a pólvora...

Hoje em editorial não assinado no Diário de Notícias pode ler-se...

É tudo tão frágil...

O que mais impressiona neste caso das cassetes alegadamente roubadas é a fragilidade que transparece da parte das instituições visadas num processo desencadeado para produzir efeitos destrutivos, como se tem visto. O que parecia, inicialmente, uma crise artificial depressa ganhou uma consistência inimaginável, não obstante o suposto material das gravações ter sido considerado «inócuo» pela Procuradoria-Geral da República.

Na verdade, a pronta demissão do director nacional da Polícia Judiciária, Adelino Salvado, acabou por dar ao processo a sustentação que lhe faltava e, a partir daí, um comportamento jornalístico julgado ilícito e eticamente reprovável ficou legitimado. Adelino Salvado veio agora declarar que a sua saída se tornou inevitável quando percebeu que não podia contar com o apoio do poder político. Se não saísse nesta altura, por razões de oportunidade política, isso aconteceria mais tarde.

Não espanta pois que, feita a primeira vítima, o processo das gravações tenha entrado numa nova fase, com a divulgação de extractos do teor das cassetes por um semanário. O alvo passou a ser outro, mais precisamente o procurador-geral da República, Souto Moura. Atendendo às várias declarações já produzidas a seu respeito, tem-se a impressão de que se encontra também numa posição insustentável. Não falta inclusivamente quem lhe sugira a resignação do cargo.

A facilidade com que se transformam crises artificiais em crises reais faz-nos pensar sobre o que conta hoje como referencial de estabilidade em Portugal. À primeira ventania, tudo parece vulnerável, imperando quase uma lógica de autodestruição que até arrepia. Onde devia haver força para resistir às crises assiste-se, na maior parte das vezes, a um exercício de fraqueza de dirigentes com responsabilidade em garantir a autoridade do Estado perante as ameaças a que está sujeito todos os dias. Ora, isto é verdadeiramente preocupante num País com tendência para fabricar depressões e crises.

Curiosamente no longíncuo 7 de Agosto escrevia-se isto por aqui... Na altura houve quem não percebesse ou não quisesse perceber, hoje o DN fez os desenhos...

Publicado por Manuel 00:46:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Curiosamente no longíncuo 7 de Agosto. Então Nélito, o susto com as cassetes é assim tão grande que até na capacidade lexical tem efeitos? Afinal é dislexia ou terrorismo... eh eh eh eh eh eh eh eh

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