O presidente da Casa da Música, Couto dos Santos, considerou afinal, na quinta-feira, à noite que não existem nem atrasos nem derrapagens (!) na construção do edifício que inicialmente foi aprazado para estar pronto aquando da «Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura». Estas declarações, que só surpreendem os mais distraídos, servem para mostrar que, também, a Norte o Bloco Central está bem e se recomenda...
Publicado por Manuel 10:04:00
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COntudo, em 1999, a obra orçava em 46 milhões e em 2003, já ultrapassava os 100 milhões. É um aumento que passa o dobro. A área intervencionada passou de 9500 m2 para 22 800. Pouco mais do dobro, também. Proporcionalmente, parece correcto. Resta saber a que correspondem os Metros a mais...
COuto dos Santos propõe um Livro de cor branca. Espero que tenha escrita que se possa ver e compreender.
Agora, mais a sério:
Segundo Cunha e Silva, "A «Porto 2001» poderia ter funcionado como um «choque cultural», mas que no ano seguinte tudo mudou, «com a cidade a tornar-se triste e fria».
Pois se calhar assim será. COntudo, no Coliseu do Porto, sempre que se levam à cena óperas a sério, os espectáculos esgotam com dias de antecedência.
Na noite de Reis, na Igreja da Lapa, houve um encontro de coros que foi nada menos que espectacular e de grande qualidade artística: mais de uma dúzia de coros amadores, acompanhados por uma orquestra quase de câmara, com percussões e metais a valer.
Numa noite de intenso frio, a Igreja estava apinhada, de gente que apenas quis ver e ouvir cantar uns standards para a ocasião.
Amanhã, na Igreja de S. Bento da Vitória, haverá outra manifestação cultural musical que se adivinha de grande qualidade.
Tudo isto para dizer que o Porto tem audiência para a cultura em forma de música mais erudita.
Assim, a tristeza fria de que fala o outro é um pouco exagerada.
Esperemos então pela Casa da Música e pela sua inauguração. Talvez haja surpresas para os Cunha e Silvas cépticos.