mais um escândalo como outro qualquer
Vitorino, (depois d)o fim do mito
sexta-feira, setembro 16, 2005
Num país normal um escândalo começava por (muito) menos (promiscuidade)... Mensalão ?! Qual mensalão ? Aqui são todos bons rapazes, e a PGR, por isso, não mexerá uma palha, porque é tudo gente honrada. Do Público, ipsis verbis.
Reestruturação da empresa energética
Galp assessorada por escritório espanhol de que Vitorino é sócio
16.09.2005 - 11h30 Cristina Ferreira/PÚBLICO
A Galp Energia fez, anteontem, um comunicado em que anuncia que decidiu contratar a Sociedade Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados (GPCB), a que pertence o socialista António Vitorino, “para assessoria nas conversações em curso, sobre a reestruturação da empresa”. O documento não refere, contudo, que a GPCB foi absorvida pelo escritório de advocacia espanhol Cuatrecasas e tem representado os interesses da eléctrica espanhola Iberdrola na Galp, onde controla quatro por cento do capital.
A Cuatrecasas contratou já este ano, António Vitorino, para integrar os quadros do grupo de advocacia “no seu escritório de Lisboa”. Como se pode ler no site da firma de advogados espanhola, o dirigente do PS “assinou pela sociedade de advogados Cuatrecasas para trabalhar no seu escritório de Lisboa”, o Cuatrecasas Portugal, onde assumiu o lugar de sócio. António Vitorino justificou ao jornal espanhol “Expansion” ter aceite o convite porque “é um escritório ibérico que acredita nas sinergias da actividade ibérica que podem ser divididas entre portugueses e espanhóis”.
Em entrevista ao “EL País”, enquanto sócio do Cuatrecasas Portugal, Vitorino é apresentado como “um homem com excelentes relações com Espanha”, que “preside à assembleia-geral do Santander Totta em Portugal” (...), e por isso “um especialista de excepção em relações jurídicas e empresariais entre” Portugal e Espanha. Vitorino irá prestar consultoria jurídica ao Governo de José Sócrates como representante nas negociações com os italianos da Eni, no âmbito do processo de recomposição accionista da Galp, presidida por Murteira Nabo.
De acordo com o “Jornal de Negócio” que deu a notícia, António Vitorino já esteve no Ministério da Economia para a primeira reunião na qualidade de advogado do Cuatrecasas Portugal. A escolha do ex-comissário europeu por parte do Governo, mesmo que feita indirectamente através da Galp, mereceu críticas por parte da oposição parlamentar. O PCP pediu mesmo que a comissão parlamentar de Ética aprecie este caso. Na carteira de clientes do Cuatrecasas está a eléctrica espanhola Iberdrola, que em Portugal é presidida por outro deputado socialista, Joaquim Pina Moura. A entrada da Iberdrola no capital da Galp e da EDP ocorreu no âmbito da privatização das empresas, quando Pina Moura era ministro da Economia de Guterres.
Contactos infrutíferos
O PÚBLICO procurou em vão falar com Pina Moura. De igual modo, telefonou para o escritório de advogado da Cuatrecasas, em Lisboa, a GPCB, onde António Vitorino e Manuel Castelo Branco trabalham, mas os dois advogados não estavam disponíveis. Ficou por esclarecer se a Cuatrecasas ainda presta serviços jurídicos à Iberdrola Portugal. Manuel Castelo Branco exercia até há pouco tempo as funções de representante dos interesses da Iberdrola Portugal, deslocando- se pessoalmente às assembleias-gerais da Galp.
Publicado por Manuel 12:54:00
12 Comments:
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Sinto-me como um peixe vermelho de aquário, a abrir e fechar a boca, já nem apetece emitir palavras... o sistema está mesmo pôdre, e não é só por falta de dinheiro, ou por ignorância técnica,...
Até quando abusarão da nossa paciência e passividade.
diogenes
Se se defender que os deputados devem exercer outras funções na sociedade civil, para melhor entenderem e representarem essa sociedade civil, logo aparecem outros a dizer que não, que isso é perversão do sistema político.
Este caso do Vitorino é um desses. Onde estão os liberais que defendem que os deputados podem e devem exercer funções na sociedade civil?
E se o deputado for professor universitário ou do básico ou secundário, estará ele numa posição neutra para votar no parlamento as reformas de Sócrates que afectam os professores? E se ele for sindicalista activo, além de deputado? Pode ele defender no parlamento o contrário do que defende como sindicalista? E se for deputado e médico ao mesmo tempo? E se for deputado e comerciante ou agricultor?
Mas a Assembleia da República não é para isso mesmo, para ter lá representantes de diversos interesses?
Afinal o que é o pluralismo? Será apenas o direito de falar diferente? Ou o direito de defender interesses diferentes?
Porque é que aqui na Loja os comentadores residentes andam apenas pela rama dos assuntos e pela espuma da política? Porque é que são tão demagogos e tão medíocres? São seres pensantes ou simples simpatizantes?
Isto de em democracia se desconfiar da boa fé das pessoas e de se criarem mecanismos para controlar o nepotismo, o amiguismo, o favor aos amigalhaços e a escolha de correligionários nosso para os lugares de poder público ou com ele relacionado, tem que acabar!
Basta de maledicência! De invejas e de venenos avulsos soltos aqui e noutros lados, contra estes inocentes beneméritos da causa pública, abnegados militantes do bem, inscritos no partido certo, com esse fito exclusivo que é a filantropia.
António Vitorino é um caso flagrante desses. Está a ser transformado em vítima de invejosos e de maledicentes, ele, um impoluto que nunca carregou malas em Macau; nunca fugiu ao pagamento de impostos e tem feito uma carreira profissional e politica como autêntico dos mais autênticos dos profissionais liberais deste país!
Portugal deve-lhe muitíssimo pois doi comissário na UE por mérito próprio: concorreu ao lugar como independente; não havia concorrente à altura e lá ficou nesse pelouro pesadíssimo que é a PESC, a trabalhar em prol da União, a troco de amendoins, me tarefas esforçadíssimas e em rotinas de pesar figos.Veio para Portugal, com uma mão atrás e outra à frente e foi parar à Praça das FLores a pedir uma sopa. Deram-lha, pois lá são todos amigos.
O país, nessa altura, deslumbrado com tanta humildade democrática, pediu-lhe para lidera o PS. Por deferencia democrática, declinou. Era pobre. Tinha que tratar da vidinha. Prometeram-lhe então apoio para a presidência da República. Que não! Era pobre e humilde e isso é cargo para honrarias.
Ficou então como deputado, pois pobre por pobre, é melhor essa condição recuada.
Aparece agora a oportunidade que surge uma vez na vida a Coelhos, Loureiros, Júdices, Leitões e outras figuras dominantes na nossa pujante democracia.
Queriam o quê?!
Que fugisse, mais uma vez, á pobreza?!!
Isso, só o venerando Almeida Santos, que ficou toda uma vida de pobreza e resignação beneditina, lá pelos corredores da Assembleia e do largo dos ratos.
Parabéns, pela coragem, caro António Vitorino!
Em sua homenagem vou dar-me ao trabalho de transcrever uma parte da última crónia de Miguel SOusa Tavares no Público.
Dedico-a a todos os Vitorinos, pobres mas honrados que vivem neste país.
Isto é um país, não é?! É que ouço cada vez mais falar em...Espanha, cá dentro...
tanta e destilada inveja destes pobres e honrados caixeiros de loja...
Assim constava já na blogosfera...ontem!!!
Disse alguma coisa?
Respondeu às questões que coloquei?
Nada, ZERO ABSOLUTO. Incapacidade total.
"Este caso do Vitorino é um desses. Onde estão os liberais que defendem que os deputados podem e devem exercer funções na sociedade civil?"
Respondida: Eu não sou um liberal, logo não tenho que responder sob esse ponto de vista.
De resto, o pressuposto era este:
" Se se defender que os deputados devem exercer outras funções na sociedade civil, para melhor entenderem e representarem essa sociedade civil, logo aparecem outros a dizer que não, que isso é perversão do sistema político."
O meu postal e comentário respondem cabalmente. Além disso, há incompatibilidades fixadas na lei, mesmo sem batotas.
O zero absoluto é, por isso, uma questão relativa como as afirmações que fez.
claro que foi tudo desmentido e que tudo não passa de telenovela virtual, mas se a blogosfera e estes lojistas não tiverem enredos virtuais, como hão-de matar o tempo, agora que a época de praia já acabou?
Estes blogs são uma risada. Um inventa um enredo, um outro blog vai lá buscar para contar aos outros, depois o primeiro recebe já recauchutado, e aí vão todos, cantando e rindo à volta de uma história sem ponta por onde se lhe pegue.
Como estou em férias, não quero mais nada, é um fartote de rir. O pior é que alguns interiorizam a novela, e, como Santa Teresinha do menino Jesus, sofrem com o enredo.
Isto é, como diz Pessoa, «fingem tão completamente que chegam a fingir que é dor a dor que deveras sentem».
ah Grande Loja e grandes lojistas!.... hehehehehehehehe....
a) A sociedade de avogados GPCB, de Lisboa, foi contratada para assessorar a PARPÚBLICA no tempo do governo de Durão Barroso.
b) A Galp já afirmou em comunicado que pediu à GPCB, e não a António Vitorino, para a representar nas negociações com o Estado.
c) O gabinete do ministro da economia já fez saber que não designou ninguém, muito menos António Vitorino, para o representar nas negociações da Galp. Aliás se assim fosse, desmentiria o comunicado da Galp.
d) António Vitorino só se fez sócio da GPCB em 2005, portanto não tem tido nenhuma participação em negócios com o Estado, em nome da GPCB, que já vem desde antes, do tempo do governo anterior.
e) Até agora, nem a GPCB, nem o Governo, nomeou Vitorino para qualquer trabalho relacionado com a negociação com o Estado.
As notícias que têm vindo a público deviam simplesmente noticiar que Vitorino se fez sócio da GPCB. Foi isso que fez levantar todo o alarido na imprensa. Ora, à face da lei, não é interdito um deputado ser sócio de uma sociedade de advogados. E é frequente haver deputados que são sócios de sociedades comerciais. Se alguma coisa está mal é a lei. O outro anónimo que escreveu antes tocou na ferida, ou se adopta um modelo, ou outro. Mas em geral os que defendem um modelo são depois os primeiros a criticarem algum acto cuja aplicação se insere no modelo antes defendido. O que quer dizer que se criticam a eles próprios.
Desculpe não usar um user name, mas o vosso sistema de inscrição não aceita nenhum dos user names que sugeri, e foram muitos. Nem apresenta alternativas, o que é pena. Assim tive que escrever e assinar isto como anónimo.
Sábado, 17 de Setembro de 2005