Declaração de voto

Este fim de semana o Sport Lisboa e Benfica perdeu, corrijo, foi humilhado, no Estádio da Luz, frente ao modesto Beira-Mar. Eu não sou do Benfica, nem sequer gosto particularmente da bola, mas, por uma vez, compreendo perfeitamente o drama, a angústia, de seis milhões (?) de portugueses. Deve doer ver ver um clube com tanta história, com tantos pergaminhos, fazer tão triste figura, ser humilhado no seu próprio Estádio. Eu sei que doi pois eu sinto o mesmo, não com o Benfica mas com este PSD. É tudo mau demais, rasca de mais, surreal até. E no entanto como (muitos d)os benfiquistas que acenaram no final do jogo com lenços brancos a Trappatoni, na Luz, e que estarão lá no próximo jogo eu votarei no PSD em 20 de Fevereiro próximo. Não porque acredite no Dr. Lopes, não acredito, não porque não interesse uma maioria absoluta do Dr. Sócrates, ao país convém sempre uma maioria absoluta, mas pura e simplesmente porque, apesar de tudo, é o meu partido. O facto do Dr. Durão ter sido o que foi e o Dr. Lopes ser hoje primeiro-ministro deve-se também ao falhanço de alminhas como eu. Por cinismo, calculismo, laxismo, incompetência, o que que quer que seja, eu também os deixei chegar, por isso, ironicamente, votar neles é a minha penitência. E é a minha penitência porque apesar de tudo eu ainda acredito no regresso, rápido, do PSD à pureza e ingenuidade original de Sá Carneiro e porque no dia em que deixar de acreditar pura e simplesmente desfilio-me. Dito isto, confesso, não vejo razões a quem não seja militante, esteja nas listas ou deva algo , um tacho, a este PSD para votar no Dr. Lopes, afinal as coisas são mesmo o que são.

Publicado por Manuel 01:28:00  

8 Comments:

  1. Anónimo said...
    Venerável Irmão Manuel:
    Também eu vou votar no PSD embora não seja militante, não esteja 'nas listas' nem 'deva' nada a este PSD...
    A minha razão é esta: o voto no PSD é, nesta altura, o único voto que pode exprimir a minha repugnância pela actuação do Senhor Presidente da República...
    Este Snr. P.R. presidiu (serenamente) à degradação da vida pública a que assistimos durante os governos de Guterres. Assistiu (menos serenamente) aos esforços de Barroso (e Leite) para controlar as finanças públicas. Certamente cansado de 9 anos tão serenos decidiu procriar uma crise politica, como se não fosse ele o grande grande responsável pelo estado em que Portugal se encontra.

    A minha serenidade beneficiaria muito se o Snr. P. R. se enterrasse na obscuridade política de onde nunca deveria ter saído.
    Vou votar PSD porque é a única maneira maneira que vejo de acelerar o enterro (a que assitiria com grande e sereno contentamento) desse cadáver adiado...
    josé said...
    Cá por mim, nada tenho a declarar. Nesta alfândega de costumes e de passagem para uma vida política activa de empenho em fazer valer uma mensagem e um programa, prefiro ter a mala vazia e nada no bolso ou nas mãos, como dizia o cantor.
    Continuando como o cantor, eu quero é seguir viagem. Assim:
    Eu vou...votar em quem?

    Já votei nos maiores partidos e num ou noutro menor. Votei em vencedores e em vencidos. Tenho pena que não haja mais partidos e que a vida política portuguesa não seja como a Itália, mas se calhar não pode ser com a economia débil que temos e que nos querem fazer crer que só vamos lá com maiorias absolutas de um partido ou coligação. Iremos?!
    O Belmiro de Azevedo disse recentemente que desde há dez anos que não havia governo em Portugal. Se for assim, podemos perfeitamente adoptar o modelo italiano, com vários partidos que se coligam e cuja diversidade de elementos ajuda a uma maior qualidade na participação democrática.

    Acho que vamos lá com cabeças que pensam e resolvem bem os problemas. Não vamos lá com pessoas que orientam a política por aquilo que pensam ser o desejo da maioria, recolhido em sondagens e em palpites misteriosos. O papel de um líder é esse mesmo- liderar, apontar caminhos. Não é seguir atrás de sondagens de opinião para decidir, sendo esse o método de governo.
    E certamente não vamos lá com pessoas que olham em primeiro lugar para os seus interesses patrimoniais, pessoais ou de grupo.
    Não me impressionam os debates cosmeticamente arranjados para nada se dizer de substancial nem ando a toque de caixa da propaganda.
    Procuro ver para além do que se diz, perscutando o que se faz ou procura fazer.
    Gostava de ver um governo com pessoas que conhecessem os problemas e pudessem resolver alguns dos mais prementes e essenciais. Fosse quem fosse- do PS do PSD do CDS ou de outro partido ( o PCP não tenho esperança perante a fé inquebrantável no sucesso do marxismo leninismo).

    Assim, deve dar-se o poder, de novo, ao PSD-CDS? Ou alternar com o PS?
    Não sei. Sei que com este sistema poderemos ter sorte em ter um ministro disto ou daquilo que será melhor ou pior do que o anterior. Mas os governos no seu conjunto, sejam do PS ou do PSD não farão a mínima diferença uns dos outros. Não há líderes carismáticos e os líderes que temos, são fracos em ideias mestras. Sempre foram, alíás e com excepção de um ou outro, num período de tempo muito muito curto ( alguns meses).É o caso de Sá Carneiro e Cavaco e Guterres também.
    Mas perderam-se rapidamente no torvelinho partidário e das escolhas de políticas sectoriais. Precisávamos de pessoas que soubessem da poda nos respectivos ofícios, mas alguns deles percebiam era de política partidária e luta pelo poder.

    Então, para quê votar, se à partida sabemos que não vamos sair da cepa torta, nem temos luz á vista no fundo do túnel?
    Abstermo-nos? Protestarmos pelo voto em branco?
    Não sei.
    Anónimo said...
    Pois é ... É a atitude mais corajosa, que o digam os Pachecos, os Marcelos, etc...

    Eles falam ... falam ... mas no fundo não se incomodam nada em dar a mão à incompetência.

    Continuem a assobiar para o lado, que é bom, tão bom quanto o chafurdar na lama que essa gentalha continua impunemente e diariamente a juntar.
    Anónimo said...
    Pois é ... É a atitude mais corajosa, que o digam os Pachecos, os Marcelos, etc...

    Eles falam ... falam ... mas no fundo não se incomodam nada em dar a mão à incompetência.

    Continuem a assobiar para o lado, que é bom, tão bom quanto o chafurdar na lama que essa gentalha continua impunemente e diariamente a juntar.
    Anónimo said...
    Agora entendo, e compreendo, as atitudes canalhas deste NELITO, em relação a Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues no caso CASA PIA.
    "Por cinismo, calculismo, laxismo, incompetência, o que que quer que seja, eu também os deixei chegar lá, por isso, ironicamente, votar neles é a minha penitência"
    Não a sua penitencia era passar uma tarde com o BIBI e amigos quejandos.
    Gomez said...
    O problema do País não reside em Santana, Sócrates e quejandos, mas no caldo de cultura que os gerou.
    Enquanto continuarmos bovinamente a escolher entre os medíocres e agentes de interesses que os actuais partidos submetem ao eleitorado, nada de relevante mudará. É preciso fazer implodir o sistema partidário, promovendo novos partidos ou regenerar, drásticamente, os existentes. Só com o regresso a uma política de valores, protagonizada pelos mais idóneos, competentes e isentos - que não dependam da política ou dos grupos de interesses para viver e se afirmar – será possível restabelecer a confiança do eleitorado.
    No imediato, não há escolha. Nem mal que seja “menor”. Transigir com esta fauna, votando, ainda que por putativo dever de militância, é contribuir para adiar a vassourada que se impõe. O que penso das opções em presença em 20 de Fevereiro só encontra tradução na abstenção, ou no voto em branco. Para dizer: basta! Para que se perceba que o divórcio entre os actuais partidos e a sociedade civil é total e irremediável. E para depois tentar juntar esforços e fazer diferente.
    Se me pedem que vote, agora, expressamente, então prefiro que me deixem votar na eleição para Presidente da AECOPS (Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas). Ao menos estaria a eleger alguém que manda alguma coisa neste País e que é um dos rostos de uma corporação que se diz ter no bolso quem escolhe os deputados que depois sufragamos.
    Mas a farsa que vivemos é de tal ordem que já nem os “donos” dos nossos políticos toleram a “incompetência” das criaturas. S. Exa. o Presidente da AECOPS clama no “DN” de hoje por um entendimento PS/PSD sobre “os grandes projectos estruturantes para o País”. E vai avisando (quem pode manda?): “ou há um pacto de regime ou se faz uma revolução, para que entre uma nova classe política”.
    Ora aí está uma ideia: é preciso uma “revolução”, para que entre uma nova classe política. Uma classe política que meta no ordem Santanas e Sócrates, boys e girls, obreiros e mestres de obras, jotinhas e outros calões, autarcas comissionistas, futeboleiros - e presidentes da AECOPS...
    zazie said...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    zazie said...
    “Abstermo-nos? Protestarmos pelo voto em branco?
    Não sei.”

    Pois, eu cá não consigo votar e acabou-se. Agora até imagino uma contagem empolgante do partido dos votos brancos coligado com os nulos e com as abstenções.
    Vai ser emocionante!
    “:O))

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