a educação

Graças ao manifesto de Cavaco, primeiro, e a uma violenta prosa de Pulido Valente, ontem no Público, depois, a questão educativa voltou à tona. Acontece que o problema, em Portugal, não tem nada a ver com a 'qualificação', nada. Tem antes a ver com um de exigência, e de mérito. A treta da qualificação foi usada recorrentemente para atrasar a entrada no mercado de trabalho e manter o desemprego artificialmente baixo, ponto. Nunca houve qualquer vontade de qualificar, o que interessou sempre foram as estatísticas, os canudos e títulos que apenas, na esmagadora maioria dos casos, garantem o desemprego. Nada nem ninguém é avaliado em Portugal. Magistrados, médicos, professores, é tudo 'muito bom', não por o serem mas para defender a 'honra' da 'classe', o 'prestígio'. Se se quer atacar o problema a sério, que tal começar por defender a avaliação rigorosa dos professores, e dos locais onde estes são formados, públicos e privados ? Há-os a mais, e se não sabem, não podem ensinar bem, ponto. O resto é conversa.

Publicado por Manuel 19:57:00  

3 Comments:

  1. josé said...
    Poria o problema doutra forma:

    Os profissionais que em funções públicas ( não confundir com função pública) são muito bons, são poucos.
    Em percentagem, assim empiricamente ( e não há outra forma segura de o dizer) poderia apontar uns 5%. Em cem profissionais, haverá cinco muito bons mesmo?!
    Duvido até desse número.

    O resto, a imensa maioria, é a aurea mediocritas mais plana!
    É porém com estes que é preciso contar para o trabalho.
    Os génios são precisos, mas podem ficar na lâmpada, até que alguém os chame...
    Fernando Martins said...
    100% de acordo - e olhe que sou professor...
    Arrebenta said...
    Metadiálogos de Boliqueime (V)
    .
    -- Aníbal, amor, por que é que não fizeram de mim baronesa, como com a Tatcher, quando tu deixaste o Grande Timão Português.
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    -- Querida, tu querias ser baronesa?...
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    -- (silêncio. Maria, modesta e modista -- nota: na pronúncia de Ramalho Eanes, deve ler-se, MariE, modestE e modistE, e no sotaque de Boliqueime, MariiiIE, modestiiiiI e modistiiiiI) ... sim, querido, goatava de ter sido baronesa... A baronesa de Aníbal de Cavaco Silva.
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    -- Querida, juro, pela rica saúdinha dos nossos netinhos -- que foram capa do "Expresso" -- que mal seja eleito Primeir..., perdão, Presidente da República, irei enviar uma carta PESSOAL, à Mesa do Conselho de Nobreza, para que a tua situação seja revista e regularizada.
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    (Maria atira-se a ele e dá-lhe um beijo)
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    -- És sempre o MEU Aníbal voluntarioso, o homem que eu adoro há quarenta anos!... E vou ser baronesa de onde?...
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    (Aníbal pensa)
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    -- Que tal Baronesa de Poço de Boliqueime?
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    -- Baronesa de Poço, amor...
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    -- Baronesa de Fonte de Boliqueime?...
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    -- Amor...
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    -- Pronto, será proposta à Mesa do Conselho de Nobreza a criação, por uma vida, do título de Baronesa de Boliqueime, à cidadã Maria de Aníbal de Cavaco Silva... Pena não haver uma consoante para dobrarmos no apelido, mas sempre podemos pôr "K" no lugar de "C", como a nossa Callas, a Katia Guerreiro,
    MARIA DE ANÍBAL DE KAVAKHO Y SILVA,
    BARONESA DE BOLIQUEIME.
    E a nossa nova netinha,
    quando nascer,
    já vai para os rodapés do Almanaque do Gotha,
    Sónia Vanessa Silva, Princesa de Possidónia von Gothorp Alsacen-Lötharingen
    .
    (Cai o pano)

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