Em 2000 a sociedade Porto 2001 no âmbito do seu programa educativo lançou um conjunto de acções de formação que visavam dotar mais de uma dezena de docentes do 1º e 2º ciclo com competências necessárias para desenvolvimento de projectos educativos junto das crianças. A ideia pareceu-me óbvia, antes de “atacar” as crianças com música e formação musical, havia que formar os interlocutores. O projecto foi desenvolvido por Fausto Neves e teve a colaboração de duas profissionais com experiência em educação musical, créditos firmados e com o conhecimento do panorama musical português e do contexto da formação musical. Não conheço a formação em questão, tenho sim o feedback positivo dado por alguns dos destinatários das acções e observei in loco o apreciável trabalho desenvolvido por miúdos a propósito de uma apresentação pública da Sinfonia do Novo Mundo de Dvorak no Rivoli Teatro Municipal. Entretanto o Engº Couto dos Santos assumiu a liquidação da CdM e, logo a seguir, reestruturou o departamento educativo, atribuindo a sua direcção a uma colaboradora bem próxima. Sobre a actual estrutura nem me apetece falar, pois é dos poucos casos que conheço de uma que foi criada sem antes estar definida a estrutura de enquadramento, obviamente que mais cedo ou mais tarde é candidata à reestruturação, quiçá com umas indemnizações valentes para compensar alguém mais descompensado.
Isto a propósito da notícia que hoje vem publicada no JN e na qual se dá conta que o DEI da CdM chamou uma série de gente de fora para levar a cabo um projecto de formação para animadores musicais, presumindo-se que muito bem pagos para terem qualidade. Perante isto pergunto, o que é que aconteceu o projecto desenvolvido em 2000 – foi concluído? – teve sequência? – foi avaliado? – aonde é que estão os resultados? foram assacadas responsabilidades no caso de ter fracasso? Tenho a forte convicção que a resposta a todas as perguntas é NÃO e que mais não se fez do que tábua rasa do trabalho anterior, o que é perturbante, pois se o projecto tinha qualidade, e as informações de que disponho são no sentido do sim, deveria ter-lhe sido dada continuidade, não tendo esta acontecido provavelmente apenas por mudaram os responsáveis.
Isto a propósito da notícia que hoje vem publicada no JN e na qual se dá conta que o DEI da CdM chamou uma série de gente de fora para levar a cabo um projecto de formação para animadores musicais, presumindo-se que muito bem pagos para terem qualidade. Perante isto pergunto, o que é que aconteceu o projecto desenvolvido em 2000 – foi concluído? – teve sequência? – foi avaliado? – aonde é que estão os resultados? foram assacadas responsabilidades no caso de ter fracasso? Tenho a forte convicção que a resposta a todas as perguntas é NÃO e que mais não se fez do que tábua rasa do trabalho anterior, o que é perturbante, pois se o projecto tinha qualidade, e as informações de que disponho são no sentido do sim, deveria ter-lhe sido dada continuidade, não tendo esta acontecido provavelmente apenas por mudaram os responsáveis.
Tudo isto é dramático, o problema é que se prevê que a formação em outras áreas, e que vai custar milhões de €(s) ao País, seguirá exactamente o mesmo caminho, ou seja o do caixote do lixo, pois o que interessa não é o fim em si mesmo, mas sim a possibilidade de se sacar mais umas massas e o resto são cantigas.
Publicado por contra-baixo 15:40:00
1 Comment:
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Assim, no tempo de Pedro Burmester, o departamento chamava-se, singelamente, "Departamento Educativo".
Com as alterações feitas pela direcção do Eng.Couto dos Santos, passa a chamar-se, com pompa e circunstância, "Departamento de Educação e Investigação".
Sempre dá outro "prestígio", não é?
Então para os amigos e conhecidos...
Mas a diferença fundamental, quanto a mim, reside em que Pedro Burmester entende (e bem) que o projecto Casa da Música ultrapassa o campo musical, e que pode sêr um actor muito forte no campo social da cidade do Porto, nomeadamente no campo da coesão social.
Daí o projecto com a "Birmingham Opera Company, que "arrasta" para a Casa da Música populaçãojuvenil e sénior de dois bairros "problemáticos" do Porto, Aldoar e Fonte da Moura.
Portanto, Pedro Burmester não se limita a fazer uma programação "de catálogo", mais ou menos inteligente, mas pretende que a Casa da Música tenha um papel activo no campo social, nomeadamente fomentando actividades de coesão social.
E o que faz Rui Rio?
Rui Rio é um presidente de câmara populista, que tem horror ao popular. (Céus, onde já se viu gente do Aldoar e da Fonte da Moura na Casa da Música? Ainda partem isto tudo...).
Pedro Burmester é um homem que não é populista mas entende a importância e a necessidade de promover o popular.
Daí o confronto entre os dois.
Portanto, meu caro contra baixo, para já nem é tanto o compadrio e a repartição de dinheiros e honrarias que me incomoda mais (neste caso, entenda-se)mas sim a destruição de um projecto inovador, arriscado, mas fundamental em qualquer cidade civilizada.
Para finalizar, e este texto já vai muito longo, não quero deixar de fazer uma nota referente à ligação Casa da Música/MIT/António e Hanna Damásio.
Eu sei que o que vou escrever é politicamente incorrecto, mas escrevo na mesma.
Numa cidade com tantas e tantas carências ao nível da educação de base, musical e não só, qual o interesse de um projecto "de ponta", muito interessante, sem dúvida, mas que, para mim, não deveria sêr uma prioridade da Casa da Música.
Mas que dá prestigio ao Eng.Couto dos Santos e aos seus muchachos e muchachas, disso ninguêm têm duvidas.
E assim vamos nós, em Portugal.