Meu dito meu feito

O Manuel já disse quase tudo. Eu, pessoalmente, teria ido mais longe, teria nomeado o post "Uma questão de falta de classe". Mas enfim ... estando quase tudo dito não consigo não meter mais uma colherada.

Meu dito

O anonimato, portanto, e falo por mim, não é protecção contra a lei, nem capa de desresponsabilização. (...) É, isso sim, capa de protecção contra aqueles que procuram mais a assinatura do que a compreensão do texto,
É, isso sim, capa de protecção contra aqueles que procuram mais a assinatura do que a compreensão do texto,


Meu feito
Já quanto à opinião, tudo muda. Que valor tem uma crítica, uma opinião, face a um político, um juiz, ou um jornalista, quando essa opinião vem de alguém que se esconde atrás do anonimato ou do pseudónimo? Nesses casos, não estamos, de facto, perante opinião, mas apenas face a bocas. Equivalem àqueles apanhados de rua que as televisões fazem quando querem saber o que pensam as domésticas e os desempregados acerca da contenção da despesa pública. Podem ter um interesse lúdico, para quem não tem mais nada que fazer. Pouco mais.

A opinião vale por quem a assina, não pelo que vale.

Meu pobre DN!

Se, por hipótese louca, eu publicar opinião na imprensa com o meu nome civil, para JMF sou capaz de valer alguma coisa. Se eu, o mesmo, aqui publicar na Loja um qualquer texto não passa de uma "boca". Excelente critério jornalístico. Iluminada inteligência.

O que eles não toleram - os jornalistas e os políticos de profissão - é que a sua "descida" à blogosfera não tenha tido o efeito monopolizador desejado. É que outras vozes continuem a encontrar quem as leia. Até mais, porventura, nunca o saberemos.

É o não conseguirem estender a este meio o controlo que têm em quase todos os outros. A frustração deve ser imensa. A noção da dificuldade em ganhar audiências sem o nomezinho, que decerto intuem, deve fragilizar aqueles egos pouco habituados a terem de provar o seu valor. Somos um país de Conselheiros Acácio.

Um desafio: comecem uma vida blogosférica sem os vossos nomes verdadeiros. Sem a redezinha de influências e os amigos no mainstream e depois vejam quanto valem os vossos textos. Quantos os lêem e, mais importante, quantos os discutem. Depois falamos.

Sim, porque se o JMF é arisco e só considera a opinião de quem tem "nome" eu, por mim, continuo a reservar-me o direito de considerar o que leio em função do que vale e não em função de quem o escreve. E o texto de JMF não vale um caracol.

Publicado por irreflexoes 15:02:00  

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