De antologia
quinta-feira, agosto 11, 2005
É o mínimo que se pode dizer do artigo de opinião assinado hoje por Mário Lino no Diário Económico (sumário aqui).
Em primeiro lugar, e esta é uma questão mais genérica, não deixa de fazer confusão esta mania dos que nos governam de opinarem na imprensa escrita como se fossem comentadores políticos e não actores políticos. Um Ministro pode e deve ter mais o que fazer. Isto num cenário ideal, claro.
Em segundo lugar, o Ministro barafusta, barafusta, mas a verdade é que o único estudo que cita e que está dis ponível é o estudo prévio de impacto ambiental (veja-se um bom apanhado aqui e a documentação original aqui), que toda a gente efectivamente conhece, mas que sabe a pouco face aos cento e não sei quantos citados pelo Ministro da Economia.
Aquele estudo, para além de prévio, vale o que vale, uma vez que foi feito sem estar concluido qualquer projecto concreto de construção. E avalia o impacto ambiental. Mais nada.
O Estudo não aborda a racionalidade do investimento do ponto de vista da ortganização geral dos transportes no país, não especula sobre a sustentatbilidade intrínseca do projecto, face a número de passageiros esperados, não avalia os custos e os benefícios económicos de tal medida. Nada. E esses são aspectos muito importantes.
Não enfio a carapuça do "Falta de informação sobre Ota e TGV é mentira descarada".
Pelo contrário. Achar que um estudo prévio de impacto ambiental permite fundamentar uma decisão destas é ridiculo. E é mentira. Pensar que os portugueses são tolos e acreditam nisso um erro político de palmatória.
Publicado por irreflexoes 11:08:00
Esmagam completamente a oposição política, com factos e datas.
Um estudo de viabilidade económico-financeira em detalhe só pode ser feito por privados, pois só eles sabem o que querem fazer do aeroporto.
E como o investimento é essencialmente privado, mal parecia que o Estado ou o Governo viessem dirigir a mente dos privados que lá vão investir.
Se esse estudo existisse, uma nuvem de críticas cairia em cima do estudo, não por ele estar errado, mas por o Estado se substituir aos privados.
Portanto, na minha maneira de ver, o seu comentário é incoerente, porque critica o Estado por ser dirigista e interventor na economia, e critica o Estado neste caso concreto por não ser dirigista nem interventor na economia, ao não ensinar as contas do novo aeroporto a quem lá vai investir do sector privado.
Seja coerente e diga assim: "não gosto deste governo e do PS, por isso devem ser presos por terem cão e por não terem". Assim evitavam-se embustes partidários.:-)