o fim.

A coisa surgiu discreta no Expresso.

AGENTES da Polícia Judiciária de Setúbal, jornalistas do semanário «O Independente» e da revista «Tempo» e um advogado foram constituídos arguidos no inquérito instaurado pela Polícia Judiciária, por causa de fugas de informação sobre o inquérito ao caso Freeport. Além de violação de segredo de Justiça, as suspeitas são ainda de corrupção e tráfico de influências, com instrumentalização da PJ e da imprensa, constando já do processo escutas telefónicas e fotografias, que indiciam contactos entre agentes e jornalistas.

Recorde-se que, no inquérito às circunstâncias em que foi licenciado o centro comercial Freeport, em Alcochete, está em causa, entre outros aspectos, a actuação de José Sócrates quando era ministro do Ambiente. O caso foi iniciado e publicitado em plena campanha eleitoral e tem ainda contornos pouco definidos. Mas segundo fontes judiciais, os jornalistas poderão ter sido usados, ao ser-lhes passada informação, por terceiros, ainda não constituídos arguidos e que terão servido de intermediários na divulgação do caso.

O inquérito - que está a ser conduzido pelo director-adjunto Paulo Rebelo - tem como arguidos dois inspectores do departamento da PJ de Setúbal (responsáveis pela investigação do Freeport), um advogado, a directora e um jornalista do semanário «O Independente», o editor e o presidente do conselho de administração da revista «Tempo». O caso tem ainda muitos aspectos por esclarecer, havendo nomeadamente indícios de que entre os agentes e os jornalistas poderá ter havido ainda a actuação de terceiros, com ligações políticas, ainda não constituídos arguidos.


Era tudo demasiado estranho desde o início e, mais uma vez muitas dúvidas se levantam, sobre o que é, sobre o que parece, sobre o que se publica, sobre a verdades e as meias-verdades. Desde há muito que se sabe que em Portugal as verdades não são para se dizerem, para se revelarem, em Portugal as verdades acenam-se, e é só. Por estes dias ficou-se a saber que os portugueses não se interessam por política, não se interessam nem querem interessar, é tudo demasiado sujo, demasiado nebuloso, os bons demasiado confundíveis com os maus...

Entretanto O Independente acabou, sem honra nem glória mas acabou. Talvez venha a ser recauchutado, pelo eterno lobby de Macau quem sabe, mas O Independente acabou. E acabou não por causa destas acrobacias do freeport, mas por causa da (não) reacção à edição desta semana que passou. , sem recurso a documentos de origem dúbia, em on e com as letras todas um autarca, o de Benavente, a terra dos sobreiros, lançava no ar dados que no mínimo exigiriam respostas cabais de... José Sócrates.

A ironia é que por causa de uma notícia falsa que visava atingir Sócrates e que apenas lhe cimentou a maioria absoluta já ninguém pensa, mesmo quando a notícia, é - tudo o indica - verdadeira, já que não vi ninguém a desmentir o autarca.

Quanto a Serra Lopes, Inês acabará os seus dias a escrever biografias, de José Braga Gonçalves, prestes a regressar à liberdade, quem sabe.

N.A. Deu-me para ilustrar esta posta com uma foto do Dr. Lopes, esse mesmo, porque sim.

Publicado por Manuel 12:33:00  

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