faltam 6 dias...

Muito provavelmente o Eng. Sócrates não vai ter maioria absoluta. Em circunstâncias normais tal seria mais do que justo, o PS não merece ganhar com maioria absoluta. Paradoxalmente, só se poderá em rigor, e dadas as actuais circunstâncias, exigir, e esperar, o que quer que seja ao futuro governo se este tiver uma maioria absoluta, porque uma maioria absoluta é a única forma de condenar o PS a governar e não se refugiar em subterrefúgios disfarçados sob o manto diáfono do diálogo com os pequenos partidos. Por falar em pequenos partidos, parece-me que, quer o BE, quer o PP, mais este último, se arriscam a ter uma surpresa desagradável no próximo domingo. A estratégia de apostar num discurso de inviabilização de maioria absoluta pura e simples, e em que PP e BE, cada um à sua maneira, se apresentam como caucionadores da moralidade e bons costumes, de partidos muito maiores, pode muito bem fazer ricochete. As pessoas começam a perceber que votar nestes partidos mais do que defender causas e políticas concretas é subverter a democracia já que na prática aquilo a que ele sse propõe é simplesmente serem controleiros de partidos muito maiores. A percepção de que a sua estratégia de voto útil anti-BE (!) é um rotundo flop é a única explicação para o súbito radicalizar (periódico) de posições do PP, a razar o extremismo de direita, nos últimos dias. É uma tentativa, desesperada (?), ou ensaio, de segurar o núcleo duro, e o abandono da estratégia de provar que eram (?) um PSD, no momento, melhor que o PSD... ( a propósito, ainda hoje o Dr. Telmo se indignava n' A Capital por o PSD não ter uma posição uníssona sobre o aborto, mas não é a Teggi Caeiro, que defendeu há uns tempos ao Correio da Manhã ser também ela a favor do direito à "escolha" das mulheres também do PP, cabeça de lista até ?). No PSD a estratégia do Dr. Lopes, por muito perversa que seja e é, está a funcionar em pleno. Não evita a vitória de Sócrates mas deixa no ar um sabor amargo, o de que são todos iguais, e de que afinal ele, o dr. Lopes, não é pior nem diferente dos outros. No dia seguinte os efeitos vão ser brutais. Tem faltado a José Sócrates provar que pode fazer a diferença, que tendo errado no passado não vai repetir os erros no futuro, que tem um rumo e que sobretudo tem autoridade e vontade de a exercer, num partido que enterrou o socialismo e fez, com Guterres, do nacional-porreirismo a sua ideologia oficial. Faltam 6 dias. Aconteça o que acontecer o pântano não acaba tão cedo.

Publicado por Manuel 20:00:00  

3 Comments:

  1. Anónimo said...
    A ausência de maioria absoluta (a acontecer) terá a virtude de precipitar a crise sobre as instituições que nos regem(?) e que já não dão conta do recado, por terem passado o seu prazo de validade. Será um verdadeiro day after para todos, a começar pelo presidente que temos.
    Anónimo said...
    Já ouvi falar em "diácono", mas nunca em "diáfono". Custa-me a crer (mas aceito contraditótio) que "subterfúgio" seja parente de "subtérreo" originando o "subterrefúgio" de que o Manuel fala. E hoje foi a primeira vez que vi "se" escrito "sse". Quanto ao texto, estou de acordo!
    Anónimo said...
    só se poderá em rigor, e dadas as actuais circunstâncias, exigir, e esperar, o que quer que seja ao futuro governo se este tiver uma maioria absoluta, porque uma maioria absoluta é a única forma de condenar o PS a governar e não se refugiar em subterrefúgios disfarçados sob o manto diáfono do diálogo com os pequenos partidos
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    ora aqui está um handicap que ninguem creditou à governaçao do PSD.


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