sobre a apatia, Brecht revisitado

Primeiro despediram os funcionários públicos,
mas eu não me importei,
não sou funcionário público.

Depois proibiram a greve dos professores,
mas eu não sou professor.

Depois proibiram a manifestação dos militares,
mas eu não sou militar.

Depois foram os juízes, os polícias, os enfermeiros,
mas eu não sou juiz, nem polícia, nem enfermeiro…

Agora estão a bater-me à porta,
mas já é tarde...

Manuel António Pina

Publicado por Manuel 14:47:00  

10 Comments:

  1. Anónimo said...
    O povo já deu conta que este Governo está a fazer reformas de fundo essenciais à sobrevivência do país. E portanto, por esse país fora ninguém quer saber destas fofoquices dos juizes para nada.

    «Promover a convergência gradual dos regimes de início do direito à aposentação dos funcionários públicos com o de início do direito à pensão de reforma dos trabalhadores por conta de outrem;»

    Isto é o que consta do programa eleitoral e de governo. Durante a campanha eleitoral Sócrates, em debates na TV, disse claramente que iria alterar a idade de reforma dos FP e que iria atacar os regimes especiais que protegem certos grupos corporativos. Só que os professores julgavam que ele se estava a referir aos médicos e farmacêuticos; estes julgavam que ele se referia aos juizes; estes últimos julgavam que se referia aos políticos; estes julgavam que ele se referia apenas a polícias e militares; estes últimos julgavam que ele se referia apenas a gestores públicos; e estes julgavam que ele se referia aos que tinham direito a reformar-se com apenas 50 ou 55 anos de idade...
    Cada um destes grupos esqueceu-se de olhar ao espelho e de olhar para o espelho da maioria dos portugueses...

    Ora bem, Sócrates está a distribuir a factura por eles todos, os que têm regimes especiais, como bem disse na sua campanha eleitoral. E os do sector privado e os da FP que não têm regimes especiais batem palmas e apoiam a cem por cento estas reformas que pretendem acabar com a bandalheira dos regimes especiais e má distribuição dos rendimentos que existiu até agora. E não se julgue que é só no sector privado que Sócrates tem o seu maior apoio, porque dentro da FP há muita gente que o apoia também, pois não pertence a nenhum hipócrita ou falacioso regime especial.

    Até agora, Sócrates só não cumpriu uma promessa eleitoral: o aumento do IVA. Falha que ele já assumiu publicamente e que apenas foi devida a que o orçamento de Bagão Felix estava desorçamentado do lado das receitas em cerca de 5,5 mil milhões de euros. Isto é, o OE de 2005 assumiu compromissos para os quais faltavam 5,5 mil milhões de euros para que se pudessem cumprir esses compromissos, sobretudo em matéria de Saúde e de prestações sociais (pensões de reforma, fundo de desemprego, etc.). Daí o défice subir para 6,8% do PIB neste ano de 2005 se algumas correcções não tivessem sido tomadas no Orçamento rectificativo aprovado na AR e no PEC, aprovado em Bruxelas. Facto ainda não desmentido por Bagão Felix, já que se soube depois das eleições que o próprio Bagão Felix teria dito a Santana Lopes que o défice real de 2005 ultrapassaria os 6% do PIB.

    Até agora Sócrates está a fazer uma excelente governação, com reformas de fundo que já deviam ter sido feitas antes, mas que ninguém teve a coragem de fazer.

    Finalmente temos Primeiro Ministro e temos um Governo para endireitar Portugal. O que lhe poderá custar votos, mas que salva Portugal da bancarrota.

    Os eleitores não são parvos, e verão dentro de dois ou três anos os benefícios destas reformas de fundo.

    Eu, que não sou socialista, já vi que este é o caminho correcto e que devolve a esperança à maioria dos portugueses.
    Anónimo said...
    Sobre la "apatia" portuguesa, de lectura obligatoria el libro de la Editora Tipografica Franciscana de Braga "A tua consciencia" de A.M. Lunardi....del año 1.964..!
    Carlos Alberto said...
    "Agora estão a bater-me à porta"

    - Quem é?
    - É o Manel e Zézito, vimos tomar um copo.
    Anónimo said...
    Batem leve, levemente
    Como quem chama por mim
    Será chuva, será vento?
    Chuva não é certamente e a crise não bate assim

    PS: Os nónós/zépovinho também não batem assim
    josé said...
    Ah! Carlos Alberto! Já tinha saudades suas!
    Quando é que monta um blog para lermos as suas ideias?
    Cumprimentos.
    Teófilo M. said...
    Revisitar Brecht, será sempre interessante, mas mais interessante ainda é utilizar Brecht para defender o que ele tanto atacava.
    MFerrer said...
    Usar uma poesia de Brecht para emporcalhar quer as ideias que ele defendia e para comparar o regime democrático em que vivemos, é fazer pouco de si próprio. É ter-se como atrasado mental. Ninguém o vai perceber ou perdoar!
    Lamentável equívoco e fim de papo.
    No dia do funeral de Simon Wiesenthall fazer chalaça com o Brecht é uma porcaria!
    josé said...
    Bem, o Brecht não é nenhuma vaca sagrada, pois não?! E não foi canonizado para ser venerado, ou foi?!
    E a verdade dele, seria a Verdade universal ou apenas uma verdade como outras?!

    Seja como for, estes pruridos, causam-me urticária.

    E seja ainda como for, transcrevo outra citação do dito alemão:

    "Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso."

    Isto sim, é que não me parece chalaça nenhuma, pois o governo tem o dever de saber a verdade.
    Anónimo said...
    Aliás o tio Bertold era um democrata de primeira água...
    Anónimo said...
    Depois despediram os controleiros
    e a GLQL ficou sem comentários...

Post a Comment