A casa pelo telhado...

Ainda não percebi se estes são um exemplo de falta habilidade do executivo da câmara do Porto ou se, pelo contrário, é para ser mesmo assim, de propósito, para chatear os outros e ter assunto e visibilidade política. Isto a propósito do chumbo pelo IPPAR do túnel de Ceuta e da não aprovação pela Assembleia Municipal da participação da CMP no capital social da Fundação da Casa da Música. Sobre o primeiro, não é novidade para ninguém que o IPPAR e o seu director regional Lino Dias não são propriamente malta que goste de colaborar. Independentemente disso e das razões que ambos possam ter, há algo que aqui é ridículo, o facto de a Câmara ter decidido desembocar o túnel junto ao Museu Soares dos Reis sem estar em condições de o poder fazer, ou seja aquilo que deveria estar no campo da hipótese passou logo a decisão, que, por sua vez, não é exequível, pois depende do parecer vinculativo da outra entidade. A isto, numa organização privada, costuma-se dizer que houve um erro na avaliação do risco, mas como é com o dinheiro dos contribuintes ou da UE este é secundário. Outro exemplo, Rui Rio decidiu que a Câmara participaria no capital Social da Fundação da Casa da Música. Os estatutos foram elaborados, aprovados em Conselho de Ministros e aguardam a promulgação pelo Presidente da República, tudo no pressuposto que o município do Porto teria uma participação de 10% no capital social. Hoje abro o jornal e leio que a Assembleia Municipal não a aprova, logo o pressuposto era falso. Ou seja, Rui Rio meteu-se a fazer aquilo para o qual não estava legalmente habilitado, nem cuidou de o estar, submetendo antecipadamente à Assembleia a sua proposta, como o deveria ter feito em relação ao IPPAR. Tudo isto é lamentável e, assim, não se vai a lado nenhum, perde-se tempo e muito dinheiro, sendo, no final, a cidade do Porto quem menos sai beneficiada.
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Publicado por contra-baixo 10:41:00  

1 Comment:

  1. pindérico said...
    No Porto é assim, em Lisboa é o que se vê, e como alguém ha-de vir um dia para pagar as facturas, toda a gente brinca às "capelinhas" privativas e vai-se auto-afirmando em inúmeros conflitos pessoais.
    O resto, o bom uso dos nossos escassos recursos, o nosso bem-estar, que "se lixe"!

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