o idiota útil...

José Manuel Fernandes, a luminária que ainda é director do Público, tentou ontem desculpar-se, da forma mais esfarrapada possível, num tortuoso texto auto-justificativo sobre o flop derivado da manchete de sábado...

Escreve José Manuel Fernandes...

O PÚBLICO noticiou ontem que a Judiciária de Setúbal estava a investigar um empreendimento viabilizado por Sócrates quando era ministro do Ambiente. 'Por suspeita de tráfico de influências', escrevíamos, acrescentando que não existiam ainda conclusões. De manhã o director-geral da Judiciária distribuiu um comunicado dizendo que 'não existem quaisquer elementos que permitam concluir (...) [pela] prática de um crime de tráfico de influências'. Mas não desmentiu que a investigação existia. A agência Lusa fez com esse comunicado uma notícia com o título 'PJ sem provas contra Sócrates'. Menos de uma hora depois corrigiu o título para 'PJ nega investigação a Sócrates', o que não estava escrito no comunicado. A Lusa pertence ao Estado». (copy & paste via Blasfémias)

José Manuel Fernandes resolveu brincar com as palavras e conceitos
não tendo ainda percebido que quanto mais se explica mais se afunda, o que não deixa de ser curioso, porque tudo o que afirma no extracto que publicamos acima até é verdade, só que não é toda a verdade. É que enquanto que os actos públicos ocorridos esta semana no âmbito do Espirito Santogate dizem respeito a um investigação concreta de um caso concreto, e no âmbito de um pacote mais vasto, o Público para ser diferente resolver trazer à baila uma outra investigação - etérea - que não se sabe muito bem se de facto existe, se não existe, se está a avançar, se não, saber-se-á se avançou um milimetro que seja nos últimos tempos ?, mas da qual se saberá que pode no limite, nem que seja por uma transição epsilon, atingir o Eng. Sócrates...

Infelizmente José Manuel Fernandes, naquele afã de ser diferente, fracturante, transformou esta investigação da PJ de Setúbal (e outra vez Setúbal) numa não investigação, pelo que qualquer passo rotundo que naquela se dê será sempre agora um ressabianço potencial contra o Eng. Sócrates... Descredibilizou-a totalmente, como antes, outros, tentaram secar o affair Freeport. Se José Manuel Fernandes fosse inteligente já deveria saber que o pior que se pode fazer a uma investigação policial que ainda não ocorreu, em gestação, é o overhiping, a não ser, claro, que o director do Público julgue que lá no fundo, no fundo, fez um favor, à Negrão, ao actual primeiro-ministro. Também não fez. O que o director do Público fez foi descredibilizar ainda mais o sistema ao noticiar algo do qual não existiam, as palavras são dele, "ainda conclusões", metendo tudo e todos ao barulho. Acontece que o sistema que fica mal não é só o político, ou o judicial, é também o jornalístico do qual o Público é parte integrante.

Felizmente, e apesar de continuar sem um provedor do leitor, há muito mais no Público que José Manuel Fernandes, apesar dele.
.

Publicado por Manuel 11:39:00  

4 Comments:

  1. Anónimo said...
    A palavra "hype" já de si é um teutonic overkill, agora "overhiping" só pode ser um overteutonic overoverkill
    Carvalho Negro said...
    Caro Manuel

    "O tipo legal do artº. 174º prevê e pune actos heterossexuais entre pessoa de maioridade e menor de idade compreendida entre 14 e 16 anos, desde que aquele abuse da inexperiência do menor; o tipo legal de crime previsto no artº. 175.º abdica da inexperiência do menor, e é nessa inexigência, em se tratando de actos homossexuais de relevo com adolescentes, praticados por maior, sendo a vítima menor de 14 a 16 anos que se vê um tratamento discriminatório na incriminação, fonte de ofensa ao princípio constitucional da igualdade. A não exigência de abuso da inexperiência sexual radica na diversa gravidade dos actos previstos nos dois tipos legais; os actos homossexuais sempre foram considerados mais graves do que os heterossexuais, pelos efeitos que causam ao nível da formação da personalidade, da auto-estima, relacionamento social e sexual futuro, integração social, aprendizagem e capacidade de concentração do adolescente; em ambos os casos se trata de práticas não normais à face da lei, porém mais normais os actos heterossexuais quando confrontados com os actos homossexuais. O preceito do artº. 175º, do CP, que visa proporcionar e assegurar ao menor um desenvolvimento sem perturbações no que à esfera sexual respeita, trata, pois, desigualmente situações que, objectivamente, são diferenciadas.

    A prática de actos homossexuais de adultos com menores é na envolvência cultural de hoje, encarada, em larguíssimos sectores sociais e humanos, na esmagadora maioria dos cidadãos, objectivamente mais grave do que a prática de actos heterossexuais com menores, pelos efeitos que conduz, repercutindo aquela uma prática de menor normalidade e a última, apesar de ainda condenável, maior normalidade. As experiências homossexuais de adultos com menores, independentemente da experiência sexual da vítima, são substancialmente mais traumatizantes, por representarem um uso anormal do sexo, condutas altamente desviantes, por serem contrárias à ordem natural das coisas, comprometendo ou podendo comprometer a formação da personalidade e o equilíbrio mental, intelectual e social futuro da vítima, desencadeando, também, colateralmente, efeitos danosos de um ponto de vista social, fenómenos disfuncionais em grau mais elevado, à partida, do que os actos heterossexuais com adolescentes, mesmo sem experiência sexual.


    Quando no artº. 13º nº. 1, da CRP se preconiza que todos os cidadãos tem a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, não se trata de firmar um qualquer igualitarismo. É, antes, igualdade, proporcionalidade. O princípio exige que se tratem por igual situações substancialmente iguais e que, a situações substancialmente desiguais, se dê tratamento desigual, mas proporcionando justiça. O princípio, como é entendido sem discrepância, não proíbe que a lei estabeleça distinções, veda, isso sim, o arbítrio, proibindo as diferenciações de tratamento sem fundamento material bastante, sem justificação razoável, sem fundamentação aparente, visível. Proíbe que se tratem por igual situações dissemelhantes e a discriminação com base em diferenciações de tratamento fundadas em categorias meramente subjectivas. Até mesmo para alguns autores o exercício da sexualidade entre menores pode afectar o livre desenvolvimento da respectiva personalidade e produzir alterações importantes sobre a sua vida futura e seu equilíbrio psíquico, embora se perfilem posições opostas."


    No Caso da Casa Pia, se os requisitos que são exigidos para o crime de actos sexuais com adolescentes fossem os mesmos que os exigidos para os crimes de actos homossexuais com adolescentes, os arguidos serão absolvido dos crimes pelos quais foram acusados, porque custaria a acreditar que eles teriam abusado da inexperiência sexual do menores, dado estes serem pretensos prostitutos.


    Por mais que custe aceitar a alguns (poucos), a homossexualidade continua a ser encarada como uma actividade contra-natura. E as relações forçadas dessas mentes doentias com crianças carece de legislação pesada.
    Anónimo said...
    Bem, já sendo normal o trapalhão do Fernandes, andar a desmentir noticias, quando lhe tocam nas orelhas!
    Agora è mais divertido saber, que o Socrates, anda metido no Freport,
    nos sobreiros de Setubal, e que tudo seja diferente do Nobre!
    Só são diferentes, porque cada caso
    se passou em tempos diferentes, mas nuns ficou o Socrates na fotografia e Noutra o Nobre Guedes!
    Afinal quem tem a responsabilidade dos 7% de deficit? foi no tempo do Socrates, do Nobre? mas no tempo do Constancio, foi, porque para
    isso è que ele tem aquele emprego
    para saber como vão as coisas.....
    o Zé è que não foi culpado dos sobreiros, nem do deficit, ponto final.
    Anónimo said...
    Os jornais de referência de sábado trazima duas notícias:

    O Publico sobre e Setubal

    O DN sobre Paulo Portas e os negócios da área da defesa.

    A primeira foi desmentida, a segunda não. A conclusão é óbvia: Paulo Portas está a ser investigado. Resta esperar pelos resultados

Post a Comment