Energia
A luz ao fundo do túnel não passa de um comboio (I)
segunda-feira, outubro 03, 2005
Depois de tanto esperar, lá saiu uma solução para resolver o problema da questão energética portuguesa e das suas empresas. Colocar a Galp Energia e a EDP a competirem directamente quer no gás natural quer na electricidade.
A EDP fica livre de proceder à aquisição de activos ligados ao gás natural sem se preocupar com a capacidade de produção de energia, e a Galp Energia fica livre de atacar os activos eléctricos sem que com isso se veja obrigada a reduzir a sua intervenção na comercialização de gás.
Por outras palavras, é a liberalização total das empresas energéticas portuguesas. Há quem veja nisto, um bom sinal, um oásis na intervenção que costuma pautar a condução de empresas estatais. Mas não o é.
Por muito que se possa pensar, o facto de EDP e Galp concorrem entre si, não fará o preço ao consumidor descer. Mas sim, o simples facto de dois gigantes em áreas distintas como o gás e a electricidade se tornarem operadores concorrentes nas mesmas áreas. E o pouco benefício que daqui advém, esbarra no facto de serem empresas cujos conselhos de administração são nomeados pelo Estado. A juntar a tudo isto, temos o MIBEL, onde ontem existiam dois key-players portugueses. Hoje existem dois operadores portugueses que vão dividir o mercado.
A EDP fica livre de proceder à aquisição de activos ligados ao gás natural sem se preocupar com a capacidade de produção de energia, e a Galp Energia fica livre de atacar os activos eléctricos sem que com isso se veja obrigada a reduzir a sua intervenção na comercialização de gás.
Por outras palavras, é a liberalização total das empresas energéticas portuguesas. Há quem veja nisto, um bom sinal, um oásis na intervenção que costuma pautar a condução de empresas estatais. Mas não o é.
Por muito que se possa pensar, o facto de EDP e Galp concorrem entre si, não fará o preço ao consumidor descer. Mas sim, o simples facto de dois gigantes em áreas distintas como o gás e a electricidade se tornarem operadores concorrentes nas mesmas áreas. E o pouco benefício que daqui advém, esbarra no facto de serem empresas cujos conselhos de administração são nomeados pelo Estado. A juntar a tudo isto, temos o MIBEL, onde ontem existiam dois key-players portugueses. Hoje existem dois operadores portugueses que vão dividir o mercado.
Há um mês atrás a EDP tinha o mesmo valor da Iberdrola, e a EDP tinha o dobro da capitalização bolsista da Union Fenosa. Com a OPA da Gás Natural sobre a Endesa e consequente passagem de activos que valem entre 7 a 9 mil milhões de euros, a Iberdrola passa a valer duas vezes e meia a eléctrica portuguesa e a Union Fenosa vale sensivelmente o mesmo que a EDP.
Pode ser um sucesso em termos de regras de mercado, mas representa um completo fracasso em termos de estratégia das empresas portuguesas.
Publicado por António Duarte 11:32:00
8 Comments:
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Como é que a Fenosa passou a valer o dobro num mês?
Ninguém garante que a fusão de três ou mais companhias portuguesas não acabe amanhã nas mãos de alemães, de japoneses ou de americanos.
O que importa, isso sim, é garantir concorrência entre operadores, estetejam eles nas mãos de quem estiverem.
Nos Estados Unidos os habitantes do Oregon, do Maine ou do Tenesse não querem saber para nada se a electricidade que consomem está nas mãos da Enron, da General Electric ou da ATT. E também não querem saber para nada se o gás que consomem está nas mãos da Exxon, da Chevron ou da Canadian Oil&Gas.
O que interessa é garantir boas práticas de concorrência. Por isso o plano de Manuel Pinho é saudado pelos economistas e pelos empresários como o melhor até agora concebido. Só a propaganda partidária cega do António Pedro é que não.
Assim, até eu leio...mesmo que fique desconfiado. timeo danaos et dona ferentes...
E se assim continuar, até deixarei de apelidar nonó...