a excepção

Ontem o DN noticiava em grandes parangonas que os empresários indígenas admitem ostensivamente violar as lei (autárquica) por não concordarem com ela. Era um sinal triste de que a reforma de que portugal precisa não passa só pela política mas também pelas mentalidades, inclusivé da dos "alegados" sectores mais dinâmicos da sociedade... É por isso um absoluto deleite o país ter tido a possibilidade de ouvir Paulo Teixeira Pinto, presidente do BCP, esta noite na SIC/Notícias. A falar claro, a não pedir favores a ninguém, a assumir claramente responsabilidades, projectos e objectivos e a colocar tudo no seu devido lugar, sem nunca fugir à resposta. PTP pode ser um perigoso cavaquista, o que só abona a um e outro, pode ser da Obra (não acho grande piada, como é sabido), até pode ter contratado o Abrunhosa para a publicidade do BCP (há quem goste) mas, gostando ou não gostando do personagem, só por despeito ou refinada hipocrisia é que não se reconhece que não é, pela asegurança, pelo discurso, pela coerência (concordando-se ou não) uma honrosa excepção, que só nos pode orgulhar a todos. É pena é não haver muitas mais.

Publicado por Manuel 22:59:00  

6 Comments:

  1. Anónimo said...
    Deixemo-nos de fofoquices limianas que não interessam a ninguém e falemos do que interessa aos portugueses:

    O Ministério da Justiça quer que as decisões dos tribunais sobre cobrança de dívidas sejam estandardizadas, para que possam ser aplicadas a uma multiplicidade de acções.

    Os juízes vão poder juntar vários processos e proferir, para todos, uma só sentença ou despacho genéricos e sem qualquer fundamentação de direito, bastando apenas que adiram às razões dos litigantes vencedores.

    A Ordem dos Avogados concorda com esta reforma. Vai ser uma das maiores reformas do ministério da Justiça. O artesanato judicial vai ter os dias contados. Centenas de milhares de processos vão ser resolvidos de forma automática. E é assim, com a prata da casa e sem consultorias milionárias, que se governa de forma barata e reformista.

    Muito bem sr. ministro da Justiça!
    Depois da reforma que permite criar uma empresa numa hora, vem agora aí a reforma que permite resolver milhares de processos judiciais numa hora!
    Anónimo said...
    Todos sabem que o BCP é um feudo da OPUS DEI, isto é, para os membros do clube.
    josé said...
    Olhe, caro papagaio nonó:

    O ministro da Justiça não sabe distinguir o subsídio de habitação de um subsídio de compensação.

    Aposto que também não pesca nada disso. Sobre propaganda só lhe detecto uma ideia: inundar de spam blogs que não são afectos ao situacionimso.
    Anónimo said...
    Oh Sr. Manuel: o senhor vive noutro planeta ? Então não sabe que o discurso para fora não corresponde à prática para dentro ? Não imagina que porventura se se fizesse uma inspecção à americana ela poderia ser devastadora ? Eu que aprecio tanto os seus escritos que raio de bicho lhe mordeu para escrever uma coisa destas ? Não ponho em causa a sua boa fé mas acho que precisa de aprofundar a matéria. Como se diz, no melhor pano cai a nódoa.
    Desculpe o desabafo.
    Anónimo said...
    Paulo Teixeira Pinto ainda tem que provar que, mais que um membro da Opus Dei, é um verdadeiro banqueiro. Até agora não o mostrou. Está a dar os primeiros passos, mas não convence. Veremos se mostra verdadeiramente capacidade para o lugar.

    Gerir bancos não é a mesma coisa que ter muitos títulos académicos e muita intervenção cívica. É ser um verdadeiro criador de valor para o accionista. E, embora positivo a sua crença numa dada ética, um bom banqueiro não dá aquele tipo de entrevistas.

    Mas o futuro o dirá.
    Anónimo said...
    Aguardemos os próximos posts da Loja, corrijo, do Manuel sobre Teixeira Pinto.
    Se não for ele alguém por ele aqui escreverá sobre as mosteriosas relações entre o BCP e algumas empresas e grupos. Exigirá as habituais explicações sobre negócios para ele pouco claros (e obterá resposta, evidentemente). Não deixará de lançar a suspeita sobre as pontes existentes entre o BCP e o escritório da sua mulher, e pour cause, com o PSD que pertence à direcção política do PPD e por esta via as conspíquas ligações ao lider actual.
    A facada final, bem funda, será a revelação de que o homem foi afinal inspirador de movimentos da extrema-direita trauliteira nos não muito longinquos tempos da Universidade Livre.
    Se isto não acontecer daqui a uns tempos será porque a Loja ou mudou de dono ou pelo menos de gerência.
    Vá lá, chamem-me nono...

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