suícidio colectivo ou o (principio do) fim da aventura...
sábado, maio 14, 2005
O dr. Portas e o Dr. Ricardo Espírito Santo, não precisam de inimigos, bastam-lhes os amigos. Hoje, com a brilhante e já desmentida manchete do Público, o Dr. Nobre Guedes, ou alguém por ele, encostou o Eng. Sócrates à parede e praticamente garantiu que não ficará pedra sobre pedra.
Mais, garantiu, que este governo não chegará, leram aqui primeiro, ao fim da legislatura. Não, não se trata de saber se o Eng. Sócrates está implicado no affair dos sobreiros de Setúbal, tudo indica que não está, trata-se de se ter violado uma regra de ouro, insinua-se a retaliação mas nunca se retalia, em nome do regime e do bloco central... Ao se ter retaliado da forma que se retaliou, mesmo que ao lado, a imagem que passa é que se uns prevaricaram os outros também o faziam, sendo, alegadamente, essa a norma, insinuando-se que se uns vão ao charco e outros não então a culpa é da selectividade da justiça.
Assim, a única forma que resta ao Eng. Sócrates de lavar as mãos da ideia corrente de selectividade (e tanto quanto se sabe, o processo EspiritoSantogate veio de trás, normalmente e já desde o ano passado) vai ser, contra as declarações recentes do titular nominal da pasta da justiça, mesmo ter de dotar a justiça de muitos mais meios, já que se não o fizer, depois do dia de hoje, a credibilidade do Estado de Direito ficará irremediavelmente atingida.
E fazendo-o, porque terá que o fazer, estará irremediavelmente a cavar a sua própria sepultura; o freeport ressuscitará, como ressuscitarão muitos pesadelos. O Dr. Coelho e o outro Dr. Costa, MAI, já perceberam, depois da risota imperbe inicial, o buraco em que os meteram, e o facto de em Portugal os negócios de e com o Estado serem um grafo altamente conexo dá para tudo, tanto dá para todos flutuarem, como dá para todos irem ao fundo.
Para terminar, confesso secundarizo os sobreiros, secundarizo as trapalhadas no equipamento militar,até a corrupção em si, tudo isso é, no presente caso, secundário. O problema, o grande e verdadeiro problema, não é haver políticos eventualmente corruptos, é antes não haver sequer políticos, e partidos, causas e projectos, e apenas negócios, capatazes ou assalariados de grandes grupos económicos.
Veremos se é desta que os portugueses ficam a saber quem são os verdadeiros pais da nossa democracia, por enquanto regista-se o silêncio incomodado dos senadores do regime. Portugal também é assim.
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Publicado por Manuel 17:00:00
Estavam na infancia das aldrabices dos pais da patria depois disso tem sido vilanagem ver quem mais saca, pode ser que a Morgado os dispa na praça?