De um ponto de vista estritamente formal o mais grave de tudo o que se passou até no Mi(ni)stério da Educação nem é a decisão, tarde e a más horas, de fazer a coisa à (c)unha, politicamente o que ficará para a história é que apertada, apertada mesmo, a ministra, e quem a tutela, não hesitou em imputar as responsabilidades a quem a antecedeu directamente, no caso um ministro do seu próprio partido. Em Portugal é moda chutar para canto e desculparmo-nos com o passado, agora a culpa já não é de Guterres (como foi ensaiado no último Expresso) mas do último Governo do Zé Barroso. E, sendo ou não, e as sibilinas, requintadas e bem medidas declarações prestadas já hoje por David Justino à comunicação social prestam-se, até novos desenvolvimentos, a todas as interpretações possiveis e imaginárias, o facto, é que os partidos que sustentam este Governo são os mesmíssimos que sustentavam o anterior, os grupos parlamentares também, e uma boa parte dos ministros continuam como por exemplo Nuno Morais Sarmento, que ontem não se coibiu a par de Rui Gomes da Silva de fazer baby-sitting à ministra. Resumindo, Pedro Santana Lopes quando foi ungido PM - na secretaria - sabia muito bem os riscos que corria, e se recebia de paraquedas o cargo de PM também herdava impreterivelmente toda a bagagem barrosista, é a isso que se chama continuidade, penso eu de que. Ora, ontem tudo mudou. Acossados, não hesitaram em disparar contra os próprios pés. Nestas coisas o díficil é sempre dar o primeiro tiro.

Publicado por Manuel 15:26:00  

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