um fim que inviabilizava o início

Há por aí muita alminha que contextualiza a pulhice que Mário Soares fez a Manuel Alegre com o facto de Alegre não ganhar eleições e Soares (segundo as sondagens) poder alegadamente ganhá-las. Há até a este propósito uma prosa recente de Ana Sá Lopes a razar a indigência onde se louvam hossanas ao pragmatismo de Soares que terá posto os fins, a vitória, o resultado, acima dos príncipios, e da amizade. Acontece que a memória é curta, excessivamente curta. Se o não fosse, talvez alguns recordassem que os actuais princípios e métricas que regem a lógica (se houver uma) da candidatura de Soares inviabilizariam, à nascença, qualquer hipótese de ele ter sido alguma vez eleito PR já que quando se candidatou da primeira vez, partiu nas tais sondagens com 10% muito atrás de Pintassilgo e Zenha. Antigamente Soares considerava-se um combatente, agora, e segundo Medeiros Ferreira, os combates (políticos) regem-se pelo mercado, e para a esquerda compram-se feitos. Dá dó.

Publicado por Manuel 12:39:00  

5 Comments:

  1. Teófilo M. said...
    Q que eu ainda não vi ninguém explicar é porque gostavam de ter o Alegre na presidência da república!

    Ou será que não é por causa disso que tanto se escreve?
    Anónimo said...
    O porco que è o Mario Soares, teve a visão para o ver, o DR. Zenha, que correu com ele.............
    Nino said...
    Perspicaz análise.
    Anónimo said...
    Senhor Manuel:
    Jamais defendi que os combates políticos se regiam pelo mercado.Comecei no tempo do condicionamento salazarista...
    Anónimo said...
    Ao Anonymous das 2:07 PM
    Não vou à bola do Marito nem com molho de tomate, mas moderemos a linguagem.

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