cenas do quotidiano...
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Parece uma cena do Kramer contra Kramer. O Público faz manchete com a amizade de Dias Loureiro com alegados traficantes de armamento. Foi preciso ser publicado em Espanha um livro com tal "revelação" para esta revelação sobre o Abramovich lusitano vir a público, no Público. Eu sei que não tem nada a ver, mas esta revelação complica qualquer tentativa institucional e formalista de remoção sanitária do Dr. Lopes, a partir de domingo à noite, e que passasse por uma solução interina que seria a condução da gestão corrente, até Congresso, pelo presidente da Mesa do Congresso do PSD que é... Dias Loureiro. Entretanto, o Apito Dourado prossegue a sua digressão por todo o país, e deu uma perninha à Madeira onde terá ouvido o presidente do Marítimo. A propósito do caso, uma mera formalidade, obrigada a prazos, de um processo que já vem muito de trás, Alberto João Jardim, esse mesmo, classificou como «coincidência política» as inquirições que a Polícia Judiciária realizou ontem no Funchal a vários dirigentes desportivos, no âmbito da operação «Apito Dourado». «Considero isto uma coincidência política», disse Alberto João Jardim. Disse ainda não ter nada a ver com o caso, mas sublinhou, quando confrontado pela comunicação social, que estava atento «aos 'timings' da PJ». «Eu não percebo porque é que estas coisas sucedem sempre em vésperas de eleições», desabafou Jardim, ameaçando que «se a PJ adoptar, na Madeira, um comportamento de polícia política vai sofrer as consequências». Há uns anos Alberto João Jardim também não queria cumprir a Lei geral na Madeira, e nessa altura houve reações consequentes. O tempo deu porém razão a Jardim, afinal, e enquanto a PJ lá do sítio não é, também ela, regionalizada, constato, hoje no Público, que fruto de um negócio aprovado pelo Governo de Santana Lopes no final de Novembro, na sequência da negociação entre Durão Barroso e Alberto João Jardim, a Madeira já controla (!) a sua administração fiscal (como nota de curiosidade os Açores não estiveram interessdos em tal "autonomia"). É a vida.
Publicado por Manuel 14:13:00