Os meus três salários mínimos - I
Primeiro fascículo inteiramente grátis, quase livre de impostos
segunda-feira, setembro 13, 2004
Tudo é absolutamente avulso e desconexo.
Não há uma linhazinha de orientação, de nexo, de causalidade virtuosa neste governo.
Com a histeria caótica sobre matéria orçamental que se vai ouvindo, fugir aos impostos arrisca-se a passar a ser uma questão de sobrevivência para tipos como eu. Tipos que ganhando menos do que três ordenados mínimos já estão entre os melhores contribuintes fiscais do país e são consequentemente "ricos" para tantos efeitos sejam eles o acesso à saúde, à educação ou a aquisição do passe social.
Tudo é negociável mediante um plano. Mas qual é o plano? O que tenho eu a ganhar ao disponibilizar mais dinheiro para o sistema nacional de saúde na qualidade de utilizador? Ir ao hospital é comparável a decidir entre ir pela nacional ou pela auto-estrada?
Quais as etapas prioritárias do plano? Simples, primeiro há que discriminar em cima da discriminação, ampliando as distorções do actual sistema de tributação fiscal. Tudo em nome da emergência.
Talvez esta seja a proposta mais ousada de um político de direita desde que Marcelo Rebelo de Sousa se atirou ao Tejo.
Só por isto, só pelo profundo descrédito estabelecido no sistema de tributação fiscal os sound bits de Santana Lopes nos devem levar a considerar em que momento do passado provámos ser assim tão estúpidos e acomodados aos olhos deste senhor.
Publicado por Rui MCB 22:50:00
cada vez que anunciam uma nova medida correctora de desigualdades, entro em pânico,
qualquer dia o meu pânico, somado a de muitos como eu, que acham que "apenas" votar já não é suficiente para alterar este "estado de sítio", em que sucessivos blocos centrais nos empurram, esmagam, enganam, podem pensar em alternativas ao estado democrático. Afinal a democracia,com exclusão de todos os outros, tem sido o pior dos sistemas. Será que Winston Churchill tinha razão?
Mas tb é de arrepiar(não tanto, é verdade!)pensar na alternativa cíclica que se lhe segue!
É um desabafo. Desculpem lá!