Em vez de escrever artigos patetas e de gosto duvidoso no Expresso ou de ir em bicos de pés para a Rádio Renascença cantar de galo, não se percebe muito bem de quê, Manuela Ferreira Leite só tinha a ganhar em aprender duas ou três coisas com Eduardo Catroga. Em primeiro lugar, e nas finanças públicas, Eduardo Catroga, quando foi Ministro das Finanças apresentou resultados, mais, sempre que foi convidado a regressar ao cargo, e sabemos que foi, vendo que não tinha condições objectivas, sempre o recusou, depois, sendo também cavaquista nunca precisou de fazer alarde desse facto muito menos de se valer da amizade com o futuro PR para validar este ou aquele sacríficio seu. Sejamos francos, não está em causa o voluntarismo de Manuela Ferreira Leite, mas estão em causa objectivamente os resultados. Ferreira Leite foi incapaz, e dissemo-lo na hora, quando nem sequer era, à direita, de bom tom, de domesticar Barroso e garantir um rumo firme nas reformas, faltou-lhe força e sobretudo coragem política, ou de exigir compromisso total ou de saltar. Talvez a ex-ministra se contente com o esforço e voluntarismo pessoais e alegue que sem ela as coisas seriam certamente piores. Talvez tenha até razão nesse ponto mas, e depois?... Os sacríficios que exigiu, e sempre aos mesmos, serviram para alguma coisa, que não fosse adiar reformas inadiáveis? É essa a pergunta que hoje - antes de abrir a boca - Ferreira Leite deveria fazer a sí própria. Isso e aprender com Catroga.

Nos entretantos e face à indigência manifesta que trespassa pelo Grupo Parlamentar no PSD, onde ulula o insuportável Frasquilho, e face ao excesso de brilhantismo do Dr. Borges, sem tempo para estas ninharias, talvez não fosse nada má ideia ao Dr. Mendes aproveitar convenientemente o know-how de Catroga e promovê-lo à face vísivel do PSD para as políticas económicas e financeiras. E quem sabe, talvez o PS, e muito boa gente no PSD, aprendesse uma ou duas coisas de permeio.
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Publicado por Manuel 14:10:00  

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