Manuel Pinho
segunda-feira, setembro 12, 2005
Em Espanha anda tudo muito agitado, à direita e à esquerda, acerca de uma OPA hostil que ocorre no sector energético. Por cá ninguém liga. Mas devia, em primeiro lugar porque Bruxelas pode deixar passar a operação, ordens de magnitude maior do que a que chumbou aquando da proposta de reestruturação energética que Portugal levou a Bruxelas, o que diz muito da lógtica de funcionamento da União e da consideração em que é tido o (país) do seu presidente, e em segundo lugar, porque as 'novidades' em Espanha alteram muitos dos cenários que puderiam permitir saídas airosas para a desastrada política e estratégia energética conduzida pelos diferentes governos nos últimos anos. A esta luz a imputação que o Jornal de Negócios fez muito recentemente a Manuel Pinho, de ter sido a fonte que 'lançou' a terreiro nomes de parceiros espanhois, eventualmente interessados a ir a jogo, em off, para logo a seguir em on desmentir devia ser levada mais a sério. As mexidas nos petróleos, na electricidade e no gás, mexem com ddezenas de centenas de milhões de €uros, e são estratégicas para Portugal, infinitamente mais que um qualquer canal de TV, pelo que não se compreende a passividade, a complacência, por alguém que já deu mostras de não estar minimamente à altura do cargo que ocupa - Manuel Pinho.
Publicado por Manuel 19:41:00
Deixe falar estes patetas portugueses da Loja, não temos medo nenhum dos espanhois. Quanto mais forte e mais próspera for a Espanha, melhor para Portugal. E vice-versa. E tanto faz espanhol como português a vender-me gás ou electricidade. O que é preciso é haver concorrência.
Mas que raio de fobia é essa contra os espanhois? E que diferença me faz se o accionista principal da Galp for italiano ou espanhol, francês ou alemão? O que é que isso interessa ao comum dos portugueses?
Aí está a ignorância atrevida. Se não houvesse tanta gente a "pensar" assim dava vontade de rir. Mas como há, é trágico.
A questão é saber se este país irá continuar a ter activos económicos, ou não. As grandes potências protegem a posse das suas empresas estratégicas, mas há portugueses, como o anónimo anterior, que acham que Portugal não precisam de nada disso. Nós até damos lições de "crisis management" ao Bush, pá!
Sabem os ignorantes atrevidos, que o Congresso Norte-Americano se pronunciou publicamente contra a compra da "Unocal Corporation", a quinta maior companhia energética dos EUA, pela CNOOC, detida pelo governo da China? A justificação dada pelos Congressistas foi, nem mais nem menos, que a Unocal é uma empresa ESTRATÉGICA para os EUA e não pode ser adquirida por estrangeiros, e muito menos por empresas públicas de países hostis aos EUA.
A OPA em Espanha tem contornos políticos, como tal, não é o "mercado a funcionar". Os portugueses têm de abrir os olhos e pensar bem se nestas condições o MIBEL vale a pena. Se for para nos passar a ferro, não obrigado.
Uma coisa é alguém de fora comprar direitos sobre recursos naturais como o petróleo americano, outra é comprar uma empresa de distribuição como a Galp, que não tem activos portugueses de petróleo, porque ele não existe. E o que potencialmente existe (no subsolo e ainda por descobrir e explorar) está protegido por legislação específica, como os minérios, que são do domínio público do Estado e sobre os quais só o Estado pode decidir.´
Como a China está ávida de petróleo, anda a tentar comprar os jazigos que existem, estejam onde estiverem. É natural que muitos países não deixem nem queiram.
"Os portugueses têm de abrir os olhos e pensar bem se nestas condições o MIBEL vale a pena. Se for para nos passar a ferro, não obrigado."
Passados a ferro são os consumidores portugueses todos os dias com o mau serviço da EDP, bastou regressar um dia de chuva forte na zona de Aveiro, para estar sem luz das 18h às 22h, e depois mais duas vezes durante a noite.
diogenes
Não tem activos porque os governos corruptos que temos tido não deixaram. A GALP é a única empresa portuguesa que faz refinação de petróleo e distribuição de combustíveis. Como tal é estratégica.
Há dez anos que se está para definir um modelo energético para o país, mas cada partido tem o seu "modelo" energético. Tal como o "modelo" energético do Pina Moura que ao deixar entrar a ENI na GALP foi muito útil aos cofres do PS... Aliás toda essa operação é um caso de polícia. Mas como a Portugal pouco lhe falta para ser uma república das bananas, Pina Moura está sentadinho no Parlamento, "manda" na Iberdrola "portuguesa", e tem mais peso no governo que a maioria dos ministros.
"...o mau serviço da EDP..."
E quem é que lhe garante a si que os espanhóis iriam prestar um bom serviço? A electricidade em Espanha é subsidiada pelo Estado, por isso é mais barata que em Portugal. Os operadores espanhóis não vão praticar em Portugal os preços que oferecem em Espanha. Por isso é que o MIBEL é uma farsa e não beneficia os portugueses em nada.