Lisboa

Em Lisboa houve uma estratégia suícida, e um casting completamente despropositado. E há um responsável por tudo isso. Em primeiro lugar, o romper a tradicional coligação de esquerda em Lisboa, que teria de ter sido alargada ao Bloco de Esquerda, custou a câmara ao PS (aqui). Isto mesmo com Manuel Maria Carrilho como candidato. Uma opção deliberada, tomada lá atrás no tempo, e importa recordar por quem. Em segundo lugar a escolha do filósofo-socialite foi um outro erro. Nem consigo descrever porquê, tantas são as coisas erradas. Basta isto: mas alguém imagina Carrilho a gerir uma câmara municipal no dia-a-dia?

Ambas as decisões foram tomadas por Jorge Coelho.

A ele cabe a fatia de leão desta derrota do PS. E, por arrasto, e não haja dúvidas que se o PS tem ganho em Lisboa, e somado os votos correspondentes, o cenário seria bem diferente, é também ele o responsável não pela derrota (que sempre existiria) mas pela dimensão desta. No país, como em Oeiras, Jorge Coelho foi o melhor aliado de todos menos do PS. Convinha que quem gosta de falar grosso ao país soubesse falar grosso para dentro do PS e tomasse a decisão de emprateleirar o todo poderoso Coordenador Autárquico. Podendo, claro ...

Publicado por irreflexoes 12:11:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    Os furoes e os caes podengos levantaron ao COELHO da toca....
    irreflexoes said...
    É verdade. Mas há que ter em conta Manuel Maria Carrilho. Para menos, entenda-se ...
    irreflexoes said...
    Mais,

    É preciso ter em conta que não se podem converter directamente votações em mandatos.

    Fazendo as contas cada vereador "custou" 5,88% ao PSD, 5,312% ao PS, 5,71% ao PCP, 7,91% ao BE e 5,92% ao PP.

    Maravilhas do método de Hondt.
    irreflexoes said...
    Dar o braço a torcer:

    Correndo o simulador do STAPE (http://www.stape.pt/hondt/simulacao.htm)

    Presumindo uma coligação de toda a esquerda e outra de toda a direita a coligação de direita ganhava as eleições e teria 9 mandatos e a de esquerda 8.

    Não dar o braço a torcer: e tirando Manuel Maria Carrilho?
    Anónimo said...
    Toda a gente sabe dos negócios pessoais de Jorge Coelho com Isaltino, daí ter colocado em cima da mesa a hipótese Maria de Belém sabendo que esta nunca aceitaria ser candidata.

    Sócrates tem rapidamente que se ver livre de Coelho. Custe o que custar.
    Anónimo said...
    o coelho não é fácil. resistiu á queda da ponte, á vergonha da TAP, voltou como se nada fosse.
    o PS não perdeu com a derrota do carrilho, porque pelo menos deste deve estar livre por longos e bons anos.
    Anónimo said...
    Jorge Coelho, o PS e Sócrates perderam onde havia grande concentração de funcionários públicos, e ganharam posições onde essa concentração não existe.

    Se Carmona Rodrigues fosse apoiado pelo PS, perdia na mesma como perdeu Carrilho. Se Rui Rio fosse o candidato do PS no Porto, perdia na mesma como perdeu Francisco Assis. Se o Seara fosse o candidato do PS em Sintra perdia como perdeu João Soares. São concelhos onde residem muitos funcionários públicos dos regimes especiais e que foram penalizados pelas reformas de fundo do Sócrates.
    O PS, ainda que o partido mais votado nestas eleições, perdeu centenas de milhares de votos relativamente às legislativas de Fevereiro. A maioria dessas perdas foi no funcionalismo público. Isto é sinal de que agora as reformas de Sócrates são mesmo para valer.

    Nada de estranho aconteceu. Apenas o previsível para quem sabe o peso que o FP tem no país.

    Isso quer dizer que Sócrates vai no caminho da recuperação do país.
    Anónimo said...
    Afinal o papagaio nónó não morreu, ficou apenas ferido.

    Vamos ter de o gramar, para n/ gozo até Janeiro

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