Carrilho
segunda-feira, junho 20, 2005
Anda por aí muita gente, bem pensante, indignada com o Dr. Carrilho, já o comparam - pasme-se - ao Dr. Jardim. Tudo baseado num equivoco.
O Dr. Carrilho era porreiro quando distribuia benesses e subsídios, ainda mais porreiro era quando se deixava usar, mas já não é porreiro, nada porreiro, quando quer usar, sem dara nada em troca. A raiz do equivoco é que de facto Carrilho vê os agora seus críticos, incluindo uma boa parte da imprensa, rigorosamente da mesma forma - como um produto, como um meio - que estes sempre o viram a ele.
Carrilho, o intelectual, é a forma, a imagem e, bem ou mal, o agora candidato à CML acha-se no direito de se gerir - e à sua família - como se lhe aprouver. Carrilho é um pouco como aquelas modelos de cara laroca que acham que podem vir a ser actrizes... Realisticamente Carrilho não fez mais nem menos substancialmente que outros já fizeram. Vende-se, vende um conceito, de modernidade (?), de família (?), é afinal um producto.
Atacar em excesso Carrilho, e pelos lados errados, pode ter efeitos contraproducentes, pode vitimizá-lo, e à família, dar-lhe carisma, e quiçá transformá-lo numa espécie de peronzito à portuguesa.
Seria infinitamente mais eficaz e productivo deixar o sabonete Carrilho, e respectiva família, em paz e concentrar baterias no Carrilho intelectual desmontando ou rebatendo as ideias deste. É claro que este último caminho vende menos papel e dá mais trabalho, pior obriga a pensar a sério, mas não sendo seguido apenas prova que de facto e na essência Carrilho e os seus críticos são é iguais.
Publicado por Manuel 16:10:00