rescaldo
segunda-feira, outubro 10, 2005
- Antes de mais, há a notar e a condenar o tom de muitos dos eleitos a noite passada que veêm nos mandatos autárquicos alcançados e renovados uma espécie de alforria absoluta que os isenta e imuniza de toda e qualquer crítica até ao próximo acto eleitoral. A democracia não é isso, e o facto de terem legitimidade não os transforma numa nova espécie de vacas sagradas acima do escrutínio dos meros mortais que se dignam cortejar de quatro em quatro anos.
- Depois da vitória - absoluta - de ontem, espera-se que Rui Rio assuma, na plenitude, as suas responsabilidades e seja o próximo presidente da Junta Metropolitana do Porto. Ninguém compreenderia que, mais uma vez, Valentim Loureiro fosse a face visível da segunda maior área metropolitana do País.
- Avelino Ferreira Torres foi o único dos autarcas a braços com a justiça que saiu derrotado ontem, era - também - o único desses autarcas que não se recandidatava, era a primeira vez que se candidatava a Amarante, nem estava entrincheirado a defender o seu lugar. Um dado importante a ter em conta em muitas das análises que por aí se vão fazendo, e que explica muita coisa.
- O PSD perdeu a Câmara Municipal de Baião. A maioria das pessoas não sabe sequer onde fica este concelho do interior do Porto, mas talvez se lembre da sua ex-presidente, Emília Silva, elevada aos holofotes da fama, em tempos, por um tal Marcelo Rebelo de Sousa que a promoveu a dirigente nacional do PSD, com vista a preencher quotas femininas. Por essa altura já era acusada de práticas 'criativas' em familia... Numa altura em que nas hostes laranja tanto se fala em Damasceno, para picar Marques Mendes, é oportuno recordar que os critérios de selecção vem de trás, bem de trás...
Em Baião, a investigação prolonga-se há oito anos. Em 1997, a autarquia, presidida por Emília Silva, do PSD, lançou um Plano de Urbanização de 80 hectares na vila. Um ano depois, a área de expansão passou para 220 hectares. Nessa parcela, estavam terras das Reservas Agrícola e Ecológica Nacionais. Com a aprovação do plano, passaram a ser terrenos aptos para a construção. Entretanto, a PGR apurou que o marido da autarca adquirira, entre 1994 e 1998, «pelo menos 27 prédios rústicos e alguns prédios urbanos», cerca de 60 mil metros quadrados dos quais na zona abrangida pelo Plano de Urbanização. A IGAT concluiu, em 2001, pela existência de indícios de «comportamentos puníveis pela lei penal» e factos sob a alçada do Tribunal de Contas, como sejam nomeações para o quadro de pessoal, sem concurso, ou «progressão em carreiras verticais, sem concurso»; várias nulidades em despachos de licenciamento de obras; «facturas e ordens de pagamento» que «não correspondem a trabalhos efectivamente realizados»; uma obra, por ajuste directo, que aparece descrita, nas contas da Câmara, com três valores diferentes. Entre os responsáveis autárquicos e muitos agentes locais (empreiteiros, prestadores de serviços) somam-se as coincidências, na filiação laranja. [via Visão Online]
Por uma vez, o voto popular antecipou-se à justiça...
Publicado por Manuel 14:34:00
Se Carmona Rodrigues fosse apoiado pelo PS, perdia na mesma como perdeu Carrilho. Se Rui Rio fosse o candidato do PS no Porto, perdia na mesma como perdeu Francisco Assis. Se o Seara fosse o candidato do PS em Sintra perdia como perdeu João Soares. São concelhos onde residem muitos funcionários públicos dos regimes especiais e que foram penalizados pelas reformas de fundo do Sócrates.
O PS, ainda que o partido mais votado nestas eleições, perdeu centenas de milhares de votos relativamente às legislativas de Fevereiro. A maioria dessas perdas foi no funcionalismo público. Isto é sinal de que agora as reformas de Sócrates são mesmo para valer.
Nada de estranho aconteceu. Apenas o previsível para quem sabe o peso que o FP tem no país.
Isso quer dizer que Sócrates vai no caminho da recuperação do país.
"Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das O.P. e Transportes...
O filho de Miguel Horta e Costa, recém licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo, 6600 euros mensais.
Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.
Manuel Queiró, do PP, era administrador da área de imobiliário, 8.000 euros/mês.
A contratação de um administrador espanhol passou por ser-lhe oferecido 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída). Pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias.
Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP.
Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.
Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração um cargo não executivo, era remunerado de forma simbólica: três mil euros por mês, pelas presenças.
Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPRs no valor de 10.000 euros, o que dá um ordenado "simbólico" de 13.000 euros...
Outros exemplos avulsos:
Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a a área financeira a 10.000 euros por mês; a especialista em Finanças que foi para Marketing por 9.800 euros/mês...
Neste momento, o presidente da Comissão executiva ganha 30.000 euros e os vogais 17.500.
Com os novos aumentos, Murteira Nabo passa de 15.000 para 20.000 euros mensais.
Esta dupla, encarregada de "assaltar" o contribuinte português de cada vez que se dirige a uma bomba de gasolina, funciona porque metade do preço de um litro de combustível vai para a empresa e, a outra metade, para o Governo”