O autoritarismo jacobino de Mário Soares

O homem que quer "unir os portugueses" já começou a pôs as garras de fora. Com a gentileza que o caracteriza, M. Soares, na sua autista arrogância e no seu auto-convencimento de que é o "pai da pátria", "escolhe" ele mesmo as "qualidades" de um candidato presidencial. Cavaco, naturalmente, não tem nenhumas. Quando muito, e com alguma condescendência, "é um homem sério e respeitador". Falta-lhe, porém, o "humanismo" que a Soares, como temos visto, sobra. Alguém - e não lhe faltam cortesãos para o efeito- devia explicar a Soares que este insuportável paternalismo e este desdém anti-democrático só o prejudicam. A milonga do "humanismo" e da "falta de perfil" são julgáveis pelo eleitorado e não pelo dr. Soares e pelos seus bajuladores. Os atestados de menoridade intelectual e cívica que ele adora passar aos outros, Alegre incluído, fazem parte de um "perfil" bem conhecido. E esse "perfil" não é certamente aquele que os portugueses reconhecem num presidente da República "tolerante". Na altura certa, o autoritarismo jacobino de Mário Soares terá a resposta que merece.

Publicado por João Gonçalves 12:33:00  

9 Comments:

  1. Luís Bonifácio said...
    Espero que o Cavaco não se lembre da característica "Humanista" de Soares que é chefiar uma fundação paga com dinheiro de todos menos do dele. Com Soares esta bricadeira custou Um milhão de contos (dos antigos), logo no arranque e não sei quantos mais para manter esse humanismo!
    Anónimo said...
    São evidentes as vantagens para Portugal do candidato Mário Soares sobre um candidato apoiado pelo PSD e CDS. Senão vejamos:

    a) Muito maior experiência de Mario Soares, em especial na cena internacional. Se for preciso abrir uma porta em qualquer lado em favor de Portugal, o peso de Soares é muito maior do que o de Cavaco Silva. Mesmo na direita europeia, pesa mais Soares do que Cavaco.

    b) Soares tem experiência interna em matéria de crises e de como as ultrapassar. Foi em dois govermos presididos por ele, em 1977/78 e em 1983/85, que o FMI ajudou Portugal a ultrapassar duas graves crises financeiras do país. Cavaco, ao contrário, foi o perdulário nos anos dos seus governos que conduziu o país para o buraco em que estamos. Soares equilibrou as finanças públicas (com a ajuda de Vítor Constâncio, primeiro, e Hernani Lopes, depois), Cavaco desequilibrou-as, por não conseguir conter o apetite dos seus companheiros de partido. Os défices reais (sem receitas extraordinárias) dos anos da governação de Cavaco Silva são pavorosos e foram tão grandes ou superiores aos de hoje, da governação de Durão Barroso e de Santana Lopes.

    c) Muitos apoiantes de Cavaco Silva julgam que se ele for eleito poderá encetar reformas do nosso sistema político e administrativo. Nada mais ilusório, pois quem tem poderes para tal, nos termos Constitucionais, é a Assembleia da República e o Governo e partido(s) que o apoia. Ora, o governo actual é do PS, que tem apoio maioritário na AR. Portanto, se o governo quiser encetar reformas profundas, terá em Mário Soares um interlocutor mais compreensivo do que em Cavaco Silva, pois este pertence a uma família política diferente da do executivo e que nunca esteve para aí virada.

    d) O actual governo está a levar a cabo um conjunto de reformas de fundo importantes. Se Cavaco Silva for eleito, por pressão de lobies ligados aos partidos que o apoiam, poderá tender a ceder a essas pressões, acabando por boicotar a acção do governo e da maioria da Assemblea da República. Cavaco Silva, em vez de ser a solução, seria parte do problema. E não se diga que Cavaco Silva não é pessoa para se deixar pressionar porque o seu passado deixa antever isso mesmo. Não se deixará pressionar pela oposição nem por comentaristas agressivos, mas é-o pelos seus apaniguados mais espertos, como demonstra o lixo todo de corrupção que se desenvolveu ao longo dos seus mandatos como primeiro ministro, precisamente envolvendo altas figuras do seu partido. Alguém se esquece do que foi o Fundo Social Europeu, entregue a figuras gradas do PSD estrategicamente colocadas em certas empresas e organismos do Estado? Fez na altura Cavaco Silva alguma coisa para evitar essa corrupção? Soares sim, deu provas de combater a corrupção, tendo criado um Alto Comissariado para o efeito quando foi primeiro ministro pela primeira vez, chefiado por Costa Brás, o qual teve uma acção importante no combate à corrupção.

    e) Cavaco Silva é um candidato que divide os portugueses, ao contrário do que querem fazer crer alguns dos seus apoiantes. Cavaco nunca terá boa imagem dentro do mundo do trabalho. Carvalho da Silva e Proença, os dois líderes mais representaivos das duas confederações sindicais estiveram presentes na apresentação da candidatura de Soares. Isto diz muito da simpatia que Soares goza no mundo do trabalho. E Cavaco Silva? Ora, estando o governo a proceder a reformas profundas, algumas manifestamente impopulares para certos sectores da população, na presidência da república quere-se alguém que tenha uma base social de apoio forte no mundo do trabalho. Neste contexto, é evidente que Soares e Sócrates congregam em ambos essa maior base social de apoio, o que tornará muito mais fácil fazer as refomas de que o país precisa. Por estas razões principais, as classes médias e uma certa tecnocracia do país, se forem inteligentes, votam em Mário Soares. Não que Cavaco Silva não seja de per si um homem inteligente e íntegro, mas está rodeado de sanguessugas corporativas que se degladiam entre elas para ver quem apanha o melhor bocado. Soares pode ter atrás de si poetas, pintores, artistas, escritores, gente de letras e de ciência que mal conhece a tabuada das finanças e da economia. Embora também tenha com ele ilustres economistas e gestores. Cavaco Silva tem à sua volta duas classes de gente: os revanchistas de antigamente e as sanguessugas insaciáveis. Na sua corte, pouco sobra para gente de bem. O resto, ou são eleitores indiferenciados ou gente que sonha com outro país que nunca existiu nem jamais existirá. Soares é o realismo político. Já deu provas disso como presidente da república e como combatente contra o descalabro das finanças públicas. Cavaco é um mito, que falhou mais rotundamente exactamente onde alguns julgam que ele é mais fiável - nas finanças públicas. E não sou eu que o digo, foi o ex-ministro de Cavaco Silva, Miguel Cadilhe.
    Anónimo said...
    Faria bem à azia do autor do post que, uma vez por dia, durante um minuto, pensasse assim: "o que é que eu vou escrever se o Cavaco não se candidatar"?

    Em circunstâncias anteriores, do que se lê em outros Posts, o esclarecido autor foi "apoiante" de Mário Soares.

    Agora os pobres que acompanham mesma pessoa são classificados, de cátedra, como "bajuladores".

    Como se poderá então qualificar esta bajulice, perdão, apoio, a um candidato que ainda não sabe que o é e parece estar a fazer um frete enorme antes de se dignar satisfazer os seus bajuladores, perdão, apoiantes?
    Anónimo said...
    Como já li noutros blogues, MArio Soares é um pandego.
    Anónimo said...
    "na altura certa, o autoritarismo jacobino de m soares vai ter o que merece" ? que grande cabeça tem o autor do post, que espera pacientemente que soares tenha o que supostamente merece, hà 30 longos anos, não? dói, não dói? ainda vai doer mais em janeiro...
    Anónimo said...
    Cara olimpia nunca se esqueça desta máxima:

    "A fortuna cansa-se de levar sempre o mesmo homem na garupa."
    António Viriato said...
    Soares candidato perora sobre as qualidades que outro candidato deveria ter, na sua douta opinião, para poder almejar ao lugar que ele julga cativo para a sua muito apta pessoa. Também no Parlamento Europeu, há uns anos, lhe fizeram a mesma barbaridade que lhe querem fazer agora, quando elegeram um «política dona-de-casa» para presidir ao dito, quando todos deveriam ter visto que o cargo a ele lhe assentaria como uma luva. Vanitas vanitatum et omnia vanitas...
    Anónimo said...
    Quem é que disse que o Humanista D. Corleone não serve?

    Bolas. O gajo, num abrir e fechar de olhos, pôs a "concorrência" toda a fazer tijolo. Ora isto não é de Homem?
    Anónimo said...
    "Se for preciso abrir uma porta em qualquer lado em favor de Portugal, o peso de Soares é muito maior do que o de Cavaco Silva."
    Já percebi: Mário Soares quer ser o porteiro.
    Será ele a apagar a luz e a fechar a porta. Portugal terá acabado.

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