macau
sexta-feira, outubro 07, 2005
O Rui Costa Pinto, piedoso, também arranjou a sua 'micro-causa'. É nobre, subscreve-se, mas não deixa de ser ingénua.
Pode o Presidente da República sff esclarecer o que pensa sobre as mudanças no Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Serviço de Informações de Segurança (SIS) e Divisão Militar de Informações (DIMIL), desde que deu posse ao Primeiro Ministro José Sócrates?
Esperar um posição de Sampaio, é de facto pedir muito, e depois como o Paulo Gorjão escreveu o problema está nas regras do regime e na interpretação destas pelo bloco central.
Dito isto, Margarida Blasco não tinha quaisquer qualificação, que a tornasse especialmente indicada, para o cargo (laços familiares, e amizades não contam) e o seu sucessor indigitado muito menos. Tivemos e voltamos a ter, senão comissários políticos puros, pelos menos, e na melhor das hipóteses, meros sinaleiros da confiança do regime. Acresce a este um outro problema, julga-se que uma e outro serão insusceptíveis de crítica por serem magistrados, logo de 'confiança', o que é perverso e errado. Nenhum teve qualquer experiência prévia na área, e a única que tem é no submundo da política, Antero Luís tem como ponto alto, mais do que juiz, vulgar, a fama de controleiro e cacique dos colegas no Conselho Superior de Magistratura (é aliás uma invenção de Noronha do Nascimento, o que explica sobremaneira esta escolha de António Costa), o que diga-se abona muito pouco em favor de alguém que vai gerir algo tão sensível, complexo e específico, como o SIS, e continua a ser grave porque mais uma vez se estimula, e reforça, a ideia que já existe de promiscuidade entre as magistraturas e o resto do sistema, minando a ideia geral que deveria existir de independência. A rematar, falta dizer que Júlio Pereira, outro magistrado, secretário-coordenador do Sistema de Informações da República Portuguesa, que 'telecomanda' o SIS, tem excelente curriculum. Esteve em Macau.
Publicado por Manuel 13:07:00
10 Comments:
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Esta mania do bloco central de meter magistrados em todo o lado menos os tribunais já cansa. Que tal copiar o que se faz lá fora e nomear funcionários dos serviços para estas delicadas tarefas. Afinal são os únicos que percebem da poda, e não os magistrados, militares e diplomatas do costume que tanto o PS como o PSD têm sucessivamente nomeado desde a década de 80. Depois queixem-se que os serviços não funcionam e não têm credibilidade. Quero ver quem (do bloco central) virá assumir as (ir)responsibilidades se nos acontecer um 11 de Março.
"A invenção Feudalismo
Os reis merovíngios que se seguem a Clodovico são exemplos cada vez mais acabados de inépcia e, tal como no caso de incompetência do ministro quem manda é o secretário de Estado, quem mandava na corte merovíngia era o chefe do palácio, também chamado mordomo (o popular apelido alemão Meier deriva de maior domus). Um dos mais hábeis entre eles, Carlos Martel, chamado o martelo, viu-se a contas com os árabes. A fim de os poder repelir, teve de reorganizar o exército. Para tal, teve uma ideia inovadora. Combinou o princípio da lealdade germânica com a concessão de bens eclesiásticos. Quem se empenhava militarmente com os seus vassalos recebia terras para uso próprio que, em parte, podia conceder, por seu lado, aos seus vassalos. Deste modo Carlos Mamei reforçou as defesas e, cerca de 732, deteve o avanço dos árabes em Tours e em Poitiers.
Mas o princípio da sua organização militar sobreviveu, cresceu e acabou por determinar toda a organização da sociedade: a combinação entre a vassalagem e a concessão de feudos. Tal acabou por criar uma pirâmide social: um vassalo superior, por exemplo, um duque, concedia feudos por seu lado, e o vassalo dele tinha, por sua vez, os seus próprios vassalos. Deste modo, o Estado territorial romano converteu-se num Estado baseado em vínculos pessoais."
A mania de nomear magistrados para estes cargos prende-se com uma noção que ontem ouvi da boca de um responsável do governo: respeitabilidade e credibilidade.
Quer isto dizer que os governos ainda acreditam nos magistrados, mesmo sem preparação específica para o exercício deste tipo de cargos, pra emprestar a respeitabilidade de que carecem.
Sãop equívocos de uma sociedade ainda pouco evoluida culturalmente e analfabetizada pela incompetência do poder político/legislativo.
O que é que isto dá?!
Dá, por exemplo, no caso da PJ do Porto em que foi escolhido também um juiz, sabe-se lá com que critérios, para dirigir a sua directoria do norte e depois foi o que se viu:
a mandar, em vez do juiz, ficaram os inspectores da casa. Depois, foi o descalabro, com escândalos à mistura.
Neste caso, não sei bem o que vai ser. Mas sei que os nomes são sempre os mesmos...
São tão respeitáveis e credíveis como qualquer outro cidadão. Ou já se esqueceram do juíz no Caso Felgueiras, na "absolvição" do caso de Macau, não pronúncia no Caso Casa Pia, recentes "queixas" do ex-presidente do Tribunal de Contas, Caso FP25, etc, etc... Não quero com isto dizer que são todos pessoas menos sérias, mas que os há há. A acual crise na justiça só veio contribuir ainda mais para o desprestígio da classe entre os cidadãos. Se lhes fosse negada estatutariamente a possibilidade de fazerem uma "perninha" fora dos tribunais acabava logo a promiscuidade com a classe política já que deixavam de precisar dos bons ofícios do partido A ou B. Seria interessante um estudo estatístico sobre quantos juízes estão (ou estiveram) em comissões de serviço fora dos tribunais em relação ao total de juízes no activo. Depois dizem que faltam juízes...
Eu concordo com o que escreveu...só disse que ontem ouvi esse argumento directamente de um responsável. O que acontece, aparentemente, é algumas pessoas do governo servirem-se da caução de respeitabilidade que a função empresta a quem dela se abeira.
É precisamente por isso que falei num certo atraso cívico, ou sub-desenvolvimento cultural que isso pode representar.
Em Portugal falta-nos uma Escoça Superior de Administração como a ENA em França.
E contudo, há uns Institutos superiores. Não sei bem para que servem, a não ser para formar professores e opinionistas de jornal ( o VPV, por exemplo, é um deles)
E subscrevo o que disse sobre o interesse desse tal estudo.
Ainda hoje escutei um deles e "pérola" da tão falada democracia, o dr Jorge Coelho. Garantia ele, num comicio em Sintra e televisionado (SIC Noticias) que se o ps ganhar a Câmara de Sintra, começarão, nos dias seguintes, reuniões com o governo para beneficio do Concelho.
E falam do Alberto João Jardim...
Denunciam-se facilmente porque nunca tocam no feudo que lhes tocou.
Mas será uma questão de tempo até que as IGATs e IGAPs e outros curiosos afixados em jumentos, se enrolem no próprio cordame que andam a ensarilhar...