Manifesto de Desagrado

Portugal vai a votos dia 20 de Fevereiro.

E sim, de entre todas as forças políticas, que se apresentam com os seus fastidiosos programas eleitorais, e mesmo aquelas que já apresentaram os seus pseudo-ministros, mesmo sabendo que nunca em Portugal conseguirão ser governo, não há em todas elas uma programa que satisfaça aquilo que o país pretende e aquilo que o país precisa.

Portugal, vê-se assim a braços com um dilema enorme. Escolher entre um incompetente e um incoerente.



(C) Grande Loja Queijo Limiano


A incompetência de Pedro Santana Lopes e do seu PPD/PSD, em conseguir formar um grupo de pessoas que lutem e se mostrem fiéis à política nacional. A incapacidade em chamar para a cena política nacional, desconhecidos capazes de com as suas ideias mudarem, dialogarem e transformarem o rumo, mesmo contra ventos e marés.

A tudo isto,Santana Lopes, preferiu passar por cima e continuar agarrado aos Santanettes e as Santanettes que há 20 anos, esperavam (?!) por este momento.

Dos episódios da incubadora ao episódio da tomada de posse e da ausência da chefe de gabinete Ana Costa Almeida por 15 dias para preparação da boda de sua filha até ao "flirt" da nomeação que afinal tinha sido feita já pelo PSD ou mais grave, e indutora de imaturidade, em revelar o seu programa eleitoral apenas 20 horas antes de Sócrates ou melhor dizendo quase todos menos o seu líder, o fazerem.

A tudo isto Santana Lopes foi incapaz de bater com a "mesa na mão", e mudar o rumo. Continuam todos.

O país sofreu com a crise europeia e mundial, já que é incapaz de sobreviver sem os seus parceiros europeus. As empresas portuguesas sofreram com a crise do petróleo e viram os seus custos elevaram-se. Até a forte valorização da moeda euro face ao dólar, contribuiu em certa medida para a diminuição das exportações. Tudo isto associado às medidas restritivas - que friso tinham que ser tomadas - por Manuela Ferreira Leite, contribuíram para a perda de competitividade da economia portuguesa, e perda de emprego.

A incompetência de Santana Lopes chega ao ponto de nunca o termos ouvido falar destes motivos que todos aceitariam para justificar ainda que uma pequena parte da recessão que atravessamos.

A incoerência de um engenheiro Sócrates, que sendo líder do partido socialista, para além de quase não falar, quando fala envolve-se em contradições difíceis depois para Vitorino, Coelho e Pinho de justificarem.

A incoerência de querer assim como quem dá cá aquela palha de eliminar 75.000 postos de trabalho na função pública, da maneira mais simplista. Como nos próximos 4 anos se reformam 150.000, só entrarão 75.000 novos funcionários públicos e récem-licenciados de preferência. Ora a medida tem tanto de profilática como de perversa, mas revela o que nos espera os próximos 4 anos. Será que todos os problemas da função pública se resolvem desta maneira ?

Será que são precisos mais 75.000 novos funcionários, que terão um encargo anual na ordem dos 750 Milhoes de Euros só em salários? Por muito que o consumo privado possa ganhar com esta medida, por muito que a economia possa ganhar com esta medida, a incoerência de Sócrates assume-se quando afirma querer reduzir o peso do Estado na economia, e está desta forma a aumentar o peso do Estado nas famílias.

A incoerência de lutar até à exaustão pela não aprovação de um orçamento de Estado e depois quase que o ratifica em programa eleitoral. A incoerência de estar contra a presença das tropas portuguesas no Iraque e depois confessar a Zapatero que é favor de um alargamento da permanência das mesmas.

A incoerência em querer aumentar as pensões que estão no limiar de pobreza - aconselhamos a ver a definição do Banco Mundial para limiar de pobreza - e depois afirmar que a idade de reforma deve ser equivalente à da esperança média de vida.

Portugal têm este dilema para resolver. Escolher entre um incompetente e um incoerente, isto enquanto não surge na sociedade portuguesa um projecto catalizador e moralizador e com a coragem de apresentar aquilo que todos, mas mesmo todos, sabem que é necessário fazer, mas que ninguém tem coragem de dizer, com medo de perder...a cadeira do poder.

Nota - Dos partidos pequenos, vulgo meretrizes do poder como o PCP que não está de acordo com a política de emprego do PS mas que se mostra disponível para coligar, ou do PP que possuí uma alegada coligação pós-eleitoral com o PSD, mas que para "evitar" que "os neo-fascistas do bloco" (sic) cheguem ao poder está disponível a viabilizar um governo de esquerda, desses nem vale a pena falar muito, pois sofrem de incompetência associada à incoerência, além de viverem agarrados e amarrados a ideologias (o PP tem alguma?) que já não vendem.

Publicado por António Duarte 13:34:00  

1 Comment:

  1. irreflexoes said...
    Genial.

    Apenas um pequeno reparo. Incoerência supõe uma posição inicial e uma posição posterior fundamentalmente incompatíveis entre si.

    Ora acusar José Sócrates de ter emitido não uma mas duas posições públicas sobre uma qualquer matéria parece-me um pouco excessivo. Eu diria mesmo que roça a efabulação :)

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