a excepção
domingo, setembro 25, 2005
Ontem o DN noticiava em grandes parangonas que os empresários indígenas admitem ostensivamente violar as lei (autárquica) por não concordarem com ela. Era um sinal triste de que a reforma de que portugal precisa não passa só pela política mas também pelas mentalidades, inclusivé da dos "alegados" sectores mais dinâmicos da sociedade... É por isso um absoluto deleite o país ter tido a possibilidade de ouvir Paulo Teixeira Pinto, presidente do BCP, esta noite na SIC/Notícias. A falar claro, a não pedir favores a ninguém, a assumir claramente responsabilidades, projectos e objectivos e a colocar tudo no seu devido lugar, sem nunca fugir à resposta. PTP pode ser um perigoso cavaquista, o que só abona a um e outro, pode ser da Obra (não acho grande piada, como é sabido), até pode ter contratado o Abrunhosa para a publicidade do BCP (há quem goste) mas, gostando ou não gostando do personagem, só por despeito ou refinada hipocrisia é que não se reconhece que não é, pela asegurança, pelo discurso, pela coerência (concordando-se ou não) uma honrosa excepção, que só nos pode orgulhar a todos. É pena é não haver muitas mais.
Publicado por Manuel 22:59:00
O Ministério da Justiça quer que as decisões dos tribunais sobre cobrança de dívidas sejam estandardizadas, para que possam ser aplicadas a uma multiplicidade de acções.
Os juízes vão poder juntar vários processos e proferir, para todos, uma só sentença ou despacho genéricos e sem qualquer fundamentação de direito, bastando apenas que adiram às razões dos litigantes vencedores.
A Ordem dos Avogados concorda com esta reforma. Vai ser uma das maiores reformas do ministério da Justiça. O artesanato judicial vai ter os dias contados. Centenas de milhares de processos vão ser resolvidos de forma automática. E é assim, com a prata da casa e sem consultorias milionárias, que se governa de forma barata e reformista.
Muito bem sr. ministro da Justiça!
Depois da reforma que permite criar uma empresa numa hora, vem agora aí a reforma que permite resolver milhares de processos judiciais numa hora!
O ministro da Justiça não sabe distinguir o subsídio de habitação de um subsídio de compensação.
Aposto que também não pesca nada disso. Sobre propaganda só lhe detecto uma ideia: inundar de spam blogs que não são afectos ao situacionimso.
Desculpe o desabafo.
Gerir bancos não é a mesma coisa que ter muitos títulos académicos e muita intervenção cívica. É ser um verdadeiro criador de valor para o accionista. E, embora positivo a sua crença numa dada ética, um bom banqueiro não dá aquele tipo de entrevistas.
Mas o futuro o dirá.
Se não for ele alguém por ele aqui escreverá sobre as mosteriosas relações entre o BCP e algumas empresas e grupos. Exigirá as habituais explicações sobre negócios para ele pouco claros (e obterá resposta, evidentemente). Não deixará de lançar a suspeita sobre as pontes existentes entre o BCP e o escritório da sua mulher, e pour cause, com o PSD que pertence à direcção política do PPD e por esta via as conspíquas ligações ao lider actual.
A facada final, bem funda, será a revelação de que o homem foi afinal inspirador de movimentos da extrema-direita trauliteira nos não muito longinquos tempos da Universidade Livre.
Se isto não acontecer daqui a uns tempos será porque a Loja ou mudou de dono ou pelo menos de gerência.
Vá lá, chamem-me nono...