Os meus três salários mínimos VII
Último fascículo inteiramente grátis, directamente das eternas terras do aquém
quinta-feira, setembro 16, 2004
Cala-te agora profeta da desgraça que aí vinhas neste parágrafo com ameaças e lições da história. Cala-te que tudo teremos de reaprender às nossas custas ainda mais uma vez.
Não me calo. Caminhamos todos (pelo menos os pseudo-ricos como eu) para nos profissionalizarmos na economia informal, para implodirmos com o Estado que mal consegue ver que entrou em auto-destruição, ele que se pensa indissolúvel e eterno, ele que não se pensa mas que sobrevive em demasiados sítios com um sentido absolutamente parasitário.
Fundam-se também nas dimensões e mais que nas dimensões na imobilidade, na incapacidade de renovação do Estado, boa parte das "desculpas" para tudo se fazer em nome do graal do momento, seja ele o défice, a "equidade social", ou a "justiça" que compara o sentido mutualista dos serviços do Estado às compras regulares que vamos fazer ao supermercado. Queimam-se as palavras antes que alguém as use com propriedade!
É preciso fazer um esforço danado para não cair no esgoto com o enjôo da argumentação governativa e corporativa.
Eu sei de mim, pelo menos de mim! Eu sou a minha única corporação, governo e sindicato. Sei que me estão a explorar acima do que é razoável para poder sentir-me parte de uma comunidade. Aos poucos, as leis deixam de ser para mim porque são só e apenas para mim.
Que falta me faz ter aqui agora um Agostinho da Silva para me ensinar umas coisas sobre filosofia.
Já me calo.
Publicado por Rui MCB 20:45:00
Parabéns Pedro Santos