado para uma boa derrota eleitoral.
Regra 2: Escolher os candidatos tendo como principal critério os negócios do aparelho, e dando prioridade aos que se sabe que não identificam com os eleitores, em particular aqueles em relação aos quais os eleitores dão mostras de enjoo.
Regra 3: Fazer uma má campanha, descoordenada e sem objectivos claros, recorrendo a outdoors idiotas.
No caso de se ser governo será ainda mais fácil alcançar a difícil meta da derrota eleitoral:
Regra 4: Mentir aos eleitores com políticas que não constavam no programa eleitoral e sem as explicar de forma cabal.
Regra 5: Nomear os amigos inúteis e obsoletos para cargos bem remunerados em empresas de capitais públicas, de preferência na mesma ocasião em que se exigem sacrifícios aos portugueses.
Regra 6: Comunicar com os cidadãos através de piadas laterais em resposta a perguntas da comunicação social.
Regra 7: Transformar políticas estratégicas em anedotas nacionais escolhendo ministros com ar idiota; por exemplo, propor um choque tecnológico e nomear para ministro da economia uma pilha alcalina. "
Dedica-se esta análise à Clara e ao nonó se não forem uma e a mesma pessoa, claro...