A dura realidade

O índice de intensidade do investimento em investigação e desenvolvimento em Portugal é de 0,85. Na média europeia é de quase 2. E em países como a Suécia é de qualquer coisa como 4.

Publicado por irreflexoes 17:39:00  

14 Comments:

  1. Anónimo said...
    O índice de intensidade do investimento é incompleto e traiçoeiro pois mede a quantidade de dinheiro despejado na investigação.
    Há algum indicador que meça o retorno desse investimento? Tipo: nº de patentes por unidade monetária investida, ou nº de comunicações em revistas de topo por unidade monetária investida...
    irreflexoes said...
    Garbage in, garbage out ... se investimos pouco para nada, por muito eficientes que fôssemos - e não somos - nunca compensariamos a diferença.

    Como não tenho esses dados não os posso mencionar. Se os tem agradeço que mande vir. Eu acrescentarei no post.
    Broken M said...
    a fundação para a ciência e tecnologia tem os dados de comunicações e patentes, acho que não estão acessíveis ao público em geral.
    Anónimo said...
    Não tem ajudado muito a Suécia que tem caído nos índices. Note-se que cair nos indices não significa piorar a performance, mas no caso Sueco apenas de que não estão a enriquecer tanto como os outros.

    lucklucky
    Anónimo said...
    mais alguns "numerozitos" aqui:

    http://www.mapinov.net/
    Piotr Kropotkine said...
    Terreno pantanoso de raciocinios lineares...

    Imagine-se que o Livro Verde da Inovação da Cresson partia do principio que existe um Paradoxo Europeu - o da ciência mais barata do planeta que é incapaz de traduzir no mercado o saber desenvolvido com ziliões gastos em I&DT...
    Piotr Kropotkine said...
    Temos a melhor máquina de produção de "comunicações" e papers mas produtos em supermercados poucochinhus....
    Piotr Kropotkine said...
    só espero que o Gago não leia este blogue....
    Piotr Kropotkine said...
    Para "desgraça" dos evolucionistas do SPRU (U: Essex) e de Chalmers em Gutemburgo do MIT etc... a causalidade nunca foi clara os modelos econometricos nunca foram convincentes

    não obstante, a relação não linear pode ser interessante e os modelos do Brian Arthur e de outros em Santa Fé chegaram mais longe

    continuamos contudo em Science Policy numa optica de supply side economics que só se tem traduzido na UE em bullshit...
    Piotr Kropotkine said...
    Durante os anos setenta deu-se o ressurgimento das correntes schumpeterianas cujo paradigma não era o do equilibrio macroeconomico classico nem o problema da conjuntura keynesiana, eles estavam antes interessados na questão do crescimento a longo prazo (dai a frase assassina do keynes "a longo prazo estamos todos mortos"...)

    era o problema dos ciclos de kondratiev e que variaveis causais estavam na base dos evidentes ciclos de grande crescimento que irrompiam

    a teoria do schumpeter sobre inovação sugeria que era um choque (na altura dizia-se exogeno porque não se considerava a ciencia e a tecnologia uma variavel de politica economica , e, em certo sentido os mais liberais ainda hoje negam a existência de tal "variável") e portanto "aparecia" do "exterior" do sistema economico algo (materiais como aço e energias como o vapor petroleo ou electricidade) que alteravam tudo (praticas sociais e economicas modos de vida) naquilo que o Schumpeter chamava gales of creative destruction...

    a ideia defendida pelos neo schumpeterianos como Chris Freeman Pavitt e outros era que estes "input" chave provavam o modelo linear de inovação de schumpeter (a ciencia avançava e as empresas apropriavam-se do conhecimento transformando-o em valor no mercado)

    pelo meio havia o problema dos monopolios baseados em patente o papel da invenção e do empreendedor individual

    se a tecnologia gerava desemprego ou não

    qual seria a origem das inovaçãoes etc....


    até chegarmos agora a conceitos de rendimentos crescentes (uma verdadeira heresia em Economia clássica mas que deve dar o premio Noble ao Brian) e às dificuldades em medir uma nova economia que já não é mais baseada em revoluções provocadas por inputs chave materiais ou energéticos

    portanto a tal economia do conhecimento para a qual nos faltam unidades de medida que nos permitam operações de adição e de causalidade linear...

    a big mess
    Piotr Kropotkine said...
    Havia ainda o interessante problema da Função Produção da microeconomia (teoria da firma) um modelo multiplicativo com K (capital) e L (labour trabalho) que explicava apenas 40% da produção (output) pelo que durante anos e nas palavras do Chris Freeman "um verdadeiro kamasutra" de variáveis e explicações foi testado para chegar à conclusão que havia um resíduo na equação (a porra é quando numa equação o resíduo é de 60%)...pelo que por aqui os schumpeterianos avançaram com um terceiro factor que seria o conhecimento (organizacional e tecnológico)....
    Anónimo said...
    Estes comentários e a intervenção da deputada Elisa Ferreira na noite passada na RTP-N, as intervenções dos dirigentes sindicais sobre o tema, recordaram-me a formação profissional.
    Em Portugal o sistema funciona ao contrário dá-se formação profissional porque é politicamente correcto, ou porque existem subsidios, ou porque o curso está disponível no mercado, ou porque alguma chefia indicou/aprovou/sancionou, ou porque a lei obriga a dar x horas de formação... quando a formação devia ser vista como um instrumento para chegar a algum lado. Devia ser a necessidade a solicitar a formação, devia ser a procura a gerar o desenho da formação e não a oferta a disponibilizar opções para escolha pelos formandos e suas chefias.
    diogenes
    Anónimo said...
    Se conseguirmos melhorar o índice de intensidade de investigação para melhorar o índice do investimento e investigação e desenvolvimento em Portugal, ...
    contra-baixo said...
    Caro (primeiro) anónimo:

    O nº de patentes por UMI não é um bom indicador, pois, felizmente, nem todo o resultado da investigação é patenteável.

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