Mitos nacionais
quarta-feira, julho 13, 2005
Há muitos. Um deles é o de que no Norte é que se trabalha. Pois bem, na região de Lisboa o Valor Acrescentado Bruto (VAB) é de 902 milhões de euros, quase 40% do total nacional (fonte).
Publicado por irreflexoes 17:14:00
16 Comments:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Assim, temos de ver qual é a incidência do Estado e das Empresas públicas, que como sabemos estão fortemente concentradas nesta região.
De facto gostaria de ver um estudo mais profundo, estas afirmações generalistas não ajudam.
São o reverso do regionalismo serôdio do Alberto João e outros. Ou seja, Albertos João há-os por todo o País, incluindo em Lisboa.
diogenes
Assim, temos de ver qual é a incidência do Estado e das Empresas públicas, que como sabemos estão fortemente concentradas nesta região. E também as sedes de muitas empresas "patrióticas" que não estão expostas à concorrência externa, como a PT, EDP, etc.
De facto gostaria de ver um estudo mais profundo, estas afirmações generalistas não ajudam.
São o reverso do regionalismo serôdio do Alberto João e outros. Ou seja, Albertos João há-os por todo o País, incluindo em Lisboa.
Tudo isso me parece muito lógico, sim senhor. Já que é rica, vamos dar-lhe mais meios de criar riqueza. O resto, fica para turismo [praia no Algarve, montes no Alentejo, cruzeiros no Douro - e sem pontes é melhor; uns ares de Gerês]
E eu, que durante 2 anos tive que pagar portagem Braga/Porto/Braga sou obrigado a ficar solidário ($$$) com uns coitados que não querem pagar a CREL. Eu, e a malta das SCUTS.
Sim, porque aqui é paisagem, nada de stress: maravilha.
Os regionalismos (talvez fosse melhor falarmos de provincialismos) que existem a norte e, em certa medida, no Algarve, não toleram este tipo de asserção. É pena.
O dado que foi apresentado é objectivo, vale o que vale, e é obtido com as metodologias que é. nunca disse o contrário, pois não?
Em termos substanciais gostava só de acrescentar:
1) O Valor acrescentado bruto é um indicador como qualquer outro. E a região do Porto, como reconhecem, também beneficia de determinadas distorções (como a sede da Sonae e, devem ter-se esquecido por lapso, do BCP).
2) O João Fernandes deve ter em atenção que o novo Aeroporto até é uma ideia que prejudica Lisboa. Que quem tem uma catrefada de pontes gratuiras é o Douro. Que Estádios, no Porto, também foram 2, o que é proporcionalmente (face à população) mais do que o que se gastou em Lisboa. Os lisboetas pagam a CREL, muito obrigado, e pagam também muita coisa, e não vão ter uma SCUT da Costa da Prata ou lá o que é, mais as VCI's e quejandos.
Inspira-me a pensar no País com 4 regiões, 4 governos regionais, sem a enorme capilaridade e redundância que as camaras municipais e juntas de freguesia oferecem.
Divago...
NLima
NLima
Quanto ao aeroporto, acho que não me engano quando assumo que a OTA fica na LVT.
E de novo nas portagens: a A11 [Braga/Barcelos] passou de uma portagem de 1.10 euros para 1.20 euros com a "actualização" do IVA. O resultado correcto seria 1.11(8). Que se saiba, moedas de 1 cent (ou 2 cent) existem em circulação cá no Norte. Nas travessias do Tejo está-se a pagar 5% de IVA nas portagens, nesta auto-estrada A11 paga-se 30% de IVA.
Na temática das estradas [ainda], temos a 2a Circular, Eixo N/S (são os equivalenentes da VCI); temos a CRIL; temos IC 21, IC 32, IC 20 e que são gratuitas, que se saiba.
No entanto, cá pelo Norte temos a oportunidade de celebrar cada nova auto-estrada que (finalmente) vai abrindo dado que tínhamos basicamente a A3 (Porto/Braga/Valença) e bocados da A4 e A7. Finalmente, podemos ver a A7 desde Vila do Conde até Guimarães ; finalmente a A11 Barcelos/Braga/Guimarães e cá se espera um dia que as AE cheguem a Chaves e finalmente Bragança.
Por isso, se aqui não se tem um VAB superior ao de LVT, talvez seja pelo tempo que temos que gastar a circular em estradas nacionais. Se não se pagam mais impostos, talvez seja pelo facto de as nossas empresas terem que pagar mais nas portagens do que as congéneres da LVT.
Quando lhe perguntaram se é verdade que não se trabalha em Lisboa ele respondeu: "Então não se trabalha? Vão para lá tantas pessoas do Norte fazer o quê?"
No meio desta discussão, que até é interessante, só me irrita aquela posição típica de alguns lisboetas de meia tigela quando falam com a malta do Norte: quando falham os argumentos, há que chamar-lhes provincianos!
Eu sei que o objectivo é mesmo esse, irritar. Mas que hei-de fazer? Sou um fraco, não consigo evitar...
Só duas notas de muitas possíveis:
1) Iva a 30% não existe :). Ponto final parágrafo.
2) A 2.ª circular é uma auto-estrada? A 2.ª circular, deixe-me que o informe, é uma porra de um cruzamento genético que correu mal entre um parque de estacionamento gigantesco e uma avenida citadina. E se quer falar de IP's e IC's podemos falar dos que servem a região do Porto. Conhece estes de algum lado?: IC's 1, 2, 5, 23, 24, 26, 29, 35 e IP's 4 e 9.
Num tom mais pessoal, acho ofensivo que me chamem "lisboeta[s] de meia tigela". Devo ser dos lisboetas de tigela inteira mais puros que por aqui há.
"(...)acho ofensivo que me chamem "lisboeta[s] de meia tigela""(...)
Ora ainda bem. Ficamos então empatados.
:)
Pode até parecer-lhe estranho, mas eu também acho ofensivo chamarem-me provinciano apenas por não ter recebido a graça divina de nascer em Lisboa.
De todo modo, não queria que permancesse qualquer tom de crispação. Não é essa a minha intenção, de todo.
"Desofenda-se" homem, só decai de regionalista a provinciano quem defende a sua causa com base em argumentos demagógicos e populistas.
Agora, quanto ao sítio onde se trabalha mais ... Eu já trabalhei em Lx, no Porto e actualmente em Braga; e como é óbvio já vi de tudo no que diz respeito a quem trabalha mais ou menos: ou seja, não concluí absolutamente nada. Quanto aos valores de produção (e sedes, etc) eu não faço ideia como são contabilizados no meu caso, dado que a minha empresa tem o escritório em Lx, sede no Porto e eu estou em Braga.
E seja como for, as regiões ricas não devem (moralmente) reclamar fatias maiores de benefícios só porque produzem mais. Sou da opinião que deve ser ao contrário: as regiões ricas contribuirem para o desenvolvimento das regiões menos ricas. [ricas entre aspas, dada a escala do nosso país]. Quando eu pago impostos (e pago bastante), não estou à espera que eles retornem linearmente em meu benefício.
Até porque com este rumo, os habitantes do interior vão-se deslocar cada vez mais para o litoral com as consequências que já se começam a notar [pf, não se leiam aqui ofensas; refiro-me apenas à pressão social]. Há que criar condições para atrair as pessoas para o interior. Deste modo, existe um benefício colectivo. ((Madrid fica no interior!))
Por mim, não me importo de pagar a A23, mesmo sem andar nela.
E o motivo da minha irionia original tem sempre a haver com o hábito recorrente de certas pessoas de Lisboa em proclamar que eles produzem mais, e por isso merecem cada vez mais.