pulhices e polimorfismos

Ainda no frente a frente, com o Eng. Sócrates, o Dr. Lopes, quando confrontado com a onda de boataria e a pouca felicidade de algumas declarações suas e cartazes do PSD, fez questão de recordar a sua amizade com o Eng. Sócrates mas fez mais, recordou até que há uns tempos, estava a cabala no auge, até se tinha manifestado, "um dos poucos do PSD", solidário com o Dr. Ferro Rodrigues, então líder do PS.. Ontem o Eng. Sócrates viu-se envolvido no affair Freeport. Hoje, o mesmo Dr. Lopes à margem das acções de campanha do PSD quando questionado sobre a notícia que implica José Sócrates numa investigação da PJ sobre o licenciamento do espaço Freeport respondeu com um «não comento», dizendo que não fala sobre assuntos judiciais. «Os órgãos de justiça são autónomos e independentes. A justiça tem a sua área própria de actuação, portanto era o que faltava... nem comentamos quando tem a ver com o nosso partido, também não comentamos quando são assuntos que tem a ver com outros», frisou. Teve ainda tempo de ironizar e de comparar (!) a situação com as buscas a uma autarquia laranja nos dias que antecederam as regionais dos Açores. Em suma, o mesmo Dr. Lopes que estava solidário com o Dr. Ferro, porque, presume-se (?), acreditava na sua inocência, não tem agora uma única palavra de solidariedade com o Eng. José Sócrates. O sentido de Estado, em plena campanha eleitoral para eleições legislativas, não pode servir para escudar tudo, assim das duas uma, e atendendo ao precedente, ou o Dr. Lopes acha que as acusações tem fundamento ou, com o seu silêncio, faz um aproveitamento indecoroso de uma acção policial rotineira legitimando implicitamente as mais espúrias especulações. Mas há mais, a PGR exarou um comunicado onde se fica a saber que Sócrates não é afinal suspeito, até agora, e que «está pendente há uma semana nos serviços do Ministério Público do Tribunal da Comarca do Montijo um inquérito-crime relativo a tal licenciamento, procedendo neste momento a Polícia Judiciária de Setúbal às pertinentes investigações», também a directoria da Polícia Judiciária, em comunicado, esclarece também que «na sequência de mandados emitidos pelo Ministério Público, materializaram-se, no pretérito dia 9, buscas a empresas e a uma Câmara Municipal do distrito de Setúbal». Detalhe aparentemente insignificante é os das datas, «está pendente há uma semana», afirma a PGR, uma semana senhores!

Se for preciso fazemos aqui um desenho...

P.S. A propósito do patético editorial de Inês Serra Lopes, n' O Independente, imaginemos, por absurdo, que o que hoje O Independente escreve até tinha um fundo de verdade. Bem, nesse caso temos apenas que comparar esta situação ao anúncio antecipado, pelo DN, de buscas à Moderna, buscas essas que deram em nada, como aliás todo o processo, porque enfim antes teriam ocorrido arrumações... Ah, e o Dr. Portas até chegou a Ministro... da Defesa. Percebeu Inês ?


Publicado por Manuel 17:10:00  

3 Comments:

  1. zazie said...
    Calma aí! O Ferro nunca foi pronunciado. Não há que acreditar ou não acreditar em inocências!

    E solidário pode ser a título de personalidade. Não tem de ser compromisso com depoimentos que, ainda que sendo publicamente conhecidos. não foram alvo de processo.

    E isto até eu que bem que considero o Ferro cúmplice pelo que soube do caso, sou capaz de dizer, fónix!
    zazie said...
    nem pronunciado nem constituído arguido nem nada a não ser chamado a depor. E os depoiamentos virem a público.
    Anónimo said...
    Não, não é necessário um desenho...o croquis do seu post é suficientemente elucidativo.
    A história de combinar o princípio da oportunidade com o da legalidade, dá nisto!
    Acresce que a separação de poderes é só blá blá blá.
    A tudo isto somemos a dependência hierárquica-funcional dos dignos "magistrados" do M.P. mais a sua excelsa escola chamada Centro de Estudos Judiciários, completamente incólume a tudo o que é político.

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