Acautele-se o mensageiro...

Ou então é por causa desta síntese bem real do presente António...


No terceiro trimestre o indicador de actividade abrandou, no seguimento da tendência que se regista desde Junho passado. O indicador de clima económico, com informação até Outubro, evoluiu no mesmo sentido, mostrando que as expectativas dos agentes económicos sobre a evolução da economia se apresentam menos favoráveis. O emprego diminuiu ligeiramente, o desemprego aumentou mais intensamente e a taxa de desemprego alcançou o nível mais elevado desde 1998. A informação mais recente, que inclui dados até Outubro, apresenta um menor crescimento do desemprego declarado, mas a diminuição da oferta de emprego é mais intensa. Subsiste ainda incerteza quanto aos desenvolvimentos do lado da procura, dada a informação disponível, sendo possível que tenha ocorrido algum arrefecimento do lado da procura interna, mantendo-se o moderado crescimento das exportações.

in INE

Publicado por Rui MCB 14:34:00  

27 Comments:

  1. Anónimo said...
    Oh Isabel olha o relogio
    Dá-me corda nessa m...

    Acertom orelogio, que está com 15 a 20 minutos da hora real.
    Anónimo said...
    Morte do mensageiro ou perca de credibilidade?

    Ultimamente os comentadores da nossa "pouco estimulante vida política" querem ser mais papistas que o papa. O asco que sentem contra o actual governo leva-os a "felicitar" relatórios de conjuntura maus, como se o mal dos portugueses fosse bom para as suas almejadas vitórias politicas, leia-se, derrota dos seus adversários governamentais.

    É sabido que após o evento desportivo Euro 2004 teriamos um abrandamento económico, por virtude do fim de um campeonato de futebol que trouxe a Portugal dezenas de milhares de turistas, quiçá centenas de milhares, que impulsionaram o consumo privado e exportando serviços, acima do "normal".

    Sendo assim, estão admirados com esta queda na conjuntura, porquê? Ler o Relatório de Conjuntura do Banco de Portugal poderia ajudar mais as nossas "cassandras".

    Lemos isto, a dada altura, publicado pelo Banco de Portugal:

    "É possível argumentar que existem factores de incerteza estatística que podem estar a provocar alguma sobre-estimação do consumo das famílias residentes, por contrapartida da sub-estimação do consumo de não residentes que se deslocaram a
    Portugal em turismo. Desde que a circulação monetária
    passou a ser em notas e moedas de euro,
    torna-se particularmente difícil de identificar como
    receitas de turismo o montante de notas e moedas
    denominadas em euros que é despendido pelos
    não residentes, em particular dada a realização em
    2004 do campeonato europeu de futebol."

    O problema é que os analistas económicos/"politicos" lêm e analisam a actual situação económica, não de acordo com o rigor merecido e necessário, mas baseados nos seus mais profundos desejos politicos. Wishful Thinking, não é?

    Mas se fossem mais rigorosos teriam entendido que seria muito natural este abrandamento da conjuntura, com o fim do tal evento desportivo, que impulsionou o consumo privado, acima do normal e que, findo o evento, o consumo privado voltaria a valores "normais".

    E é assim que se analisa o mundo, não é?

    Aliás, como compreender as actuais críticas à nossa retoma, quando se passa uma esponja pelo consumo impulsionado pelo Euro 2004? Que gera ele próprio uma anormal aceleração das importações?

    Por outro lado, quanto subiram as exportações no segundo trimestre, comparativamente com o ano de 2003? Cerca de 8%?

    E neste terceiro trimestre, tendo em conta o arrefecimento do crescimento económico europeu, as exportações estão a ter um comportamento muito mau? Segundo os ultimos dados, na média móvel de três meses findados em Agosto, as exportações terão crescido cerca de 5%.

    E o agravamento da nossa Balança Corrente não seria normal, tendo em conta a subida brutal do preço do petróleo, gerando um déficit muito maior no nosso natural déficit comercial derivado da importação de hidrocarbonetos? Acumulando com as importações derivadas do Euro 2004?

    No resto da europa não está a acontecer o mesmo, apesar de não terem tido um Euro 2004? Está. E que se reflecte no crescimento muito fraco da Alemanha e França, nossos importantes parceiros comerciais, que cresceram apenas 0,1% neste terceiro trimestre?

    Portugal é uma ilha isolada?

    Por outro lado, cada analista realça e destaca aquilo que mais deseja ler. Mas lemos isto no próprio Relatório do Banco de Portugal:

    "Neste sentido, foi admitido que parte do dinamismo observado pela procura interna e pelas importações teve um carácter temporário, e que progressivamente haverá um retorno a um padrão de crescimento mais equilibrado. De facto, se fosse simplesmente extrapolado para o conjunto do ano o comportamento observado dos indicadores de procura interna, em especial de consumo privado, e de importações, o agravamento do défice externo e das capacidades/necessidades líquidas financiamento das famílias e empresas seria ainda mais acentuado. Porém, o carácter anómalo de algumas das evoluções dos agregados no primeiro semestre sugere que é razoável tratá-las como sendo, pelo menos em parte, temporárias."

    Ou seja, o próprio Banco de Portugal entende que este padrão de crescimento português, pouco saudável, será anómalo e temporário, sobretudo tendo em conta o evendo Euro 2004 e seus impactos económicos.

    Aliás, o próprio Banco de Portugal reconhece, a dada altura, que o investimento está a ter um comportamento mais forte do que o esperado, com destaque para o forte aumento do investimento produtivo, em detrimento, por exemplo, do investimento no imobiliário, principal responsável pela bolha especulativa do ciclo económico anterior.

    O Banco de Portugal diz isto:

    "Como referido, a previsão para a taxa de variação da FBCF foi revista para parte superior do intervalo de projecção divulgado em Junho, com o ponto central do intervalo a ser deslocado para cima em ½ p.p. Estima-se agora um crescimento real positivo entre ¾ e 2¾ por cento, após reduções de 4.9 e 9.6 por cento em 2002 e 2003, respectivamente.

    Por tipo de bens, apenas a FBCF em construção deverá ainda apresentar uma variação real negativa, enquanto se espera que as outras componentes recuperem para taxas de crescimento positivas, com destaque para um forte aumento, entre 6 e 10 por cento, do investimento em máquinas e produtos metálicos."

    Concluindo esta missiva, podemos dizer, com todo o rigor merecido, que o padrão de crescimento económico português está a ser mais saudável do que é destacado pelos críticos comentadores, mais dados a análise política com laivos de componentes económicas, e que pretendem, por isso, zurzir no actual governo.

    Mas é possível criticar o actual governo sem usar deos malabarismos ilusórios na análise ao actual padrão da nossa retoma económica. Porque, para os próprios agentes económicos e para uma mais saudável análise económica e sua percepção por esses mesmos agentes económicos, é muito importante ser sério e rigoroso na análise económica. E que esta merece ser extirpada da chicana politica, sob pena, não de matar o mensageiro mas o de o descredibilizar.

    Infelizmente, aqui na GLQL, tanto zurziram na anterior Ministra das Finanças, dra. Manuela Ferreira Leite, e parece que agora reconhecem o excelente trabalho do seu consulado. Ela abandonou o poder deixando uma economia enxuta, com uma retoma económica em curso e com um padrão baseado no investimento e nas exportações, expurgando o evento anómalo do Euro 2004.

    A dra. Manuela Ferreira Leite abandonou o Ministério das Finanças deixando uma consolidação orçamental em curso e mudanças estruturais importantes reconhecidas, por exemplo, pela Standard And Poor.

    E na GLQL sempre foram dos mais críticos da anterior política económica da dra. Manuela Ferreira Leite. Agora são do actual ministro dr. Bagão Felix. E desconfiamos que serão do próximo Ministro das Finanças, qualquer que seja a personalidade em questão. Desconfiamos até, que alguns dos escribas actuais e críticos da GLQL criticariam sempre o Ministro das Finanças e a sua politica económica, mesmo que fossem eles próprios titulares desta importante pasta governamental.

    Infelizmente as cassandras actuais acabam por serem como o escorpião de La Fontaine: "- É da minha natureza picar!"

    Não morrem, mas perdem toda a sua credibilidade, não é?
    Anónimo said...
    Excelente comentario o do anonimo (ou seria anonima?) anterior.
    Sugiro que esta Grande Loja contrate o (a) personagem para haver mais equilibrio nas analises. Francamente ja cansa este permanente destilar de odio ao actual governo.
    A principio era so o Rebelo de Sousa, mas agora sao todos...
    Anónimo said...
    Não percebo porque é que os anónimos anteriores tomaram as dores do governo. Afinal o post limita-se a transcrever uma parte do relatório do INE que contraria a ideia do fim da austeridade.
    Um dia destes ainda vão pegar com a blogosfera.
    António Duarte said...
    Estimado Anónimo

    Por vezes quando falamos de forma tão generalizada corremos o risco de podermos errar.

    Desde que escrevo nesta loja, tenho pautado todas, mas todas as minhas intervenções económicas e de política nacional com base em factos e números. Não várias vezes incluí gráficos assentes em números oficiais.

    Obviamente que as conclusões cada um tira as que quer. Eu tiro as minhas e nada, mas nada me faz estar a favor ou contra determinada pessoa.

    O exemplo de Manuela Ferreira Leite não podia ser mais acertado. Se há coisa que jamais aqui critiquei foi o seu sentido de rigor orçamental. Devo ter sido das poucas pessoas neste blogoesfera que defendeu a operação de titularização dos créditos da segurança social até ao dia que em a própria Manuela Ferreira Leite, disse não saber ao certo, quanto iria custar a mesma operação.

    a) O que critica é a operação de securitização em si ou o facto de ela ser usada em termos de redução do défice ?
    b) Se a operação suscita assim tantas dúvidas, porque o Eurostat a aprovou para efeitos de redução do défice ?
    c) Está em causa a recuperação de créditos do Estado e da Segurança ?
    d) Está em causa a sua cessão para o sector privado que, por seu turno, para se poder financiar de modo a adquirir tais créditos, irá emitir dívida nos mercados obrigacionistas, a qual será garantida pelo valor dos créditos cedidos ?
    e) Está em causa a cessão por preço inferior ao valor nominal dos créditos cedidos, mas com cláusula de recuperação da diferença, quando exista, após o pagamento integral das quantias devidas aos titulares das obrigações titularizadas ou das unidades de titularização de créditos e deduzidas as despesas e custos dessa operação ?
    f) Está em causa uma cessão em que o cedente continua a assegurar a gestão e cobrança dos créditos cedidos, mediante retribuição ?

    Aqui neste mesmo blog, consegui ao fim de algumas horas diante do Excel, desmontar uma manchete do Expresso que dizia " Défice maior era melhor", encomendada pelo IDEFE ( http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2004/03/o-expresso-da-meia-noite.html)

    Não compro por isso, as suas críticas. Apenas porque me limito a sustentar a minha opinião...

    Nada mais
    Rui MCB said...
    O que eu poderia dizer de acrescento já o último anónimo o disse: "o post limita-se a transcrever uma parte do relatório do INE que contraria a ideia do fim da austeridade."
    Não argui sobre a normalidade ou a anormalidade (ou mesmo previsibilidade) económica da situação actual. Motivos para o fim das "vacas magras" e para iniciar um discurso de prosperidade é que não vejo em lado nenhum e, não os havendo, apregoar o fim dos maus tempos "antes de tempo" parece-me a pior das irresponsabilidades.
    Anónimo said...
    Seria curial da nossa parte não responder aos comentários do nosso comentário. Afinal o nosso comentário foi incisivo o suficientemente claro para quem nos lê, o compreender do que se qui se trata. Uma questão de credibilidade na análise económica. Que pouco abunda em Portugal. Afinal, defende-se hoje uma politica económica, amanhã outra e até politicas económicas contraditórias e assim sucessivamente.

    Mas já que houve respostas/comentários ao nosso próprio comentário, respondemos com a certeza que algumas das respostas revelam má consciência, de quem se julga no direito de criticar o próprio governo por se sentir injustiçado pelas críticas de que é alvo. Pelos vistos, os amigos escribas também não gostam muito de criticas. Tal como o governo. Afinal são da mesma lógica politica? Esperemos que não.

    Antes de mais, e para que quem nos lê saiba claramente o que nos move, é a ideia que as criticas devem ser fundamentadas, construtivas e, se possível, apresentadas alternativas possíveis à actual politica económica. Diremos desde já que não comungamos das mesmas ideias do actual governo, na sua politica económica. Mas não com as nuances que alguns fazem. Acreditamos que a dra. Manuela Ferreira Leite fez um excelente trabalho e que, na globalidade, faria um OE para 2005 igual ao actual.

    O que não somos é cata-ventos. Porque desde sempre que o governo anterior prometeu um choque fiscal, e depois da descoberta do descalabro financeiro encontrado, teria que tomar medidas férreas e duras para evitar a falência estatal e, ao mesmo tempo, suavizar as prometidas baixas fiscais. O governo anterior prometeu, após o lançamento de medidas de “salvação nacional”, como o aumento da taxa do IVA de 17 para 19, que após dois anos de crise haveria baixas nos impostos, sobretudo naqueles que mais pesam sobre quem tem mais dificuldades em evitar as pesadas tributações: os trabalhadores por conta de outrém. Leia-se, baixa do IRS.

    Ora, por isso, e analisando o comportamento da procura interna e o investimento, ao mesmo tempo a retoma iniciada pela a Europa, nosso principal mercado externo, é claro como a água que o ciclo recessivo estava para trás que se iniciava uma retoma económica visível. Nada de anormal, tendo em conta a natureza cíclica da economia. Por isso, o dr. Rui MCB está profundamente equivocado quando afirma que existe irresponsabilidade por parte do governo, leia-se, o odiado dr. Pedro Santana Lopes, por afirmar que acabou a austeridade. Além de não ser irresponsável, o dr. Santana Lopes tem toda a obrigação, como Estadista, de afirmar isso mesmo, para gerar uma expectativa positiva junto dos agentes económicos, para um melhor e maior relançamento económico.

    O dr. Rui MCB sabe também como eu da importância da gestão das expectativas por parte dos agentes políticos. E a prova disso mesmo foi o “relaxamento” por parte do nosso sistema bancário do crédito ao investimento produtivo, sobretudo juntos das PMEs, as maiores responsáveis pelo investimento produtivo e criação líquida de empregos. Desde há mais de 4 anos que essa situação não se sucedia. Os próprios spreads para estes clientes baixaram, fruto de um maior dinamismo nas expectativas económicas. E os resultados estão à vista com um elevado aumento das importações de maquinaria e outros bens de equipamento, como viaturas pesadas e comerciais.

    Por outro lado, as medidas de austeridade da dra. Manuela Ferreira Leite implicavam um congelamento salarial para os funcionários públicos com salários acima dos 1 000 euros. Após dois anos de sacrifício, nada mais natural que o fim da austeridade junto da Função Pública e haver um aumento salarial moderado, neste caso a proposta é de 2,2%, acima da inflação prevista que é de 2%.

    O dr. Rui MCB apoiava a continuação do congelamento salarial?

    O que nos diferencia desta politica para a Função Pública era que, em vez de utilizar medidas incentivadoras de abandono voluntário do funcionalismo público, como pretende o dr. Bagão Félix, mas antes procediamos a cortes discriminados de funcionários públicos, dos que notoriamente estão a mais. Cortando desta forma na massa salarial e, ao mesmo tempo, continuando a pagar bons salários aos funcionários públicos, para manter os bons funcionários existentes. Teria o governo capacidade politica e apoio generalizado no corte, de digamos, 20% no número de funcionários públicos? O dr. Rui MCB ou outros escribas da GLQL apoiavam esta medida necessária? A única viável para baixar a Despesa Pública?

    E se não apoiassem, que alternativas propõem, à excepção da crítica sistemática? O que propõem para cortar na Despesa Pública? Fechar a RTP? A CP? Os STCP? Cortar nos subsídios aos desempregados?

    Aliás, quando o dr. Rui MCB afirma que a austeridade não acabou nada, eu questionava-o sobre se leu o último Relatório de Conjuntura do Banco de Portugal? Leu? Se leu já pode dizer que sim, a austeridade acabou e que a recessão acabou. Ou confunde austeridade com controlo da despesa orçamental? Sabe ao menos quanto vai aumentar, em termos reais, a despesa pública em 2005? Segundo a proposta do OE para 2005?

    Depois temos a resposta/comentário do dr. António. Que para justificar a sua defesa, invocando generalizações abusivas da nossa parte (se o fizemos, pedimos humildes desculpas), apresentou a única medida que apoiou durante o mandato da dr. Manuela Ferreira Leite. Mas, e o resto? E o artigo “Um Toque de Midas na Economia Portuguesa”?

    Isto foi o que o dr. António, sabe-se lá porquê, escreveu:

    “Quando uma economia sobe desmesuradamente, e assente apenas e só num vector, os desequilíbrios a longo prazo podem assumir proporções catastróficas para todo o país.”?

    “Pode parecer paradoxal, mas em recessão os governos tendem, e quando são inteligentes, a tomar medidas de austeridade e de rigor orçamental. O que hoje temos em Portugal, é um conjunto de pessoas a quem o poder lhes foi entregue de forma irresponsável e de forma unilateral, e que age dessa forma.”

    Mas afinal, dr. António, onde é que a economia portuguesa cresce desmesuradamente, quando reconhece que a própria economia crescerá apenas 1,25%? E quais são os tais desequilíbrios de longo prazo que matam a nossa economia a médio-longo prazo? O que referiu foi “o nível de poupança dos portugueses (que) diminui para níveis historicamente baixos.” Mas onde viu essa brutal queda em 2004?

    O que o dr. António escreveu e o Banco de Portugal desmente categoricamente é este naco delicioso de prosa:

    “Ora em 2004, a economia portuguesa, vai crescer não por força das desejadas exportações, mas sim por força do consumo privado que é talvez a mais nefasta forma de uma economia crescer. De forma surpreendente, a taxa de crescimento do investimento será inferior em 2004 à do consumo privado, e já nem a desculpa da necessidade de harmonização fiscal no espaço europeu serve de desculpa, pois Portugal tem o segundo regime fiscal mais baixo da EU.”

    Mas, dr. António, o Banco de Portugal não desmente este arrazoado todo, que é apenas critica não sustentada, só porque não se gosta do actual governo e do dr. Pedro Santana Lopes?

    Onde é que o investimento cresce menos que o consumo privado? O Banco de Portugal não indica que é o investimento produtivo que mais surpreende o próprio Banco Central? E que prevê, até, que o consumo privado abrande e o INE confirma, como destacou o dr. Rui MCB?

    O dr. António sabe quanto estão a subir as exportações? Quanto subiram no segundo trimestre? 8%? E não desmente claramente o seu arrazoado anti-governamental? É isto análise económica baseada em factos e números? Então os números não mostram um brutal aumento no investimento e na importação de bens de equipamento? E um aumento nas exportações? Apesar da subida espectacular da nossa moeda, o euro?

    Onde está o rigor, dr. António? É que já referimos que os analistas, na sofreguidão da critica ao governo, até fazem piruetas na sua análise, esquecendo alguns factores importantes a ter em conta. Como a subida do crude, empolando as importações e baixando o crescimento liquido da nossa economia; a realização do evento extraordinário que foi o Euro 2004 e a elevada importação de máquinas e equipamentos. Onde está a análise séria, rigorosa e isenta?

    Aliás, muitas destas criticas fazem lembrar o famoso Dr. Peres Metello que criticava a dra. Manuela Ferreira Leite por praticar uma politica de austeridade e recessiva e dizia que era impossível aumentar as exportações, em 2003. E que hoje é um critico deste governo por precisamente praticar parte da politica económica que antes defendia para resolver a crise orçamental e económica. E afinal, as exportações sempre subiram, e já reconhece as virtualidades das politicas, da antes criticada, dra. Manuela Ferreira Leite.

    E na GLQL? Não acontece o mesmo? Ou será preciso recordar as violentas criticas à politica económica da dra. Manuela Ferreira Leite? O dr. Manuel sabe do que falamos, não sabe? E o dr. José? E o dr. António não escreveu este violento manifesto chamado “Um Toque de Midas na Economia Portuguesa”?
    Resumidamente, gostaríamos era de ler criticas construtivas às politicas económicas, sejam elas quais forem. Mas o que vimos são criticas violentas, pouco rigoroas e sérias, só porque no governo está, ou a odiada Dra. Manuela Ferreira Leite (que agora é adorada pelos mesmos que antes a chamavam “merceeira”, até aqui na GLQL); ou o odiado dr. Pedro Santana Lopes.

    É natural que o dr. António tenha sentido o remoque das nossas criticas. Afinal demonstramos que parte das suas criticas são, apenas e só, asco pelo actual governo. Basta-nos recordar o que escreve o Banco de Portugal. Mas é estranho que não gostem de criticas e, depois, digam que o governo é que não as admite e, até, brincam com o “mensageiro”. E quiçá a sua morte.

    E conclui-se com isto: é proibido defender o governo? É que se for, digam, pois por muito critico que se seja dele, teremos que o elogiar, naquilo que julgamos que deve ser de elogiar, e criticar naquilo que julgamos dever ser criticado. Mas uma coisa nunca faríamos. Criticar por criticar. Porque, por cada critica feita, pelo menos, tentamos apresentar uma ideia alternativa à actual governação. E não criticamos só porque odiamos A, B ou C. Se todos o fizessem, independentemente da cor ou personalidade que está no poder…
    Anónimo said...
    Excelente resposta, novamente.
    Parece-me que o tonto do Rui não se deve meter mais nesta conversa.
    Agora os outros Veneraveis Irmãos (em particular aquele que é chamado de dr. Antonio) não são homens não são nada se não responderem a este comentario...
    António Duarte said...
    Caro Dr.Anónimo

    Antes demais, só tenho que agradecer este seu último comentário. Promove nalguns pontos a discussão sobre política económica.

    Em primeiro lugar, e ainda antes de Durão Barroso ser eleito, já Miguel Frasquilho, apregoava aos quatros ventos que o choque fiscal seria uma realidade. Desconhecíamos todos a situação da economia portuguesa. Todos não, já em 2001, o comissário Pedro Solbes emitiu um documento sobre a economia portuguesa, avisando da grave, repito grave situação das finanças públicas. Terei todo gosto em lhe enviar o documento.

    Em segundo lugar, é óbvio que pode e deve haver quem defenda o governo. Normalmente diria que ao votar para a assembleia da república neste partido, eu estaria a defender este governo. Pelas razões que ambos sabemos, ninguém votou para eleger este governo.

    Quanto às críticas, elas são todas bem – vindas, apesar de muitas delas assentarem em imprecisões quase (im)próprias de uma central de comunicação que não chegou a ver a luz do dia. Um exemplo claro é a colagem que faz ao comportamento das taxas de juros versus comportamento dos investidores. Para boa verdade, os bancos em portugal sentiram necessidade de diminuir o risco de algum crédito fruto do abrandamento da economia, o próprio banco de portugal aumentou o valor de provisões a constituir, sendo que tudo gira à volta do índice Euribor e não Lisbor.

    Quanto ao comportamento das importações e exportações, alguém com o conhecimento que Vossa Exª apresenta, deveria saber que sempre que a economia portuguesa cresce mais aceleradamente, as importações aumentam e as exportações deixam de contribuir para a procura interna, como o fazem em èpocas de recessão. Pode parecer paradoxal, mas este é um cíclico problema estrutural da economia portuguesa. Não do Governo A ou B.

    Será falso que quando uma economia cresce assente no consumo privado, os problemas de endivididamento, de inflação e de falsa confiança dos investidores estrangeiros se reflectem ? O consumo até pode gerar algum emprego, mas o mesmo não terá o mesmo impacto do que quando uma economia cresce assente nas exportações ou no investimento.

    Desconheço qual foi o relatório do banco de portugal que leu. Aquele que foi publicado na semana passada, chama a atenção, para o perigo do consumo privado, que crescerá em 2004, qualquer coisa como 2,5 %.

    Tal como em tempos o nosso veneráve Grao mestre, Irmão manuel, escreveu, por aqui não nos convertemos tardiamente às virtualidaddes da dra MFL simplesmente entre o inferno e o purgatório preferimos claramenmte o purgatório. MFL ao menos tentou, não o suficiente mas tentou, este governo desistiu de comabter o deficit.
    Anónimo said...
    Caro dr. António, a sua resposta demonstra claramente o meu ponto de vista. Pior, chega a roçar o insulto. Mas nem lhe vou responder à insinuação que se escreve por pertencer a uma "central de informação". Cada um fale por si e nós respondemos por nós próprios. Se o amigo tiver dúvidas das nossas ideias diga para onde podemos enviar a nossa identidade e ficará esclarecido que não defendemos A, B ou C, por pertencermos a uma qualquer "central de informações". Este tipo de respostas/insinuações só identifica quem as faz.

    Sigamos antes para a discussão mais séria sobre a politica económica. A da dra. Manuela Ferreira Leite e a do dr. Bagão Felix.

    O dr. António refere, com alguma razão, que havia legítimas dúvidas sobre a sustentabilidade e credibilidade das nossas Contas Públicas. Mas a prova que as falsidades dos governos anteriores foram tão credíveis que a própria CE as aprovou e nas reuniões da ECOFIN foram "elogiadas" na altura. Por isso e, com toda a legitimidade, o dr. Miguel Frasquilho defendia, e muito bem, o choque fiscal para enfrentar, quer o Alargamento quer o acordo de liberlização total das importações, em sede da OMC, a partir de Janeiro de 2005. E, claro está, a elevação da nossa produtividade, via investimento produtivo. Que está a acontecer agora, precisamente.

    Mas o dr. António sabe muito bem que houve uma profunda surpresa na desorçamentação criativa dos governos socialistas e, depois, após a queda brutal do investimento devido ao 11 de Setembro, se ficou a saber que o déficit de 2001 foi de 4,4%, mesmo com alguns "malabarismos" contabilisticos, permitidos pelo Eurostat e pela CE, pois já todos o faziam na europa, com excepção de alguns países.

    Portanto, a seriedade exige que tenhamos em conta as surpresas encontradas no OE. E logo, é perfeitamente natural que o governo anterior tenha optado por transferir o choque fiscal para mais tarde. E assim se fez, com a taxa de IRC para 25% em 2004, a queda do IRS em 2005 e nova queda do IRC em 2006, que se deseja ser, passar o IRC de 25 para 15%.

    Na questão de este governo não ter o voto popular, peço dsculpa, mas isso é análise política, e para esse voto não daremos. Mas podemos dizer que vivemos num sistema presidencial baseado numa democracia representativa. O próprio PR demonstrou claramente que essa era e deve ser o nosso modelo politico. Mas tem dúvidas que existe legítimidade politica deste governo? Um Juiz não tem legitimidade que lhe advém da sobernaia popular? Espero que compreenda onde queremos chegar. Mas isso fica para outros discutirem, pois o nosso interesse baseia-se mais em questões económicas e não politicas.

    Quanto às exportações e sua natureza em épocas de expansão, nem vamos invocar o passado, em anteriores ciclos económicos. E quando o dr. António diz que é um problema estrtural, então fez uma violenta critica ao governo actual, porquê? Por simples ódio ao dr. Pedro santana Lopes? Se o dr. António afirma que não é problema deste governo, porquâ o ódio acintoso ao dr. Pedro Santana Lopes? É necessário transcrever o que o sr. dr. escreveu, naquele artigo espatafúrdio?

    Quanto ao crescimento baseado no consumo, estou completamente de acordo. Mas então porque não defendeu com mais veemência a política económica da dra. Ferreira Leite? É que o seu ódio é tanto ao dr. Pedro Santana lopes, pois as críticas feitas naquele artigo misógino referem-se precisamente à política económica da dra. Ferreira Leite, pois o actual governo só foi empossado muito recentemente. Afinal o que o sr. preconiza? Uma política económica restritiva? Se sim, das duas uma, ou propõe alternativas viáveis ou pede o despedimento de muitos funcionários públicos. Porquê? Porque existe uma rigidez da nossa despesa pública, assente no número elevado de funcionários públicos. Logo, ou despede funcionários públicos ou fecha, por exemplo, a RTP ou corta nos subsídios de desemprego, ou outras medidas análogas. Afinal, que defende de diferente, caro dr. António? Palavras? Utopias?

    Qual o Relatório que lemos? O último, publicado a semana passada. Ou leu e não gostou? Ou só leu o que a imprensa deu destaque? Pior. Se o dr. António diz que o consumo privado subirá 2,5%, no "seu" relatório, quanto crescerá o investimento? Não crescerá muito mais que os "seus" 2,5%? Afinal que análise económica é esta, dr. António? Leu mal o relatório ou o ódio ao dr. Pedro Santana lopes lhe faz perder o temperamento calmo que lhe permitiria fazer análise séria, isenta e fundamentada?

    O dr. António resume o seu comentário à ideia que o actual governo desitiu de combater o déficit. Qual déficit, dr. António? O ajustado do ciclo? O real? O que é apresentado em Bruxelas? Ou é apenas mais uma atordoada para criticar o dr. Pedro Santaan Lopes?

    Estimado dr. António, se entende que o nosso problema económico baseia-se numa questão de oferta, então peça a alguns seus companheiros de escrita na GLQL, que sempre criticaram o anterior ministro dr. Carlos Tavares, que fez mudanças significativas na forma como a nossa indutria e as nossas empresas devem abordar a sua modernização, para meditarem no que escreveram durante dois anos. Mas alguma vez, alguém aqui na GLQL elogiou o Programa Dinamo, por exemplo? Ou a API? Ou as mudanças na Agência da Inovação? Não. Não gostavam do "espanhol", não é verdade?

    Concluo com a seguinte ideia. "Atrás de mim virá, quem de mim bom fará". Cada qual que entenda este ad´gio como bem entender. Boa noite.
    Manuel said...
    Solicita-se encarecidamente a este "anónimo" que não é de nenhuma central mas escreve com um magestático "nós" que comece por consultar detalhadamente os nossos arquivos... Para começar encontrará não só críticas, mas também elogios e até sugestões construtivas... Surpresa! até elogios a Carlos Tavares (que fez coisas boas, nomeadamente a reestruturação e rigthsizing do 'ora destruído ex-ministério da Economia) e à API... Em segundo lugar que deixe de falar de cor e que caia na real. Que leia com atenção o que o Dr. Lopes disse, ele próprio, em Barcelos do "fim" da crise, declarada por decreto. O que aqui se criticou, por exemplo a Ferreira Leite, foi a permissividade e falta de dureza face a determinados lobbies (como o da ANMP), agora apesar de tudo havia intenções de resistir, isso havia. Com este Governo, o tal recentemente empossado o que houve ? O decreto do fim da crise, uns discursos concertados entre o Dr. Bagão e o Dr. Lopes que toda a gente achou divergentes (explique-nos, onde estava a convergência), umas ameaças veladas da ANMP e o fim dos limites ao endividamento autárquico decretado pelo Dr. Arnaut... Isto tudo e um Orçamento que niguém de bom senso considera credível. Mas isto sou eu mero mortal que o digo. O caro Anónimo, confortavelmente instalado no Olimpo, concerteza terá outra visão, e eu até estou disposta a ouvi-la. Com dados concretos, com números, com factos... Veja é se não se engana no País e se pelo meio não fica sem pilhas.

    Uma última nota para o informar que aquí ninguém "odeia" o Dr. Lopes, não é assim tão importante. Desprezamo-lo apenas, não pelo que é, mas pelo que está a fazer, por mera vaidade, ao quer devia ser um País.
    Anónimo said...
    Estimado dr. Manuel, escrever com o plural irrita-o assim tanto? Se sim, proceda a algumas investigações sobre o estilismo da escrita em determinados debates públicos. Nõa custa nada, pois não? Ou Literatura Portuguesa já não faz parte da cartilha pública?

    Quantos aos elogios ao dr. Carlos Tavares, aquele a quem lhe chamou em tempos, e em várias ocasiões, o "espanhol", mostre-os. É que investigamos os arquivos e nada lemos de elogioso, quer ao dr. Carlos Tavares quer à própria dra. Manuela Ferreira Leite. Mas se demonstrar o contrário e apresentar, digamos, pelos menos três elogios ao "espanhol" e à "merceeira"...

    Quanto ao fim da crise "decretada" pelo dr. Santana Lopes em Barcelos, então demosntre o que afirma. O dr. Manuel não disse o mesmo sobre o dr. Durão Barroso? É que lemos a GLQL há muitos meses. Muitos mesmo, quase desde a sua fundação, sabia caro dr. Manuel?

    Quanto ao OE para 2005, não é credível? Demonstre a sua sapiência, caro dr. Manuel. Ou não consegue fazer uma critica séria e credível a este OE? Diga uma coisa. Algum OE deste governo lhe agradou? Algum? Os da dra. Manuela Ferreira Leite, por exemplo. Alguma vez a elogiou? Ou aos seu orçamentos? Ou o dr. Paulo Portas sempre lhe custou a engulir?

    Para rir é o último paragrafo do dr. Manuel. Mas aqui áninguém odeia o dr. Santana Lopes? Basta ler os últimos artigos do dr. António e as suas incoerentes respostas aos nossos comentários. Então o homem critica o dr. Santana Lopes pelo padrão de crescimento de 2004 e o dr. Santana Lopes ainda nem sequer começou a imprimir as suas mudanças? Se calhar nós somos parvos e os "sábios" da GLQL é que deviam governar o nosso país, não?

    Só uma questão ao dr. Manuel. Não gostam de criticas? É engraçado, parece que não. Já não é a primeira vez que o dr. Manuel se mostra incomodado com as criticas à GLQL e aos seus próprios escritos. E afinal criticam o governo por este reagir mal às criticas e na GLQL também assim o fazem? Onde está a vossa coerência? Não sabem discutir e debater questões sem esse vosso corporativismo prenhe?

    Veremos daqui a uns tempos se as criticas da GLQL ao actual governo não mostram à saciedade que é apenas dor de cotovelo. Parece que o dr. Paulo Portas vos custa a engulir, não é? Por isso diziam que o dr. Durão Barroso era fraco e este chegou a Presidente da CE. Se calhar ainda vamos ver o dr. Pedro Santana Lopes a Presidente da República, não? Quem sabe? Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Com a vossa perícia para a análise económica e politica...
    Manuel said...
    para que conste, adoramos debates e não fugimos a uma boa polémica. Simplesmente não debatemos com nuvens, mas registamos a tentativa de provocaçãozinha. Quando tiver(em) dados concretos e quiserem discutir a sério avise(m). E visto que parece que sofrem de falhas de memória releiam os nossos arquivos... Quanto à dor de cotovelo, deixem-me rir.
    Anónimo said...
    Pois é. Quando se gosta de debates mas se foge deles, dizendo haver demasiadas nuvens… Mas é típico no comportamento daqueles que se julgam “deuses”. Afinal quem julga viver no Olimpo?

    Será que o dr. Manuel tem memória curta? Ou nós é que temos memória de elefante?

    Quando o dr. Manuel, lá algures no Olimpo, pede dados concretos, está a delirar com certeza. Onde estão os famosos elogios ao “espanhol” e à “merceeira”? Só pedimos três para cada um dos dois, nestes quase três anos de maledeciência, quer da dra. Ferreira leite, quer do dr. Carlos Tavares e ao próprio dr. Durão Barroso.

    Onde está a análise ao tal OE sem credibilidade, caro dr. Manuel? Paleio? Ou só existe mentalidade carpideira nas vossas criticas?

    Quer dados concretos? A retoma económica que na GLQL sempre se negaram a exisitir, e a existir dizem que tem um padrão mau. Afinal quem fez boa análise económica? A GLQL? Deve estar a brincar com os vossos leitores. Os vossos arquivos não enganam, tal como o algodão.

    E quando o dr. Manuel se julgar qualificado para discutir politica económica e orçamental, diga. Pode ser que tragamos mais dados concretos para desmistificar a vossa propaganda anti-governamental. Afinal, as vossas criticas passaram de um Primeiro-Ministro para o seguinte. Criticavam a “merceeira”, mas agora já não gostam do “estouvado” dr. Bagão Félix. Criticavam a falta de estratégia nacional e agora parece que continua a não existir alguma estratégia. Ou seja, bota-abaixismo, puro e duro. Quase estalinismo empedernido. O sr. Jerónimo de Sousa pode vir aprender algumas coisas por aqui, tal como antes do dr. Francisco Louçã, pois afinal a GLQL parece lhes servir de inspiração.

    Caro dr. Manuel, façam uma proposta de OE para nos rirmos um bocadinho. Se sois tão bons e sábios nas criticas, também deveis ser nas obras, não?

    Boa noite, caro dr. Manuel. Coce o cotovelo, coce. Pelo menos ajuda.
    Anónimo said...
    Estou a gostar da polémica! Mas como não sou versado nem em teoria económica nem em ciências jurídicas, gostaria de pegar na " rigidez da despesa pública" e no facto de alguns tentarem explicá-la usando quase exclusivamente o discútivel e não provado excessivo número de "public servants" comparativamente, por um lado, aos paises da UE ou da OCDE, e por outro ao grau de eficácia e "rentabilidade" ou "produtividade" que eles evidenciam face ao que deles se espera.
    Como tenho por "patrão" a Ad.Pública, que não o Estado, gostaria de colocar algumas questões sobre o emagrecimento que sistematicamente se sugere como panaceia para os males de que temos vivido.
    Em primeiro lugar a rigidez da despesa pública não é so explicada pelos encargos do sector público administrativo. Não esquecer o financiamento autárquico e regional e o pendor centralista da organização estatal.
    Não esquecer também o desdém que os decisores políticos manifestam face às entidades de supervisão sobre a gestão dos dinheiros públicos o que se traduz na impunidade da assunção da responsabilidade material transformada em responsabilidade política.(Vidé caso dos autarcas Luis Monterroso, Abilio Curto, entre outros). Já nem falo nos responsáveis por empresas públicas ou de capitais maioritariamente públicos.
    Voltando ao que interessa:
    Imaginemos que seria pacífico concluir que a Ad.Pública necessitaria de um emagrecimento de 20% nos custos globais de funcionamento.
    Imaginemos que seria preciso "mexer" sómente na força de trabalho. Que critérios presidiriam? Por idades? Por categorias? Por funções? Por circuito ou fluxo administrativo? Por ministério? Por sexos?
    As dúvidas são muitas, porque os critérios de selecção e recrutamento dos últimos 30 anos foram heterogeneos, conjunturais, arcaicos, empíricos, tudo contrário a qualquer forma de racionalidade organizacional.
    A última que era bem conhecida era, tal como na banca e nos seguros e outros serviços financeiros,a da confiança pessoal do contratante, independentemente da adquação do perfil do candidato às exigências do desempenho - isto era antes do 25 de Abril.
    Tam como durante o Estado Novo os governos posteriores ao recrutar queriam garantir, mais que pessoal qualificado, eleitores amorfos e cidadãos pouco exigentes e acríticos.
    É bom lembrar que o modelo que impera na Madeira não tem grandes diferenças com o modelo nacional, é sómente mais caricatural, com a diferença de quem paga os desvarios dos diferentes governos nacionais serão os nossos filhos e netos, além dos actuais cidadãos de paises contribuintes líquidos do Orçamento da UE.
    Além disso, quem irá pagar o emagrecimento,mesmo que num plano faseado a 10/15 anos? Quem pagará as reformas antecipadas? As "rescisões"(?!)custarão que indeminizações? E a força de trabalho sobrante é absorvida por quem e como?
    E quem é que vai pagar os votos que se vão perder?
    Que pessoal qualificado vai ser necessário para cumprir velhas e novas missões da Ad.Pública?
    Como é que vai ser pago?
    Isto já parece uma pescadinha de rabo na boca, ou o círculo da quadratura.
    Não pensem que concordo com os gastos de +-15% do PIB com a máquina do Estado, mesmo que tivessemos o PIB dos EUA, mas esta temática só pode ser abordada não perdendo de vista outras questões que se lhe associam:Relação no trinómio Estado/Cidadãos/Empresas;
    Estrutura produtiva nacional/recursos/qualificação.
    Relação eleitores/representantes políticos - Lei Eleitoral e financiamento de partidos e outros custos da Democracia.
    É facto que não queremos pagar estes custos, mas eles existem devido à nossa indiferença cívica, ao nosso demissionismo e oportunismo político. Os dirigentes políticos passados e actuais agiram confirmando a espectativas que neles depositámos.
    Não nos podemos queixar deles: Temos é de nos queixar de nós próprios - da nossa falta de princípios e convicções.

    Ass. Maria d Fonte II
    António Duarte said...
    Bom Dia Dr.Anónimos

    Em primeiro lugar, e mais uma vez, não sou avesso nem a críticas nem a polémicas. E penso que esta esta a fomentar um debate interessante sobre a economia que não vemos todos os dias.

    Em segundo lugar, começou por dizer que eu nunca tinha defendido MFL por aqui. Bom já lhe dei duas situações face as quais reconheceu a defesa. Adiante.

    Em 2001, quando Pedro Solbes emitiu um documento onde afirmava que o défice de 1999 a 2001 passou de 2,4 % para 4,1 %. associado a um crescimento moderado da economia, a despesa pública subiu exponencialmente. A subida do mesmo não pode ser atribuida a nenhum acontecimento exogeneo ao país ou a uma recessão económica.

    Esta situação foi encarada como o princípio do descalabro das contas públicas. Ora e mesmo admitindo que Miguel Frasquilho tal como todos nós pudesse não saber da verdadeira calamidade que o governo socialista deixou as contas públicas, tenho em crer, que já existiam sinais na economia que mostravam o que mais tarde veio a ser relevado.

    Não sei se tem lido aquilo que por aqui tenho escrito, mas recordo-lhes que defendi, defendo e sempre defenderei o rigor orçamental. E isso permita-me apenas MFL o introduziu nas finanças públicas em Portugal. MFL e o saudoso Prof. Sousa Franco.

    Já por aqui defendi, despedimentos da função pública de uma forma directa, ajustamentos na administração pública por forma a transformar uma função pública onde 65 % dos serviços trabalham para sustentar ela própria e não o país em si.

    Quanto a relatórios e comunicações, por norma tenho acesso directo aos mesmos, tal como tive ao relatório da Standard & Poors sobre o rating da república portuguesa, ao relatório do The Economist, assim como ao relatório do Banco de Portugal e todos são unânimes naquilo que escrevo nesse tal artigo que tanto vos deixa preocupados.

    As vossas contradições são mais que muitas, não é verdade que o endividamento das famílias esta em 118 %? Não é verdade que as famílias nos últimos anos desceram brutalmente o seu nível de poupança?

    Começou por criticar o consumo privado, começou por criticar mas já concorda comigo.

    Não vejo nesse artigo, sequer o nome de PSL, e para vossa sapiência não destilo ódio a ninguém, agora o facto de omitir opinião não pode nem deve ser visto como apoiante ou não de determinada pessoa.

    Este orçamento de Estado não promove a consolidação orçamental. Se 0,9 % de crescimento da economia é para vós sinal de uma retoma brutal , então sou eu que vos aconselho a verem os crescimentos no passado. Obviamente que estamos melhor que há 4 anos. Mas da mesma forma que entramos em recessão porque a Europa também entrou, estamos a crescer porque a nossa europa também está. Não estamos a convergir. E só isso deveria ser motivo de preocupação por todos vós.

    Não defendo utopias nem palavras. Penso que nem vós. Defender que a função pública tem funcionários a mais foi o mesmo que fez Bagão Félix. O mesmo !! Pelos vistos já lá tem 3 exemplos de elogios....

    Há algo naquele artigo " Toque de Midas" que não seja verdadeiro? Já reconheceu que crescemos á custa do consumo privado e só isso o faz estar a meu lado em metade do artigo.

    è mentira que "há a falácia do investimento público, que apesar de poder gerar os cash flows esperados, devido as externalidades que possuí não é automaticamente rentável nem as suas vantagens automaticamente assumidas por serem mais difusas" ?

    è mentira que Portugal gastou 80 % dos fundos comunitários em salários da função pública ?

    Caros anónimos estou a vosso inteiro dispor aqui ou no nosso e-mail para discutirmos ainda mais sobre este assunto. Não me interessam que são, porque não vos respondo pelo que possam ser mas sim pelo que escrevem.

    Nota : E mail da Loja : grande.loja@gmail.com
    Rui MCB said...
    Viva! Cá estamos nós, ee o tonto que há em mim :-) para uma breve réplica.
    Lamento desiludir o magestático anónimo por persistir em afastar-me substancialmente da citação da síntese do INE. Para críticas e contra-críticas detalhadas sobre medidas de política económica passadas e futuras deixo o histórico da Grande Loja e os seus respectivos autores para se defenderem e discutirem.

    Retenho apenas um ponto do caro anónimo onde afirma dirigindo-se directamente à acusação de irresponsabilidade que fiz ao nosso primeiro-ministro (que apregoou o fim da crise há poucos dias num notório congresso); escreve o anónimo:

    "O dr. Rui MCB sabe também como eu da importância da gestão das expectativas por parte dos agentes políticos. (sic)"

    Ora meu caro, é precisamente por isso que a irresponsabilidade vem à colação. Como bem saberá uma das premissas básicas para que a gestão das expectativas possa ter qualquer tipo de eficácia ( e não o efeito inverso) é a sua credibilidade. É fundamental que no momento em que um decisor político apregoe melhores tempos não se sucedam avaliações internacionais, relatórios dos bancos centrais ou dos institutos de estatística comprovando que afinal a retoma que parecia certa há meio ano se arrisca regressar a recessão ou, no mínimo, está ainda longe do horizonte de curto/médio prazo. Os quês e porquês desta realidade à luz da gestão de expectativas até são irrelevantes (se a crise é interna ou importada ou as duas coisas) o que interessa é conseguir incutir confiança sustentando-a num mínimo de credebilidade, num mínimo de fundamento e aí, a gestão de expectativas tem nos relatório económicos e no instrumento que poderia suportar de alguma forma o edifício - o OE 2005 - forte obstáculo. Já para não falar da credibilidade propriamente dita do mensageiro, neste caso do Primeiro Ministro.

    Termino com a muito subjectiva avaliação que faço da gestão de expectativas em torno do OE 2005 - um perfeito desatre na gestão de imagem e, consequentemente na credibilidade do governo fruto das sucessivas e infelizes contradições públicas entre membros do governo.

    Com os melhores cumprimentos
    Anónimo said...
    Caro dr. António, se encontra contradições no nosso discurso, faça o favor de as enumerar e não afirmar que existem e depois não as factualizar. Mas nós demonstramos que a sua análise está enviesada, alarmista e denota um profundo ódio ao dr. Pedro Santana Lopes. Se não vejamos:

    ”O que hoje temos em Portugal, é um conjunto de pessoas a quem o poder lhes foi entregue de forma irresponsável e de forma unilateral, e que age dessa forma.”

    E porque escreveu isto? Por causa disto?

    “Ora em 2004, a economia portuguesa, vai crescer não por força das desejadas exportações, mas sim por força do consumo privado que é talvez a mais nefasta forma de uma economia crescer. De forma surpreendente, a taxa de crescimento do investimento será inferior em 2004 à do consumo privado, e já nem a desculpa da necessidade de harmonização fiscal no espaço europeu serve de desculpa, pois Portugal tem o segundo regime fiscal mais baixo da EU.”

    Ou seja, o sr. culpa o actual Primeiro-Ministro, e demais membros do governo, de serem os responsáveis pelo “mau” comportamento económico do ano 2004. Diga-me dr. António, é possível assacar responsabilidades politicas à actual equipa à frente dos destinos de Portugal? Seja honesto e sincero. É possível?

    Claro que não. Esta equipa ainda nem sequer teve tempo para fazer sentir as suas mudanças no actual comportamento económico da nossa sociedade. Portanto, ou deveria antes criticar a dra. Manuela Ferreira Leite, ou deveria ter mais cautela nas acintosas afirmações que faz. Repisamos. O seu ódio ao dr. Pedro Santana Lopes fez-lhe perder a cabeça e o discernimento.

    E quando faz afirmações, deveria pelo menos tentar documentar-se para não fazer este tipo de afirmações enviesadas:

    “Não é verdade que as famílias nos últimos anos desceram brutalmente o seu nível de poupança?”

    Então saiba, dr. António, os números da Taxa de Poupança das Famílias, nos últimos anos, segundo a CE:

    2002 – 12,3
    2003 – 12,0
    2004 – 11,5
    2005 – 11,3
    2006 – 11,4
    ( 2004 e seguintes, previsões do Eurostat )

    Como vê dr. António, numa recessão e durante os anos de austeridade, com forte desemprego e rendimento disponível bruto negativo, os resultados não são aqueles que o dr. apregoa, pois não?

    Ora, o que diz o próprio Banco de Portugal? Ele próprio destaca que o crédito para consumo aumentou, em 2004, anulando o aumento dos depósitos dos particulares, que nos últimos anos tinham caído. Por isso o continuar do endividamento global, apesar da Taxa de Poupança ter caído ligeiramente e os depósitos terem subido, destacando que as taxas de juro negativas estão a contribuir para a procura de novas formas de poupança por parte dos agentes económicos. O Banco de Portugal não o diz, mas dizemos nós, que o agregado monetário M3, excluindo a circulação monetária, em 2004, está a ter um comportamento saudável, para combater pressões inflacionistas, ao mesmo tempo que impulsiona o crescimento. Que se denota nas excepcionais taxas de inflação recentes, com a variação homóloga nos 2,1%, abaixo mesmo da média da zona euro. Um resultado histórico, não é?

    Onde o dr. António vê uma retoma económica a caminho do desastre, nós vemos uma retoma económica pouco saudável, mas melhor do que o dr. e outros como o sr. dr. analisam a actual retoma. Basta ler o que escreve o seu colega dr. Rui MCB.

    A actual retoma económica, expurgando o efeito anómalo do evento Euro 2004, está a ter um comportamento muito melhor do que o destacado pelos analistas políticos, vestidos de analistas económicos. Não é o próprio Banco de Portugal que destaca o excepcional comportamento do investimento, com excepção do sector imobiliário? Já leu o Relatório do Banco de Portugal? E no sector habitacional, não existem centenas de milhares de casas devolutas? Logo, este comportamento do investimento imobiliário é saudável, para absorver capacidade instalada e “limpar” stocks de residências. Os próprios agentes económicos têm uma racionalidade que falta a muitos analistas, não é verdade?

    Mas o investimento em máquinas e produtos metálicos não irá subir entre 6 a 10%, em 2004, segundo o Banco de Portugal? E não é uma componente importante para a sustentabilidade da actual retoma económica? E as exportações não subiram cerca de 8%, no segundo trimestre? Apesar do forte arrefecimento do nosso mercado externo?

    E a procura interna não pode estar a ser empolada pelos gastos dos não residentes, que deixaram de utilizar notas e moedas em escudos? Não é o próprio Banco de Portugal que diz existirem “anomalias” e que a análise estatística deve ser mais cautelosa? E até prevê que o consumo interno volte a um padrão de comportamento mais saudável?

    Onde está a contradição, dr. António? Nossa ou sua? Não haverá um ódio especial pelo dr. Pedro Santana Lopes, quando diz que estão lá postos irresponsavelmente? E que chega a atribuir as culpas do tal desastre económico de 2004? É isto análise baseada em factos e números? Ou simples ataque acintoso sobre os seus adversários politicos?

    Quanto ao OE para 2005, seria curial que o dr. sustentasse com factos a sua afirmação que não promove a consolidação orçamental. Não basta o dizer, é necessário o concretizar com números e factos, sob pena de destruirmos um debate amplo e saudável, tão precioso para gerir as expectativas dos agentes económicos. Ou basta dizer tais coisas, como propaganda aos quatro ventos, sem concretizar e meditar a sério no que publicita?

    Concluo a resposta ao sr. dr., como o seguinte. Não é verdade que o padrão da nossa retoma é mau. Porque o dr. faz de conta que não existiu um evento desportivo anómalo, que até o Banco de Portugal reflectiu em parte. O que o sr. dr. deseja é apregoar aos quatro ventos que este governo é irresponsável, que a mudança de politica económica, que ainda irá ser concretizada a partir de Janeiro, já está a fazer os seus efeitos desastrosos.

    Como se houvesse uma viagem no tempo, atribuindo culpas do passado ao actual governo, e em especial, ao dr. Pedro Santana Lopes. Que credibilidade merece as suas análises? O “mensageiro” não morre, mas perde a sua credibilidade, não é? caro dr. António? Se calhar, a última notícia sobre a queda do endividamento das Autarquias também lhe deveria fazer meditar, não? Mais um tiro certeiro na sua credibilidade como analista politico, perdão, economico.

    Em relação ao que afirma o dr. Rui MCB, só tem razão quando quando diz que é importante a credibilidade dos agentes políticos. Mas a credibilidade destes depende, em grande medida de analistas económicos sérios e isentos, que saibam fazer análise económica séria, isenta e fundamentada. O que não é o caso do dr. e outros como o sr.. Quando o amigo não sabe sequer reconhecer uma retoma, que credibilidade tem a sua análise e palavras? Sabe ao menos o que é uma retoma económica? Sabe analisar números e gráficos? Sabe o que é um ciclo económico?

    Grande parte da credibilidade de um Primeiro-Ministro, por muito trapalhão que seja na sua mensagem, está nos seus actos. E quando um Primeiro-Ministro afirma que estamos perante uma retoma (como bem mostram os índices coincidentes de actividade económica), quando decide voltar a aumentar os salários congelados dos funcionários públicos, com salários acima dos 1 000 euros, e quando anuncia um corte de impostos junto dos trabalhadores, estamos perante actos concretos que credibilizam a sua mensagem. Por muito que custe aos seus adversários políticos, desejosos que a nossa economia entre em recessão novamente.

    E os analistas políticos que se vestem de analistas económicos, por muito que desejem, têm um problema para resolver: falta de credibilidade da sua própria mensagem. Os agentes económicos não são parvos nem mentecaptos. Eles “sentem” a retoma, como diria o eng. Belmiro de Azevedo. Talvez por isso a retoma no consumo, independentemente dos efeitos do Euro 2004, o forte aumento no investimento e até o comportamento das exportações. Não serão os analistas quem perde total credibilidade? Os agentes económicos avaliam melhor as vossas palavras e actos do que julgais.

    Na melhor das hipóteses, caro dr. Rui MCB, a gestão das expectativas pode perder eficácia a dada altura. Mas o andamento económico desmente muitas vezes as cassandras e os desejos profundos dos analistas políticos, transfigurados em analistas económicos. Pergunte ao seu colega dr. António, se existe retoma, ou não. Entendam-se os dois. Afinal o que vos une é o ódio ao dr. Pedro Santana Lopes, porque no resto…

    Boas tardes.
    António Duarte said...
    Caros Dr.Anónimos

    Quanto a notícia da baixa do endividamento das autarquias, é concerteza uma boa notícia, mas tenha em atenção dois pontos :

    a) Em Janeiro de 2004, a situação era idêntica a relevada hoje pelo Banco de Portugal.

    b) Estarão as contas das autarquias a incluir as titularizações de receitas futuras ?

    De qualquer forma, aponto que se no final do ano, tal valor se verificar, será uma óptima notícia, e que demonstra que a política de rigor orçamental e corte no financiamento as autarquias encentada por MFL estava certa. ( já lá vão 4 elogios).

    A minha opinião é o poder foi entregue de forma unilateral e irresponsável. Ontem dizia que esse era um campo político e não se metia nele. Hoje entra por ele adentro. Decida-se.

    Se deste lado somos acusados de destilar ódio a PSL, desse lado existe uma relação Pedro-Inês, em relação ao mesmo. Faz uma pergunta sobre as responsabilidades deste governo face ao comportamento da economia em 2004. Obviamente que seria utópico dizermos que o que aconteceu em 2004, é responsabilidade de PSL. Mas o orçamento que foi aprovado para 2005 já é responsabilidade deste executivo.

    Repare como o défice com países terceiros, aumenta. Repare nesses seus dados como a poupança diminui tal e qual eu refiro. Não percebo sinceramente as suas dúvidas, e muito menos os motivos que o movem a destilar-me a mim tão prendados elogios e algum ódio pelos vistos.

    Quanto a inflação fruto do agregado M3, está a contribuir para um resultado histórico no indicador acima. Mais histórico se contarmos com a valorização do petróleo nos mercados internacionais. Mas saberá como eu que o reverso da medalha é o desemprego, e a cruva de phillips no seu melhor. Eu pessoalmente já o defendi aqui considero o combate a inflação prioritário, e em parte convenhamos que a subida do IVA para 19 %, teve um efeito de contracção no consumo e na receita fiscal dai adquirida.

    Um bom resultado sem dúvida. Mas saberá que tudo isto está relacionado com taxas de juro historicamente baixas, que deveriam estimular o investimento mas não o estão a conseguir da forma que seria desejável.

    Quanto a retoma. Não sei onde voces veem um sucesso nesta retoma ? Eu pessoalmente nao vejo nada de extraodinario. Estamos a promover as exportações ? Estamos a substituir as importações ?

    Diz o Banco de Portugal...

    "Desta forma, não obstante o crescimento bastante
    moderado do PIB, em 2004 foi interrompido, espera-
    se que temporariamente, o processo de ajustamento
    endógeno gradual da situação financeira agregada do sector privado que vinha a caracterizar a evolução da economia portuguesa desde 2001."

    "o aumento das necessidades líquidas de financiamento da economia portuguesa traduz uma diminuição da capacidade líquida de financiamento das famílias e empresas residentes."

    "A taxa de poupança das famílias deverá diminuir
    em 2004, uma vez que se prevê um crescimento
    mais elevado do consumo privado do que do
    rendimento disponível dos particulares,De facto, o rendimento disponível real
    deverá aumentar em 2004, mas cerca de ½ p.p. menos
    do que o consumo privado. Esta redução da
    taxa de poupança é tanto mais significativa quanto
    deverá ter aumentado a parcela de “poupança forçada”afecta à amortização da dívida contraída em períodos anteriores pelas famílias, contraindo a “parcela discricionária” da poupança."

    Perante isto estamos em condições de poder afirmar ainda que aquilo que escrevi era mentira? Ou será que o Banco de Portugal também destila ódio a PSL ?

    Ao contrário de alguns , quem me dera poder dizer aqui o contrário do que já disse. Mas sabe dr.anónimo, a mim não basta o líder agitar as bandeiras, também precisa de fazer alguma coisa, e como você disse que ele até era trapalhão...tinha que ser julgado pelos actos, e no único instrumento de política económica disponível, o trabalho foi meritóriamente negativo.

    Salvo melhor opinião, claro.

    Nota : Continuo a aguardar o seu e-mail
    Rui MCB said...
    Caro anónimo,
    Ou acusa o INE e o Banco de Portugal de "fabricar" dados errados (e não o faz) ou então anda a ver os gráficos dos indicadores coincidentes de cabeça para baixo. Há certas matérias onde não há relativismo possível por mais que o queira "criar".
    Se por desgraça o perfil de evolução recente dos referidos indicadores se mantiver por mais um trimestre duvido que encontre economistas que se atrevam a falar em abrandamento tal como hoje se descreve a situação económica na síntese do INE.
    Confio que os caros leitores se dêem ao trabalho de consultar directamente as fontes e façam o seu julgamento independentemente do ruído/poeira que com tanto afinco tenta lançar sobre os tão amados "factos".

    É curioso que cuspa com tanto afinco no prato do INE e do Banco de Portugal quando há tão poucos meses estas mesma instituições destacavam a retoma. Estes economistas engajados que por lá adivinha são no mínimo incoerentes não acha?

    Volto a sublinhar, retenho-me nestes factos, noutros fóruns (ou neste noutro contexto) e com outra camisola podemos discutir política económica.

    Síntese de Conjuntura de Novembro
    Anónimo said...
    Caro dr. António, não entendo a requisição do meu endereço electrónico. Tem dúvidas que façamos parte de uma “central de informações”? Se for esse o caso teremos todo o gosto em lhe enviar os nossos dados pessoais e lhe diremos a nossa profissão. Se é para trocar elogios ou fazer debates, façamos em público, sempre é mais transparente. Fico a aguardar a sua resposta sobre este assunto.

    Pelos vistos, dr. António, lentamente vai entregando os pontos. Mesmo com os ses todos apresentados. Já reconhece que o endividamento das Autarquias pode estar a cair, embora com reservas. O que já denota uma inflexão nas suas afirmações anteriores. E faz muito bem. Não se deve fazer afirmações sem fundamentos factuais. Assim, neste breve debate, parece que o dr. António começa a trilhar um caminho mais saudável na análise económica.

    O dr. António deve estar a querer brincar com as palavras e as ideias. Não discutimos análise politica, mas criticamos seriamente quem atribiu culpas desta retoma a quem recentemente tomou responsabilidades governativas. Ou o sr. dr. era sério e acusava a politica económica da dra. Ferreira Leite ou não misturava esse palavreado politico contra o actual governo, para dizer que a culpa era do dr. Pedro Santana Lopes. Que foi o sr. fez, infelizmente.

    E quando diz que o OE para 2005 já é responsabilidade deste governo, pois bem, dr. António. Critique-o, debata-o e apresente fundamentadamente as suas críticas. Mas o que está aqui em causa são as criticas ao padrão da retoma que o sr. dr. afirmou ser um desastre, ou a caminho da catástrofe, se não houvesse inversão da politica económica. E que culpou, embora agora mudando o discurso, o governo actual. Não vale a pena tentar brincar com as palavras e as ideias. O que o sr. dr. escreveu está explícito e quem nos lê avaliará com toda a certeza de que lado estará a razão.

    E quando diz não entender as nossas dúvidas, das duas uma: ou não lê bem o que escrevemos ou está a tentar desvirtuar este nosso debate. Repitamos a nossa defesa. A retoma económica está em curso, com o crescimento económico na primeira metade do ano acima da média europeia, com um padrão ligeiramente pouco saudável, em virtude de fenómenos “anómalos”, como o Euro 2004, que podem estar a deturpar os próprios indicadores analisados pelo Banco de Portugal.

    Mas quem disse que esta retoma baseava-se no consumo? Fomos nós, dr. António? Quem afirmou que o investimento estava a crescer menos que a procura interna? Fomos nós, dr. António? Fomos nós que criticamos este padrão da retoma, invocando que não existia um crescimento das exportações? Não fomos nós, pois não dr. António?

    E quando refere o problema do endividamento liquido da nossa economia, por acaso leu as reservas do Banco de Portugal?

    Mais, sr. dr., o aumento das importações não tem dois factores que deviam ser levados em conta? Um, é que as exportações estão a subir; o segundo factor a ter em conta é tentar compreender que tipo de aumento de importações estamos a assistir. É que neste último factor, caro dr. António, o factor crude do petróleo é inevitável, pois não temos outra forma de acomodar este aumento do preço do crude senão desincentivar o consumo de petróleo. O sr. dr. apoiaria uma aumento de impostos sobre os hidrocarbonetos minerais? E um aumento das portagens em pelo menos 5%, para baixar a procura da gasolina e “obrigar” o uso dos transportes públicos?

    Mas nas importações e no seu crescimento, o sr. dr. não julga positivo um aumento das importações de bens de equipamento, com vista à criação de empregos e acelerar a nossa capacidade produtiva? Afinal deseja ou não incentivar a oferta? Ou as importações só estão a subir devido ao aumento dos bens de consumo corrente? Afinal em que ficamos, caro sr. dr.? Sabe o sr. dr. que a importação de bens de equipamento atingiu o crescimento mais alto dos últimos 4 anos? E que o investimento produtivo está a crescer no melhor ritmo de pelo menos 4 anos?

    Com estes dados, apesar dos problemas estruturais, é uma retoma mais saudável do que defendia, ou não? Afinal em que ficamos, caro dr. António? Esta retoma não é saudável? Como pode afirmar isso mesmo, quando estes dados são escamoteados pelas suas análises? O sr. dr., de um modo mais cauteloso, de certa forma como faz o Banco de Portugal no seu relatório, deveria antes tentar esperar pelo comportamento da nossa economia nesta segunda metade do ano, já sem os efeitos do Euro 2004, para uma melhor avaliação da retoma em curso. E se deseja ser ainda mais rigoroso, esperava pela primeira metade do ano que vem para saber se afinal este actual governo vai dar cabo da nossa economia. O amigo, em vez de esperar pelos resultados económicos deste governo já tem a sua opinião formada, logo as suas análises já não valem quase nada. Já se sabe a sua opinião sobre este governo e por muito bons que sejam os dados o sr. dr. dirá sempre que são maus resultados alcançados. Que tipo de analise é esta? Ou fará como o dr. Rui MCB que se recusa a negar a retoma em curso, enfiando a cabeça na areia, com fazem as avestruzes? Seria bom esclarecer estes pontos, caro dr. António.

    Ó sr. dr. o senhor ainda acredita piamente na Curva de Philips? O sr. sabe qual é a inflação no Reino Unido? E qual a sua taxa de desemprego? Ó sr. dr., sabe que vivemos em economias abertas? Ou vivemos em economias fechadas, sem mercados cambiais livres, por exemplo?

    Aliás, não se entende como pode dizer que a taxa de inflação é baixa por causa das baixas taxas de juro. Há-de convir que essa parte da teoria económica ainda não aprendemos. Lá iremos um dia. Talvez se o sr. nos quiser explicar… Mas mais curioso é dizer isto:

    “Mas saberá que tudo isto está relacionado com taxas de juro historicamente baixas, que deveriam estimular o investimento mas não o estão a conseguir da forma que seria desejável.”

    Meu caro sr. dr., o investimento produtivo não irá subir entre 6 a 10%? O sr. já se deu ao trabalho de ler com cuidado os relatórios do Banco de Portugal? Em que país é que vive, caro dr.? O sr. já reparou nalguns graficozinhos apresentados pela DGEP? Costuma ler os seus documentos públicos?

    Sabe sr. dr. , o seu ódio pelo dr. Pedro Santana Lopes faz-lhe perder toda a razão. Se o sr. dr. se agita ou não com as bandeirinhas, isso não sabemos. O que sabemos e mesmo não sendo militantes que qualquer partido, mas como observadores, ficaríamos mais felizes se os críticos internos deste actual Primeiro-Ministro tivessem capacidade, engenho e coragem para num congresso partidário fossem defender os seus pontos de vista. A única coisa que vimos foi um dirigente partidário e ex-Ministro a demarcar posição para um futuro eventual. De resto, a maioria dos críticos nem sequer lá foram mostrar as suas discordâncias. Que diferença de partido, daquele que em tempos conhecemos nos tempos do dr. Sá Carneiro. Hoje aquele partido é, apenas e só, herdeiro do pior do cavaquismo. E muitos dos militantes deste partido nem sequer têm capacidade para mudar o seu próprio partido. Mas isso já somos nós a delirar e a especular com a situação miserável interna do partido PSD, antes um partido de luta aberta e espicada. Agora… Só franco-atiradores e carreiristas.

    E já agora, sr. dr. António, do alto da sua cátedra, demonstre claramente que tem razão nisto que afirma:

    “tinha que ser julgado pelos actos, e no único instrumento de política económica disponível, o trabalho foi meritóriamente negativo.”

    Seria sério da sua parte criticar fundamentadamente o tal trabalho meritoriamente negativo. Mas não. Além de não o fazer, o seu ódio é de tal ordem, que chega a culpar o actual Primeiro-Ministro e sua equipa pelo passado mais recente. Para quem deseje ser levado a sério e consideração, pelas suas capacidades de análise e critica económica, há-de convir que é muito desolador.

    Mas isso, já somos nós a analisar a sua credibilidade. Nada melhor que serem os nossos próprios leitores a ajuizarem em seu perfeito juízo se o sr. dr. tem, ou não, credibilidade nas críticas que faz. Pela nossa parte, como deve adivinhar…
    Anónimo said...
    Caro dr. Rui MCB, se aprendeu a analisar ciclos económicos e padrões de comportamento económico e retomas económicas analisando períodos de tempo curtos, aconselho-o a reciclar-se académicamente.

    Vá lá a este endereço, do Banco Central, à página 11 e aprenda a olhar para os gráficos dos indicadores coincidentes da actividade económica:

    http://www.bportugal.pt/publish/ind_conj/Ind_Out04_p.pdf

    Se necessitar de uns óculos, diga, que pode ser que lhe empreste os meus.

    Não é preciso ser muito inteligente para entender o gráfico, pois não? Não é um comportamento padrão nítido? Se o sr. sr. fosse investidor de bolsa só decidia investir quando todos os outros já o tinha feito e...

    Passe muito bem.

    O tempo dirá quem tem razão.
    António Duarte said...
    Caros Anónimos

    Eu nao entrego pontos. Limito-me a reconhecer o óbvio ao invés de "ustedes" que teimam em não reconhecer o que até um cego consegue visionar.

    Quanto ao debate, marquem hora e local, convoque-se os meios de comunicação social, e vamos falar de política económica. Lá estarei eu e mais o invisível ódio a defender o que acredito.

    Apenas uma pequena correcção ou talvez uma lição : AO governo português e face ao contrato de gestão que tem com a Lusoponte quanto ao cálculo de tráfego diário, o aumento das portagens na ponte traria mais despesa que receita.

    Apenas um detalhe...
    Anónimo said...
    Caro dr. António, pelos vistos ficamos por aqui neste debate. Se deseja a imprensa para cobrir os seus pontos de vista, perdoe, mas não desejamos projecção pública. Gostamos do nosso low profile e não andamos à procura de projecção mediática, holofotes ou outras probendas públicas. Gostamos do que fazemos e nada trocariamos, nem pelo "afamado" serviço público.

    Se deseja trocar recados com o governo, dirija as suas criticas a quem de direito. Eles até têm gabinetes de imprensa para coligir as críticas a eles dirigidas. Uma coisa sabemos. Não basta criticar. O desporto favorito de algumas élites. São necessárias mais obras, mas isso pouco abunda junto das nossas opiniões publicadas. E quanto a isso...

    Foi um prazer debater consigo, caro dr. António. Esperemos que algumas das críticas, mesmo as que julgar desmerecidas, lhe sirvam de inspiração. Não se deve trocar o rigor da análise em troca de benefícios mediáticos de curto prazo. Portugal não merece. E Portugal não precisa.

    Se o caro dr. António tem amor por Portugal, como acreditamos que tem, medite nalgumas críticas lhe foram feitas. E criticar só porque não se gosta de A, B ou, da cor politica... Nós, deste lado, faremos de igual modo. Gostamos de aprender, debatendo.

    Boa tarde para si e para os seus.
    António Duarte said...
    Caros Doutos Anónimos

    Como deveriam saber, a expressão " convoque-se os meios de comunicação social" foi isso mesmo uma força de expressão. Se bem que acredito que provavelmente se explicaria muito mais a quem nos ouvisse do que muito ministro em cima de um palanque.

    Quanto a si e aos seus, desconhecendo quem sóis e o que vós move, podemos continuar o debate sim, aqui num café numa faculdade qualquer, na eventual sede da vossa agremiação. Escolham.

    Quanto às críticas, elas são sempre bem-vindas. Quanto ao estado do PSD não posso responder por ele.

    Fico a aguardar resposta.
    Rui MCB said...
    Vou-lhe fazer a vontade.
    Peguemos nos seus gráficos da página 11 - permita-me desprezar a informação relativa aos preços que acho que não faziam parte do seu argumento.
    Temos um gráfico com indicadores de confiança (consumidores e indústria), outro com indicador coincidente do BP e ainda a evolução da taxa de desemprego.
    Começando pelo fim: quando a taxa de desemprego ameaçava voltar a bater records históricos, o PM veio dizer que a crise já passou, estamos em retoma e quem sabe em franco desenvolvimento (objectivamente foi esta a mensagem que passou na gestão de expectativas, certo?). Na semana seguinte a taxa de desemprego voltou a bater o record histórico da corrente série – desde 1998 – e fê-lo de forma significativa como se pode ver no gráfico.
    Indicador coincidente: perfil claro apontando para a retoma com um ligeiro soluço nos dados do último mês. Será significativo? Os dados do INE com informação mais recente (indicador de clima, por exemplo) sugerem que talvez sim, dado que a inversão se mantêm. Acabou a retoma? Não. Falemos de abrandamento até porque há outros indicadores negativas significativos...

    Indicadores de Confiança:
    As indicações recentes da indústria estão em linha com a lógica de abrandamento e o mesmo se pode dizer dos consumidores ainda que haja uma quebra com intensidade particularmente significativa nos últimos meses. Sugestão ao analista: acompanhar de perto esta variável. Conclusão: abrandamento presente, incerteza no futuro...

    Estritamente observando estes três indicadores estamos literalmente pendurados ou num soluço da retoma ou na iminência de algo mais grave (atendendo até à coincidência de sinais negativos em variáveis totalmente distintas), daí eu ter dito que se o perfil dos últimos meses (e as intensidade já agora) se mantiver por mais um trimestre é bem provável que tenhamos de rever a terminologia. Se...
    Acrescento ainda um outro aspecto. A maioria destes indicadores são fortemente alisados. Quero com isto dizer que por sábias razões metodológicas resultam tipicamente de valores médios do trimestre terminado no mês de referência, pelo que, não é inútil em momentos de aparentes inflexões espreitarmos as observações efectivas – antes do alisamento pelas médias – para percebermos se as ditas inflexões se suportam num ligeira quebra em todos os valores, ou, por exemplo, num incremento do movimento (neste caso descendente) das três observações que compõem o tal valor médio final que é publicado. É só uma indicação adicional que pode ajudar-nos, ou não, a reforçar as suspeitas da perspectiva de apenas um soluço ou de algo mais…. Estes dados encontram-se disponíveis para os indicadores do INE na respectiva página na Internet…

    É claro que há outros indicadores, mesmo ao nível da confiança de empresários e consumidores que não estão reflectidos na composição dos indicadores de confiança presentes na página 11. Olhando para eles reforçam-se todas as indicações para termos cautela na caracterização do ciclo: retoma ma non tropo.

    E agora deixe-me despir as vestes de tonto analista:

    O Primeiro-ministro pode brincar com a sua credibilidade (ou fazer apostas quanto ao futuro próximo) como bem entender, eu preferia que não fosse por aí. A gestão de expectativas que nos sugere a passagem do fundo do buraco para o limiar do melhor dos mundos em três tempos é em si uma tonteria (ups!) - e é disso que falamos entre Durão e Lopes, por mais que esperneie e se contorça o ministro das finanças tentando fazer que não é...
    Recomendava era que o PM conseguisse ter um mínimo de sustento nos fundamentais da análise de conjuntura até porque, perdendo a aposta não será ele o principal prejudicado. Eu até acredito que jogar nas expectativas quando os níveis de credibilidade já não são famosos (essa era uma avaliação que o nosso primeiro deveria conscientemente ter feito) pode ser contraproducente, mas aqui reconheço fala apenas e só a minha intuição e a minha reacção pessoal às referidas declarações. A minha e curiosamente a de mais uns quantos economistas que me escuso de citar, saberá muito bem de quem estou a falar e do que valem as suas opiniões entre especialistas e demias personalidades atentas as estas “coisas”.

    Tenho por certa uma máxima: a credibilidade é uma coisinha danada que uma vez perdida... nem com óculos se recupera.

    Sempre ao dispor.

    P.S.: Espero sinceramente que ganhe a sua aposta.
    Pifaro said...
    Deixem-me dar-lhes os parabéns por um blog absolutamente espectacular, sério e dedicado a debater as fabricações da verdade que por ai se fazem.

    Assim é que é, força.

    Um abraço do Dr. Pifaro

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