Falta pouco

Para acabar de dizer o essencial sobre ontem. Os arguidos-autarcas, nova subespécie da raça política nacional, provaram que são puro e absoluto reflexo da indigência mental do povo eleitor, ganhando.

Falo de todos aqueles que pensam mais de Isabel Damasceno. A democracia tem este defeito: é permeável à estupidez. Mas como as ditaduras dos iluminados são ainda piores teremos de viver com isso. Este povo merece estas pessoas.

Eu não, mas também não vivo nem em Oeiras, nem em Gondomar, nem em Felgueiras, nem em Leiria, portanto. Graças a deus (sic).

Neste mesmo saco (o do populismo dos que se julgam acima da lei pelo mero facto de terem ou terem tido em tempos legitimidade política) há que há que colocar ainda Mário Soares. Ele mesmo. O senhor merecia, e nós mereciamos, que não se portasse no país como é habitual que muitos senhores de 80 anos se portem em casa. Com total desrespeito pelas regras, porque sentem que o seu estatuto vetusto os coloca acima disso. Não coloca.

E pronto, já só falta mesmo mais um apontamentozinho: sobre Lisboa. E Jorge Coelho.

Publicado por irreflexoes 12:03:00  

5 Comments:

  1. lino said...
    O caso dos candidatos arguidos pode levar-nos a conclusões preocupantes de diversa índole. Mas não se deve menosprezar que o que se passou é o sintoma claro do respeito, ou falta dele, que a justiça portuguesa merece aos olhos de quem vota. E convenhamos que ela tem trabalhado bem para este resultado.
    Anónimo said...
    Não são só "os arguidos-autarcas que provaram que são puro e absoluto reflexo da indigência mental do povo eleitor", não, os autarcas -ganhadores do Porto e de Lisboa também são reflexo dessa indigência.
    Luís Bonifácio said...
    Esta foi a segunda derrota de Coelho nas autárquicas (em 2001 ele também era o coordenador).
    Anónimo said...
    Jorge Coelho, o PS e Sócrates perderam onde havia grande concentração de funcionários públicos, e ganharam posições onde essa concentração não existe.

    Se Carmona Rodrigues fosse apoiado pelo PS, perdia na mesma como perdeu Carrilho. Se Rui Rio fosse o candidato do PS no Porto, perdia na mesma como perdeu Francisco Assis. Se o Seara fosse o candidato do PS em Sintra perdia como perdeu João Soares. São concelhos onde residem muitos funcionários públicos dos regimes especiais e que foram penalizados pelas reformas de fundo do Sócrates.
    O PS, ainda que o partido mais votado nestas eleições, perdeu centenas de milhares de votos relativamente às legislativas de Fevereiro. A maioria dessas perdas foi no funcionalismo público. Isto é sinal de que agora as reformas de Sócrates são mesmo para valer.

    Nada de estranho aconteceu. Apenas o previsível para quem sabe o peso que o FP tem no país.

    Isso quer dizer que Sócrates vai no caminho da recuperação do país.
    Anónimo said...
    Imaginem só o trauma do papagaio nónó qundo teve de reescrever tudo para a apresentação da nova análise política!

    Bem vindo nónó.

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