Energia
A luz ao fundo do túnel não passa de um comboio (I)

Depois de tanto esperar, lá saiu uma solução para resolver o problema da questão energética portuguesa e das suas empresas. Colocar a Galp Energia e a EDP a competirem directamente quer no gás natural quer na electricidade.

A EDP fica livre de proceder à aquisição de activos ligados ao gás natural sem se preocupar com a capacidade de produção de energia, e a Galp Energia fica livre de atacar os activos eléctricos sem que com isso se veja obrigada a reduzir a sua intervenção na comercialização de gás.

Por outras palavras, é a liberalização total das empresas energéticas portuguesas. Há quem veja nisto, um bom sinal, um oásis na intervenção que costuma pautar a condução de empresas estatais. Mas não o é.

Por muito que se possa pensar, o facto de EDP e Galp concorrem entre si, não fará o preço ao consumidor descer. Mas sim, o simples facto de dois gigantes em áreas distintas como o gás e a electricidade se tornarem operadores concorrentes nas mesmas áreas. E o pouco benefício que daqui advém, esbarra no facto de serem empresas cujos conselhos de administração são nomeados pelo Estado. A juntar a tudo isto, temos o MIBEL, onde ontem existiam dois key-players portugueses. Hoje existem dois operadores portugueses que vão dividir o mercado.

Há um mês atrás a EDP tinha o mesmo valor da Iberdrola, e a EDP tinha o dobro da capitalização bolsista da Union Fenosa. Com a OPA da Gás Natural sobre a Endesa e consequente passagem de activos que valem entre 7 a 9 mil milhões de euros, a Iberdrola passa a valer duas vezes e meia a eléctrica portuguesa e a Union Fenosa vale sensivelmente o mesmo que a EDP.

Pode ser um sucesso em termos de regras de mercado, mas representa um completo fracasso em termos de estratégia das empresas portuguesas.

Publicado por António Duarte 11:32:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    La Opa de Gas Natural sobre Endesa anda de capa caida: se están escuchando muchas voces sensatas en contra: Roberto Centeno, Roberto Tejeiro, Mira Amaral, Nuno Ribeiro, Alberto Recarte, Rodrigues dos Penedos, presidente de Ibercaja, Marcelino Iglesias, Presidente de Caja de Madrid,José Bono Martinez,Autoridad de la Competencia Portuguesa, Federación de Consumidores Europeos...únicamente están a favor el Comisario Al Munia Amann y Manuel Pinho....
    Anónimo said...
    A los papagayos y a los papamoscas les gusta el clima cálido y subtropical de la costa (Porto, Mato-zinhos, Vila do Conde, Barcelona...) y detestan el clima sano de la meseta peninsular y de las llanuras LIMIANAS. Firmado: National Geographic.
    JoaoMiranda said...
    Como é que a Iberdrola pode passar a valer mais com a passagem de activos? Quem é que paga essa passagem de activos e que é que perde valor?

    Como é que a Fenosa passou a valer o dobro num mês?
    Anónimo said...
    Amigo Miranda: son todo operaciones especulativas contra la empresa castellana Endesa. Pero Endesa tiene a Pizarro al frente, con dos "tomates" y con el valor del legendario Francisco de Pizarro y la ayuda de sus socios norte-americanos vencerá a la coalición catalana-zapateril.Por cierto, el amigo Sócrates debia echar una mano....
    Luís Bonifácio said...
    O MIBEL tem de ser enterrado imediatamente
    Anónimo said...
    Aos portugueses não interessa rigorosamente nada saber quem é o patrão da EDP, da Galp, da Iberdrola, ou da Endesa, já que todas elas e muitas outras possuem acções umas das outras.
    Ninguém garante que a fusão de três ou mais companhias portuguesas não acabe amanhã nas mãos de alemães, de japoneses ou de americanos.

    O que importa, isso sim, é garantir concorrência entre operadores, estetejam eles nas mãos de quem estiverem.

    Nos Estados Unidos os habitantes do Oregon, do Maine ou do Tenesse não querem saber para nada se a electricidade que consomem está nas mãos da Enron, da General Electric ou da ATT. E também não querem saber para nada se o gás que consomem está nas mãos da Exxon, da Chevron ou da Canadian Oil&Gas.

    O que interessa é garantir boas práticas de concorrência. Por isso o plano de Manuel Pinho é saudado pelos economistas e pelos empresários como o melhor até agora concebido. Só a propaganda partidária cega do António Pedro é que não.
    Anónimo said...
    peço desculpa, onde disse atrás António Pedro queria dizer António Duarte, o autor do post.
    josé said...
    Ora para mim que disto percebo pouco, aprecio mais estas achegas que já não são bem papagueadas em bico nonó, do que as longas tiradas em spam.

    Assim, até eu leio...mesmo que fique desconfiado. timeo danaos et dona ferentes...

    E se assim continuar, até deixarei de apelidar nonó...

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